tag:blogger.com,1999:blog-88995477034065360622024-03-12T17:46:46.747-07:00Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticaTendo em vista o atual contexto de solidão e proletarização do trabalho docente, conforme discutem Tardif e Lessard, bem como as dificuldades relacionadas à disseminação de nossos trabalhos didáticos, este espaço tem como objetivo divulgar os trabalhos de ensino de língua portuguesa realizados em instituições públicas e privadas onde atuamos.Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-44663327221838232412011-10-12T18:50:00.000-07:002011-10-12T18:50:35.138-07:00DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR SOBRE O FILME O DIABO VESTE PRADA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga9cL2rJBtmwDoVozGfr-RtSAHU4uuEBc3rJ34RpxLO-dnI0yQyl0cnpB4d-_gJ3jDFGnS3u2sx3WYCqB5Quy-NjLYiI_GPBz-flMJVKnBPLEZV3QPc7NJXaOP6a8PCXnWiQOeGnKNWV0/s1600/O+DIABO+VESTE+PRADA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga9cL2rJBtmwDoVozGfr-RtSAHU4uuEBc3rJ34RpxLO-dnI0yQyl0cnpB4d-_gJ3jDFGnS3u2sx3WYCqB5Quy-NjLYiI_GPBz-flMJVKnBPLEZV3QPc7NJXaOP6a8PCXnWiQOeGnKNWV0/s640/O+DIABO+VESTE+PRADA.jpg" width="446" /></a></div>PROGRAMAÇÃO PARA OS “DIALOGOS INTERDISCIPLINARES: PROFISSÃO PROFESSOR – NADA É PERMANENTE, EXCETO A MUDANÇA” <br />
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13/10/2011 filme: Ao mestre com carinho e Animação Quem mexeu no meu Queijo?<br />
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Professora da Faculdade de Educação da UFPA/Bragança: Zilar T. Souza <br />
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Professora da Escola Jorge Ramos: Adriana da Conceição Barros do Rosário<br />
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Graduando do Curso de Letras/Língua Inglesa: Adriano Edgar Junior<br />
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14/10/2011 filme: O diabo veste Prada.<br />
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Professora da Faculdade de Educação: Letícia Souto Pantoja.<br />
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Professora da Faculdade de História: Roseane Pinto Lima.<br />
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Mestranda em Linguagens e Saberes da Amazônia Camilla Souza.<br />
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Professora do GELPEA, da UEPA e do UNIVERSO: Débora do Nascimento FerreiraProfa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-78427447843937610602011-09-01T18:36:00.000-07:002011-09-01T18:36:45.750-07:00PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA PENSANDO BEM, TV NAZARÉ, CANAL 30, DIA 7 DE SETEMBRO DE 2011, ÀS 17H<div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #660000;"><em>Os resultados da primeira edição da Prova ABC, avaliação educacional do final do ciclo de alfabetização da educação brasileira, indicam que 43,9% das crianças que terminaram o terceiro ano do ensino fundamental nas redes públicas e privadas não aprenderam o que era esperado em leitura. Na região Norte, esta média chega a 56,4%. No Pensando Bem de hoje vamos discutir sobre a realidade da educação no ensino da escrita e da leitura, especialmente aqui na Amazônia. Quais as maiores dificuldades, quais as variáveis que contribuem para estes dados? Nós recebemos aqui no estúdio</em>...</span></span></div><span style="background-color: white;"></span><br />
<span style="color: #660000;"><em>Entrevistadas:</em></span><br />
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<span style="color: #660000;"><em>- Selma Pena, doutora em educação – UFPA.</em></span><br />
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<span style="color: #660000;"><em>- Débora Ferreira, professora da Educação básica, mestre em lingüística, especialista em letramento.</em></span><br />
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<em></em></span><br />
<span style="color: #660000;"><em>Debatedor:</em></span><br />
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<em></em></span><br />
<span style="color: #660000;"><em>- Emanuel Matos, sociólogo.</em></span><br />
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<div style="text-align: justify;"><em><span style="color: #990000;">Metade dos alunos do Norte não sabe ler</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;"></span></em></div><div align="justify"><em><br />
<span style="color: #990000;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">(Fonte: Diário do Pará, de Brasília)</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">O ensino no Brasil vai mal. Para alunos das regiões Norte e Nordeste, a situação é ainda pior. De um total de seis mil alunos do 3º ano do ensino fundamental de escolas municipais, estaduais e privadas de todas as capitais do país avaliados pela Prova ABC, 43,9% não têm o aprendizado de leitura esperado nessa etapa escolar. No Norte, esta média é de 56,4%, ou seja, de cada 100 alunos, 56 não conseguem ler corretamente. No Nordeste a média é de 57,5%.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">Quando o tema é matemática, os resultados da região Norte ficam ainda piores: o percentual de alunos com desempenho esperado para o 3º ano da 2ª série é o mais baixo do Brasil, ou seja, 71,7% dos avaliados não aprenderam matemática. A média brasileira é de 57,2% de alunos que não conseguiram aprender o suficiente para sua fase escolar. No Nordeste, é de 67,6%.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">A Prova ABC é uma parceria do movimento “Todos pela Educação”, do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, da Fundação Cesgranrio e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">A avaliação utilizou a mesma escala de desempenho adotada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), exame aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) aos alunos do 5° e 9° do ensino fundamental. Por esse modelo, o aluno tem o aprendizado considerado adequado quando atinge 175 pontos. O desempenho médio em leitura dos alunos participantes da Prova ABC foi 185,5 pontos em todo Brasil – mas há grande variação nas notas de escolas públicas e privadas e entre estudantes do Norte e Nordeste em relação ao restante do país.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;">Enquanto os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram desempenho acima da média nacional – chegando a 197 pontos no Sul –, os do Norte e Nordeste atingiram, respectivamente, 172 e 167 pontos. Os resultados também variam entre as escolas públicas e particulares: a média dos estudantes da rede pública foi 175,8 pontos, contra 216,7 entre os da rede privada. Na região Norte, também há discrepância: a média das escolas públicas foi 166,7, enquanto nas escolas privadas os alunos obtiveram a média de 210,6.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;"> Os alunos que participaram da prova também fizeram uma redação para avaliar competências como coesão, coerência e adequação do texto ao tema proposto, além da observação das normas ortográficas e de pontuação. O desempenho esperado, em uma escala de 0 a 100, era pelo menos 75 pontos. Mas a média nacional foi 68,1, sendo a nota dos alunos das escolas públicas seis pontos inferior a essa média e a dos estudantes da rede privada, 18 pontos superior.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color: #990000;"> Nas escolas do Norte do Brasil, a média do aprendizado às normas ortográficas e de pontuação, além de dissertação do texto foi de 58,9. Nas escolas públicas da região, a média foi de 55,4 e nas escolas particulares, de 80,1. As habilidades dos estudantes com os números também foi superior na rede privada na região Norte, cuja média foi 196,7 pontos contra 145,4 na pública.</span></em></div><div align="justify"><em><br />
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<span style="color: #990000;"></span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
<span style="color: #990000;"></span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
<span style="color: #990000;"></span></em></div>Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-30286654140091234672011-09-01T18:17:00.000-07:002011-09-01T18:17:01.048-07:00LANÇAMENTO DO LIVRO LINGUAGENS, SABERES E INTERCULTURALIDADE<div style="text-align: justify;"> <em><span style="color: red;">O guará (presente na capa do livro) simboliza além da resistência magnífica, simboliza também a vida e a sabedoria através da sua cor escarlate, uma mistura de laranja e vermelho, que só é possível com o instinto de coletar crustáceos para pigmentar e manter viva a sua cor, dando beleza ao ambiente natural; portanto, o guará é o símbolo de fortaleza e resistência de luta para sobreviver em seu melhor habitat: a natureza. Em muitos aspectos podemos relacionar com a vida de um professor pesquisador, sobretudo, ao professor da área de linguagem. Agora é só deixara imaginação fluir. Com satisfação que convidamos você para o lançamento do livro Linguagens, saberes e interculturalidade no dia 05 de setembro, no estande da EDUEPA, de 17:15 às 18:00.</span></em></div><br />
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<span style="color: red;">NO DIA 06 DE SETEMBRO</span><br />
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<div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Na Sala Pará, de 10h30 às 12h, ocorre o Ciclo de Educação, sob a responsabilidade da UEPA. Na mesa redonda, teremos a professora Débora Cristina do Nascimento Ferreira que proferirá a palestra “Letramentos locais e práticas de ensino de língua portuguesa” </span></div><span style="color: red;"><br />
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<span style="color: red;">XV Feira do Livro </span><br />
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<span style="color: red;">Data: 02 a 11/09/2011, das 10h às 22h</span><br />
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<span style="color: red;">Local: Hangar Convenções e Feiras da Amazônia</span><br />
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Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-82478820017698633702011-05-07T13:52:00.001-07:002011-05-13T10:19:21.558-07:00A ANÁLISE DO DISCURSO ANALISA A LITERATURA: PROPOSTA DE TRABALHO PARA ALUNOS DO CURSO DE LETRAS UEPA-ACARÁ<div align="center"><br />
<strong>O MIL VEZES FRACASSADO EUTANÁZIO</strong></div><br />
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<div align="justify">EDINALDO MIRANDA<br />
JOÃO ELIZIO DA ROCHA NETO<br />
NATALINA ABREU CORRÊA<br />
NAZARÉ HELENA VAZ DA CONCEIÇÃO<br />
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RESUMO: Chove nos Campos de Cachoeira, de DalcÍdio Jurandir retrata o início da saga do menino Alfredo, essa obra, a primeira do Ciclo do Extremo Norte, particularmente da maior ênfase ao personagem de Eutanázio, coprotagonista da história, oscilando entre documentário e autobiografia, colocando lado a lado as notas psicológicas e as líricas, narra a trajetória existencial de um homem um homem perante um universo dramático do preconceito e seus conflitos interiores. Esse escritor paraense que ficou esquecido durante tanto tempo, talvez porque, seu modo de falar dos problemas sociais passasse antes pela subjetividade. Exceto alguns estudos esparsos, só a partir da década de 1990 passou a ser pesquisado mais sistematicamente, embora ainda de modo localizado, oferecendo facetas diversas, a obra dalcidiana permite as mais diversas abordagens, por meio da análise de personagens, desse autor que seguramente não pode circunscrever-se nos limites da Amazônia. Uma voz grave, quase sussurrada, foi à escolha de Dalcídio Jurandir para contar a existência dos habitantes do Extremo Norte. Este escritor marajoara optou por um tom menor, bem abaixo do utilizado por Alberto Rangel, Euclides da Cunha e outros: afinal, o ciclo da borracha terminara e a decadência começou a tomar conta da cena. Os heróis se foram e no palco restaram apenas os até então vistos apenas como coadjuvantes, as pessoas comuns, vivendo o seu dia-a-dia.<br />
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PALAVRAS-CHAVES: Eutanázio. Anti-herói. Universal<br />
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INTRODUÇÃO<br />
Esta análise tem por finalidade apresentar de modo claro e conciso a abordagem possível ao estudar a obra romanesca de Dalcídio Jurandir, nosso foco incidirá na personagem do Eutanázio e no universo em que transita justamente para não perdermos de vista o olhar social do autor e para podermos justificar a complexidade e excelência de sua literatura, o que, cremos, engrossará o caudal daqueles que tentam tirar esse escritor do limbo e delinear novas páginas para a História da Literatura Brasileira. Chove nos campos de cachoeira é uma vasta narrativa de aprendizagem, obedece ao fluxo histórico do tempo, com personagens recorrentes, em meio a outras que saem de cena após cumprir o seu papel. Oscilando entre documentário e autobiografia, colocando lado a lado as notas psicológicas e as líricas, narra a trajetória existencial de um homem um homem perante um universo dramático do preconceito e seus conflitos interiores.<br />
Chove nos campos de Cachoeira é a obra introdutória do ciclo do Extremo Norte, e na qual se inicia o trajeto de Alfredo, herói dalcidiano de todo o ciclo, embora especificamente nesta primeira obra o destaque seja o coprotagonista, o mil vezes fracassado Eutanázio, seu irmão mais velho doente e depressivo, é um personagem central e herói agônico que encerra seu percurso cedendo lugar a Alfredo que inicia o seu. O universo caboclo é apresentado através de linguagem profundamente elaborada, em discursos íntimos que revelam sentimentos e dramas existenciais. Mesmo levando-se em conta sua natureza ficcional, é inegável abastecer-se da rememoração e dessa forma estabelece um intenso e duplo diálogo: por um lado refletindo a realidade do dia a dia dos caboclos, e por outro penetrando nas suas questões de fé, seu sofrimento íntimo, sua solidão, sua busca por razões e ultimicidade, em suma, suas questões de alma.<br />
Esse escritor paraense que ficou esquecido durante tanto tempo, talvez porque, seu modo de falar dos problemas sociais passasse antes pela subjetividade. Exceto alguns estudos esparsos, só a partir da década de 1990 passou a ser pesquisado mais sistematicamente, embora ainda de modo localizado, oferecendo facetas diversas, a obra dalcidiana permite as mais diversas abordagens, por meio da análise de personagens, desse autor que seguramente não pode circunscrever-se nos limites da Amazônia.<br />
REFERENCIAL TEÓRICO<br />
A Palavra intertextualidade foi à primeira considerada como bakhtiniana, a ganhar o prestígio no Ocidente, isso graças à obra de Julia Kristeva, que em 1967, publica na Critique, uma longa discussão acerca das teorias bakhtiniana, a preocupação da semioticista era discutir o texto literário. Segundo ela, para Bakhtin, o discurso literário “não é um ponto, mas um cruzamento de superfícies textuais, um diálogo de escrituras” (Kristeva, 1967, p.439) Todo texto constrói-se, ”como um mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto”(idem,p.440). Em sua leitura da obra de Bakhtin, Kristeva identifica discurso e texto: O discurso (o texto) é um cruzamento de discursos (de textos) em que se lê, pelo menos, um outro discurso(texto)”(idem,p.84). Afirma ainda que, no lugar da noção de intersubjetividade, instala-se a de intertextualidade<br />
Falar sobre a obra de dalcidiana significa não só rever a escrita da história da literatura brasileira, mas também ser consciente das particularidades da obra: a estrutura do romance moderno. O reconhecimento a esse autor caracteriza-se melhor como rememoração: tirar do esquecimento da história da literatura, da história dos vencedores, a história dos vencidos. Dalcídio Jurandir faz parte do grito do absurdo na literatura moderna brasileira: através do grito do personagem Eutanázio em Chove nos Campos de Cachoeira, primeiro romance do “Ciclo do Extremo Norte”, escrito 1929, publicado 1941. O anti-herói, personagem central Eutanázio, morre para dar vida ao Alfredo, herói dalcidiano — os heróis dos romances estão na ‘vertical’ da sociedade, ao construir o “quadro romanesco sobre a vida paraense em termos de ficção”, não se sujeitou a normas pré-determinadas, mas se tornou cantor de “uma aristocracia de pé no chão”, posto retratar principalmente pobres e decaídos nos dez volumes de Extremo Norte.<br />
Para Roland Barthes: o texto é “a superfície fenomênica da obra literária: é o tecido das palavras utilizadas na obra e organizadas de maneira a impor um sentido estável e tanto quanto possível único”. A linguagem estava dividida em duas regiões distintas e heterogêneas para fins de analise: a lingüística, e a retórica. Barthes propugna a constituição de uma semanálise, o texto, diverso daqueles dos campos do conhecimento. Em Bakhtin, a questão do interdiscurso aparece sob o nome de dialogismo, equivale a diálogo. Há dois tipos de dialogismo: o entre interlocutores e o entre discurso. Os homens não tem acesso direto à realidade, pois nossa relação com ela é sempre mediada pela linguagem, nosso discurso não se relaciona diretamente com as coisas, mas com outros discursos. O dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, uma vez que todo discurso concreto encontra o objeto para o qual está voltado sempre, desacreditado, contestado, avaliado, envolvido por sua névoa escura, pelo contrario, iluminado pelos discursos de outrem que já falaram sobre ele.<br />
Algumas características marcam a obra de Dalcídio Jurandir como obra literária: a linguagem altamente poética, o recurso lingüístico moderno: o discurso indireto livre (veja bem no início do Chove nos campos de Cachoeira, o encontro Eutanázio – Dona Gemi) que Mikhail Bakhtin (1999) conceitua como fenômeno de pensamento, o tempo da narração/narrativa: somente 3 a 4 meses passam, na verdade, só 4 dias constroem o plano da narração do Chove, 16 dos 20 capítulos e poucos anos para todo Ciclo de dez romances. A cor local, regional e nacional caracteriza a geografia dos acontecimentos, dos personagens e dos autores, mas não são critérios estéticos ou genéricos. A essência da história, dos conflitos, dos sentimentos e pensamentos expressa a qualidade humana como tal. Separar a linguagem da realidade permite duas percepções: a realidade que vivemos no presente que se torna logo imaginária, pois estamos no eterno presente da memória. A linguagem permite a recriação da realidade como imaginária. Facticidade e imaginação se confundem. E a linguagem poética há uma dinâmica própria, as imagens se confundem com a musicalidade enquanto leitura, o que funciona como o enredo de um romance realista.<br />
Enquanto o tempo da interseção, o psicológico irrompe e questiona esta estrutura simbólica e dá voz a “instabilidade oculta” do discurso dominante da História. O topo da narrativa dalcidiana não é nem a idéia do realismo e do social (embora auto declarado e visível), nem o regional-folclórico do norte, do amazônida, mas uma estranha e fascinante temporalidade do um e do outro: do universal e do local. Nos discursos das personagens em Chove nos Campos, mais precisamente de seu Eutanázio o autor tem uma idéia bem realista, pois expõe os sentimentos mais obscuros e perversos de uma pessoa amarga e infeliz, seria como menciona Lacan “a linguagem é a condição do inconsciente” (apud, Mussalim 2001, p 107)<br />
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METODOLOGIA<br />
Embora tenha sido bastante premiado em vida, a obra de Dalcídio Jurandir não ganhou o reconhecimento merecido dentro do cenário da literatura nacional nem se tornou conhecida do grande público. Pode-se dizer que a falta de acesso aos seus livros, esgotados há vários anos, contribuiu bastante para isso. No entanto, seu talento chamou a atenção desde a primeira obra. Chove nos Campos de Cachoeira recebeu o primeiro lugar no Concurso Literário Nacional, instituído pelo jornal Dom Casmurro e pela Editora Vecchi, em 1940. A comissão julgadora contava com nomes de peso, como Jorge Amado, Oswald de Andrade e Raquel de Queiroz. Chove nos Campos de Cachoeira é o primeiro livro da série intitulada "Ciclo do Extremo-Norte". Os dez volumes, publicados até 1978, traçam um irretocável painel da vida amazônica, envolvendo dramas humanos e questões sociais que permanecem atuais. O conjunto da obra de Dalcídio recebeu, em 1972, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.<br />
A obra dalcidiana “O Ciclo do Extremo Norte”, escrita entre 1939 e 1978, quebra com uma tradição literária sobre a Amazônia, marcada pela grandiloqüência de imagens, na tentativa de revelar uma natureza opulenta e majestosa. , o autor traça um painel da Amazônia pós auge do ciclo da borracha e nos revela as fantasmagorias desse ciclo econômico na região. É visível o trabalho de Dalcídio Jurandir em aprimorar as técnicas narrativas de romance em romance, no sentido de produzir uma obra sempre inovadora, que já começa, na década de trinta, distanciada do naturalismo de grande parte da produção da década, e termina próxima das boas obras dos anos setenta, apresentando o esfacelamento como um de seus traços de composição. Chove nos campos de Cachoeira é vista como uma espécie de detalhe ampliado do que já constava do quadro traçado no romance inaugural: uma comunidade assentada sobre as diferenças sociais, determinadas pela estrutura latifundiária.<br />
É nesta obra também que o entrelaçamento com a literatura popular mais se evidencia, a personagem Alfredo, está presente em nove das dez narrativas que compõem o Ciclo do Extremo Norte. É ele quem conduz o leitor não só pelos espaços sinalizados pela ruína, pela decadência, mas também pelos caminhos de sua interioridade, reconstituindo a trajetória de menino a homem feito. Caminho percorrido em dupla, diga-se, porque sempre acompanhado da sombra de seu meio-irmão, o fracassado Eutanázio, O escritor se impõe a liberdade de criar ou de retratar seus personagens das narrativas sem censurá-los, sem moralismo e com maior ou menor distanciamento ou discrição. O romancista seleciona e escolhe quem representar e, a partir das anotações acerca de imagens recorrentes apresentadas, deixa ou faz com que seus personagens se apropriem das imagens observadas (lembranças registradas em algum momento de sua vida), manifestando, assim, o seu desejo de vê-las reproduzidas e difundidas. O autor Dalcídio Jurandir nasceu no Marajó, era, sem dúvida, um escritor geograficamente enraizado em suas obras, que ora elegia a ruralidade ora a urbanidade ou as relações entre elas como objetos de sua percepção.<br />
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Dalcídio Jurandir Ramos Pereira nasceu na Vila de Ponta de Pedras, Ilha de Marajó, em 10 de janeiro de 1909, e faleceu no Rio, em 16 de junho de 1979. Marcam-lhe a trajetória de vida a atuação esquerdista e a atividade jornalística emparelhadas à produção de vasta obra literária. Em Vila de Cachoeira (Marajó), viveu os doze primeiros anos e aprendeu a- ler com a mãe, Margarida Ramos. Membro ativo do partido Comunista, a partir de 1922, parte para viagem para várias cidades do interior do Pará e para o Rio de Janeiro, colaborou no periódico Terra Imatura. Aos vinte anos iniciou-se ficcionista, escrevendo o que se pode denominar primeira versão do livro Chove nos campos de Cachoeira, isso em1939, que o lançaria, em 1940 no cenário nacional, quando foi premiado no concurso instituído pelo jornal Dom Casmurro e pela Editora Vecchi. Sua obra somente foi publicada no ano seguinte, mas inicia, então, a concretização do projeto de traçar em dez romances um quadro da vida paraense, sob o título geral de Extremo Norte. Em 1972 recebeu prêmio da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de suas obras, em 1978 publicou seu último romance do Ciclo do Extremo Norte. Faleceu em 16 de junho de 1979, no Rio de Janeiro.<br />
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A geração literária de Belém na década de 20 destacou-se pela revista “Belém Nova”, foi um subterfúgio usado para a compreensão do que estava acontecendo no âmbito literário e intelectual, a literatura local era encaminhada para renovação se instalava no país, através da produção do intercambio entre intelectuais e outros estados. Dalcidio Jurandir foi redator do periódico Terra Imatura, que circulou durante o período da 2ª guerra mundial, no momento em que Belém passava por transformações urbanas, e as pessoas por mudanças de comportamento, após o fechamento da revista a vida literária local estagnou.<br />
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ANÁLISE<br />
O trabalho de análise resultou para observarmos as particularidades que definem uma obra chamada de literatura, pois os personagens dalcidianos embora sejam habitantes de uma periferia do mundo e refletem as dores sociais e dramas existenciais de caráter comum. Personagens que, na sua individualidade, expressam o coletivo nortista, brasileiro e também universal. Fica explícita sua obstinação em penetrar o íntimo da subjetividade humana e extrair disso o fundamento de sua opção ideológica, suas meticulosas observações sobre modo de vida, os hábitos, as visões de mundo, os sonhos, os dramas individuais e coletivos, são a farta matéria prima a partir da qual o autor elabora seus romances.<br />
“A ideologia é bem um sistema de representações, são na maior parte imagens, conceitos que se impõem á maioria dos homens, sem passar por suas consciências”. (Althusser,1970)<br />
Jurandir foi um leitor atento e apaixonado do romance do século XIX, particularmente do romance russo. Envolvido com o ideal da “objetividade” do estilo realista/naturalista, mas sensível ao mundo subjetivo e psicológico de Dostoievski, Jurandir busca seu próprio caminho na poesia, criando na sua obra de uma visibilidade externa (Chove nos campos de Cachoeira, Três Casas e um Rio, Marajó, etc.). Podemos chamar todos os títulos do “Ciclo do Extremo Norte”, por “necessidade” cultural-ideológica. É mais do que uma introspecção de Eutanázio; é a sondagem existencial de um grupo de seres humanos: os ribeirinhos do interior do Pará, os habitantes da Ilha de Marajó, reconhecendo a ligação dialética entre o coletivo e o individual. O grito na obra de Dalcídio Jurandir é o grito existencial diante do vazio do abandono, do ribeirinho, o grito de um sujeito saindo da “existência inautêntica, mergulhando no anonimato total”. Eutanázio e Alfredo não são habitantes dos centros, mas as experiências individuais deles, como personagens, envolvem “todo o árduo de contar da própria coletividade”.<br />
Em Chove nos campos de Cachoeira, Eutanásio é um homem de quase 40 anos, solteiro, solitário, taciturno, sente desprezo e é desprezado pela vida, teve uma infância infeliz, numa de suas introspecções, acredita que sua mãe lhe “botou no mundo”, a gravidez fora uma ”prisão de ventre de nove meses e sua mãe parira um excremento” (p 22). Os sonhos vieram abaixo como paredões desabados, pelo fato de nunca poder fazer o que ele desejava não seguir carreira na profissão que escolhera ser sempre motivo de chacota das irmãs e do pai, que ignoravam, repudiavam os pequenos poemas escritos por ele. Cresceu em Belém, onde queria ser General, talvez pelo fato de seu pai ser Major, desenvolveu um certo desejo e fascinação por guerras, figuras de assassinatos, apedrejava os cães, molestava as galinhas e feria a molecada. Mais tarde quis ser enfermeiro e praticava o oficio nas galinhas, nos cães, em todos os bichos que lhe pareciam necessitados de socorro, porém tudo foi por água abaixo quando um galo que ele cuidava da asa lhe bicou o dedo. Eutanásio é descrito desgraçadamente, pois até sua felicidade estava no desdém de Irene, que o repudiava e o ridicularizava. No trecho da obra que fala em relação à Felícia “mesmo pelo fato de ela estar talvez doente era como uma abstenção que o tentava” (p 26), sugere auto punição, além de todos seus conflitos internos, em que se escancaram os sentimentos, as incompreensões, as frustrações e os sofrimentos mais profundos, ainda faltava algo, a doença que o deixara podre em vida, o personagem, aponta seu sentimento de luto suicida e autodestruição, que o acompanham desde o nascimento.<br />
O discurso literário “não é um ponto, mas um cruzamento de superfícies textuais, um diálogo de várias escrituras”. Todo texto constrói-se: como um mosaico de citações. Todo texto é absorção e transformação de um outro texto.(Kristeva,1967, p 440)<br />
O regionalismo é a característica mais marcante das obras desse escritor paraense, defensor fervoroso de nossas raízes, é um fabulista popular, engajado na reconstituição do mundo ao redor da Amazônia, num estilo singelo, permeável a coloquialismos e expressões locais. Estas mesmas características encontraram nas obras de Jorge Amado, que tem sua marca registrada, o regionalismo bastante apurado e convincente, assim como personagens descritos de uma maneira que podemos vislumbrá-los dentro de uma realidade. Observamos nos personagens do livro Capitães de Areia de Jorge Amado (1937), um deles em particular o Sem Pernas, uma analogia a o Eutanázio, o lado do mestiço, dos favelados, dos proletários, também o caboclo ribeirinho é retratado, colocando a arte e a literatura com uma função pública e política perante a sociedade, sentimento de brasilidade na busca de uma arte verdadeiramente nacional traz à tona os retratos do povo comum.<br />
Tal diálogo entre a literatura e a realidade, em Dalcídio Jurandir adquire o caráter de drama humano e de denúncia, nisso consiste, em grande medida, o profundo significado dessa obra, que traz a mostra o ser humano pobre, desconhecido, aleijado das decisões sobre seu próprio destino, restando ao final somente o desabar, decair, prostrar-se em desesperança. Não foi a toa que o nome escolhido pelo autor para o personagem, Eutanázio, já contém em si uma identificação sugestiva: thanatos, em grego, morte, que ultrapassa o sentido físico e toma o sentido de um princípio de existência, e que neste sentido se opõe ao eros. O sentimento masoquista do desejo, de prazer e alívio pela morte O drama íntimo de Eutanázio se exaspera na paixão não correspondida por Irene. Novamente a ironia do autor em nominar personagem: eirenê, paz em grego. Irene não é a paz, pelo contrário, é a angústia e maior razão do auto-aniquilamento de Eutanázio.<br />
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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
A relevância do trabalho é a valorização da cultura popular, analisada a partir de novos paradigmas, incorporando o passado e as tradições nacionais, não como elementos estáticos, mas como ferramentas da criação. Dessa forma, o passado, a tradição, o primitivo, como fontes de um sentimentalismo original, passam a ser incorporados aos novos elementos modernos. Neste sentido, a obra literária, e particularmente a obra dalcidiana, representa um acervo inestimável e um modo de acesso privilegiado. A profundidade com que Dalcídio Jurandir retrata a cultura popular do Marajó, incluindo suas lendas e mitos, faz muito mais do que uma descrição, mas um resgate fundamental para a preservação da cultura amazônica marajoara. Isso nos sugere que sua obra significa uma importantíssima transição da oralidade para o texto escrito.<br />
Não concordamos com muitos críticos que colocaram as obras de Dalcidio Jurandir como mera expressão do folclore popular amazônico, chamando suas obras de regionalismo documentalista, de apenas um quadro de costumes, lendas, modismos, festas e ditos populares. Pois só agora recente tornaram-se fundamentos para uma nova recepção: a relação do oral e da escrita, técnica narrativa, evolução estilística. Concluímos que podemos identificar em muitas outras obras um Eutanázio, no meio dos meninos de Capitães da Areia, de Jorge Amado, como encontrá-lo no personagem Heathcliff, o cigano de O morro dos ventos uivantes, de Emily Bronte, são personagens que refletem as dores sociais e dramas existenciais de caráter universal.<br />
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
ALTHUSSER, l. <strong>Ideologia e aparelhos ideológicos do estudo</strong>. Trad. J.J. Moura Ramos. Lisboa, Presença/Martins Fontes, 1974. (título original, 1970).<br />
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. 80ª ed. Rio de Janeiro, 1995.<br />
BRONTE, Emily, <strong>O Morro dos Ventos Uivantes</strong>: o amor nunca morre. Trad. A. M. Chaves. – São Paulo : Lua de Papel, 2009.<br />
FIORIN, José Luiz. <strong>Interdiscursividade e Intertextualidade</strong>. Tendências da Análise do Discurso. In: Cadernos de Estudos Lingüísticos. Campinas, UNICAMP- IEL, N. 19, jul./dez. 1990.<br />
JURANDIR, Dalcidio. <strong>Chove nos Campos de Cachoeira</strong>. -ed. Especial- Belém: Cejup/ Secult, 1997.<br />
KRISTEVA, Julia. Bakhtine, le mot, le dialogique et le roman. Critique. Revue générale de publications. Paris, v. 29, fascículo 239, abr. 1967, PP. 438-65.<br />
MUSSALIN, Fernanda. A Análise do Discurso. In MUSSALIN, F. BENTES, Anna Christina. <strong>Introdução à Linguística</strong> 2 – domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. </div><br />
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<strong>ANÁLISE DO LIVRO VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS</strong><br />
Edimilson Lobato da Silva<br />
Raimundo Zaire Soares da Cruz<br />
Sergio de Sousa Lourinho<br />
Valdenilson Modesto Carneiro </div><br />
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<div align="justify">RESUMO<br />
Esta obra publicada em 1938 nos mostra uma família do sertão nordestino, pobre e que estão em busca de um local para viver. Fabiano que é o chefe da família, junto com sua esposa Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cachorra baleia estão de mudança, quando encontram uma casa que parece estar abandonada e decidem passar a noite naquele local. O que eles não esperavam é que o dono da casa aparecesse e é justamente o que acontece, o mesmo ameaça expulsá-los, Fabiano fazendo-se de desentendido, implora por trabalho e isso faz com que eles fiquem na fazenda. Passa-se um ano e Fabiano já é empregado da fazenda, no entanto não recebe seu salário dignamente, um dia indo à cidade fazer compras para Sinhá Vitória, Fabiano é convidado por um soldado para jogar baralho com outros apostadores, começou a apostar todo o seu salário, que não era muito, e quando percebeu que estava perdendo resolveu sair de mancinho sem se despedir, foi quando Fabiano acabou sendo abordado pelo soldado, momento em que inicia-se uma discussão entre os personagens. O soldado chama a policia e o retirante (Fabiano) acaba sendo preso acusado injustamente e também é agredido com um facão. A figura do soldado simboliza o governo e, com isto, o autor quer passar a idéia de que não é só a seca que faz do retirante um bicho, mas também as arbitrariedades cometidas pela autoridade. Enquanto isso, Sinhá Vitória está em casa com as crianças. Uma vez que o marido deseja um dia saber expressar-se bem, diante dos demais, a mulher deseja apenas possuir uma cama de couro, parecida com a de seu Tomás da bolandeira, senhor culto que é uma referência na cidade. Ela acaba relembrando a viagem, a morte do papagaio, o medo da seca e a presença do marido que lhe dá segurança. A obra continua sendo construída em quadros com os seus capítulos independentes e que não se articulam formalmente entre si, tem um quadro para o menino mais novo, outro para o menino mais velho, outro para o inverno, a festa, a baleia, as contas, o soldado amarelo, o mundo coberto de penas e finalmente a fuga, que acontece quando a esposa junta-se ao marido e sonham juntos. O livro termina com uma mistura de sonhos, frustração e descrença. Fabiano mata um bezerro, salga a carne e partem de madrugada para o sul.<br />
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PALAVRAS CHAVES – Trabalho. Frustração. Sonho.<br />
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OBJETIVO:<br />
Analisar o romance Vidas Secas, a presença e a predominância dos aparelhos ideológicos de estado e dos aparelhos repressivos de Estado, suas ideologias e também a manifestação de como acontece na obra o discurso e o interdiscurso.<br />
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REFERENCIAL TEORICO:<br />
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Na metáfora marxista do edifício social, percebemos que a infraestrutura (base econômica) determina a superestrutura (instâncias político-jurídicas e ideológicas). A grande vantagem teórica desta metáfora é o fato de fazer ver que as questões de determinação são capitais, mostra que é a base que determina todo o edifício e obriga a refletir acerca do tipo de eficácia derivada da superestrutura, sobre sua autonomia relativa e a ação de retorno da superestrutura sobre a base.<br />
Nesta metáfora, ou seja, nesta relação de classes, encontramos ainda os Aparelhos Repressivos do Estado (ARE) e os Aparelhos Ideológicos de Estado (AIEs). Estes Aparelhos não se confundem, pois o Repressivo funciona através do emprego da força “violência”, enquanto que a ideologia é utilizada para os demais como por exemplo: família, escola, judiciário, igreja, partidos políticos, sindicatos e outros. Faz uma distinção entre o poder do estado e o aparelho do estado, sendo o ultimo o corpo das instituições que constituem o Aparelho Repressivo do Estado e o corpo de instituições que representam o corpo dos Aparelhos Ideológicos de Estado.<br />
Existe um único Aparelho (repressivo) de Estado, enquanto que existe uma pluralidade de Aparelhos Ideológicos de Estado.<br />
Podemos concluir que é uma estratégia política que prega a luta a se travar fora do estado em sentido amplo, pois não considera a ideologia como algo determinado no processo de produção, preferindo vê-la como atribuição do Estado, com o objetivo de assegurar a determinação. Através do Estado, a classe dominante monta um aparelho de coerção e de repressão social, que lhe permite exercer o poder sobre toda a sociedade, fazendo submeter-se às regras políticas. O grande instrumento do Estado é o direito, isto é, o estabelecimento de leis que regulam as relações sociais em proveito dos dominantes. Através do Direito, o Estado aparece como legal, ou seja, como “Estado de direito”. A dominação de uma classe é substituída pela idéia de interesse geral encarnado pelo Estado.<br />
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METODOLOGIA:<br />
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA:<br />
Vidas Secas de Graciliano Ramos;<br />
Análise do discurso de Fernanda Mussalim;<br />
O primado da prática: uma quarta época para a análise do discurso de Nelson Barros da Costa;<br />
Interdiscursividade e Intertextualidade de José Luiz Fiorin.<br />
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ANÁLISE:<br />
A base econômica do capitalismo tal como ele foi compreendido pelas teorias Marxistas. As relações de produção implicam divisão de trabalho entre aqueles que são donos do capital e aqueles que vendem a mão-de-obra. Esse modo de produção é a base econômica da sociedade capitalista.<br />
Partindo desse pressuposto, nos reportamos à época em que vivem o Nordestino Fabiano e sua família, em uma verdadeira peregrinação, sofrida sem expectativas de mudanças, vivendo sob uma ideologia dominante, ora imposta pelo patrão da fazenda, ora pelo estado, na forma de seu representante legal o soldado amarelo.<br />
Althusser levanta a necessidade de se considerar que a infra-estrutura determina a superestrutura, ou seja, que a base econômica é que determina o funcionamento das instâncias político-jurídicas e ideológicas de uma sociedade.<br />
Fernanda Mussalim afirma que o que tradicionalmente se chama de Estado é um aparelho repressivo do Estado (ARE), que funciona movido “pela violência” e cuja ação é complementada por instituições – a escola, a religião, por exemplo, que funcionam “pela ideologia” e são denominadas aparelhos ideológicos de Estado (AIE).<br />
Dentro desse contexto, ao lermos a obra Vidas Secas compartilhamos o sofrimento vivido por Fabiano, um homem rústico, aparentemente alcoólatra, viciado em jogo e que é brutalmente perturbado, seja por sua vida material, seja por seu psicológico, que o inflama e distorce todo o seu patamar de vida transformando-o, por vezes, em um feroz chegando às virtudes de um louco parecido com um animal.<br />
Fabiano e sua família são levados a conviver com a ideologia repugnante, imposta a eles como um meio de vida, ou seja, sempre conviveram desta forma e por mais que busquem realizar seus sonhos nunca conseguirão, a humilhação imposta aos mesmos e o sofrimento pelos quais eles passam, pelo seu próprio contexto histórico e que atinge toda uma esfera regida pelo estado onde o mesmo não consegue suprir as necessidades básicas do povo que vive a mercê, jogados à própria sorte e debaixo somente da supremacia divina.<br />
O sofrimento imposto, tanto pelos órgãos repressores do Estado, como pela ideologia exorbitante, condena desde o mais faminto ser humano até o mais obscuro dos sonhos a não ter acesso e respeito, aos mais puros sentimentos de alivio de seus fardos e ao mais nobre dos preceitos da humanidade: “o respeito à vida”.<br />
Citando José Luis Fiorin, podemos notar o interdiscurso, ou seja, o discurso do personagem Fabiano, dentro do discurso do narrador o autor Graciliano Ramos.<br />
Apesar de serem apenas monólogos ou impulsos e retruncos, Fabiano com toda sua falta de cultura não deixa de ser um enunciador, um produtor de algo, ou melhor, um propagador de sofrimentos, apesar de poucos relatos de sua fala ou de seus monólogos.<br />
Bakhtin, aborda o dialogismo que é a forma particular de composição do discurso e também é o modo de funcionamento real da linguagem e portanto é seu principio constitutivo.<br />
Os homens não tem acesso direto a realidade, pois nossa relação com ela é sempre mediada pela linguagem, isto significa que o nosso discurso não se relaciona diretamente com as coisas, mas com outros discursos, que semiotizam o mundo. Essa relação entre discurso é o dialogismo que é o modo de funcionamento real da linguagem. (FIORIN, p.167).<br />
Assim voltando ao personagem Fabiano é perceptível, em alguns momentos, o autor ressaltar a fala do mesmo que apesar de sua desgraça, sua falta de sorte e sua repugnação, deixa escapar por vezes, seus sonhos em forma de expressões e de palavras, pois como vimos “não existe objeto que não seja cercado em volto, embebido em discurso, todo discurso dialoga com outros discursos, toda palavra é cercada de outras palavras”. (BAKHTIN, 1992, p. 319).<br />
Em um terceiro momento, nos aportamos aos conhecimentos e aos estudos de Nelson Barros da Costa, onde mais uma vez nos remonta às idéias de Karl Marx (1987ª, 1987b, 1987, com Engels) e especialmente da leitura que delas fez o filósofo Louis Althusser (2001, 1979a, 1979b). Segundo essa concepção, os homens ao se agruparem para garantir a produção material da vida, os homens teriam criado formações sociais, estruturas fundadas na divisão do trabalho. Tal divisão teria sido baseada, inicialmente, nas aptidões físicas dos indivíduos e, posteriormente, na apropriação do excedente de produção por um grupo e pela conseqüente separação entre trabalho manual e intelectual. A sociedade assim dividida em classes precisou constituir meios que assegurassem a coesão social, o que daí por diante consistiria na reprodução dos mecanismos de exploração de classe.<br />
Conforme Althusser (2001), o conjunto desses mecanismos seria articulado pelo estado, instância de poder constituída pela classe dominante com a missão de “assegurar (...) as condições políticas da reprodução das relações de produção que são em ultima análise relações de exploração” (p. 56).<br />
Esses mecanismos teriam duas formas básicas de atuação: a repressão e a ideologia. (NELSON BARROS, 2005, p. 18).<br />
Com esses conceitos, ainda podemos notar que as ideologias, juntamente com a repressão, ainda são preponderantes até os dias atuais, não deixando assim de encurralar e atropelar os sonhos daqueles que são menosprezados por uma sociedade cada vez menos igualitária e propagadora de direitos iguais para todos, crucificando principalmente, neste caso o povo nordestino, que é citado na obra de Graciliano Ramos, como é o caso de nosso personagem Fabiano e de sua família.<br />
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BIOGRAFIA<br />
VIDA E OBRA DE GRACILIANO RAMOS<br />
Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo, Alagoas, em outubro de 1892. Onde viveu durante sua infância e parte da adolescência. O primeiro dos quinze filhos, Graciliano Ramos foi sempre visto pela família como um sujeito difícil, taciturno e introspectivo. Fez os estudos secundários em Maceió, sem, no entanto, cursar nenhuma faculdade. O pai vivia do comércio e o filho mais velho foi aventurar-se: esteve, por breve período, no Rio de Janeiro, onde, por volta de 1914, trabalhou como revisor e redator nos jornais Correio da Manhã e A Tarde. Volta ao Nordeste e passa a ser jornalista, fazendo política também. Foi prefeito de Palmeira dos Índios entre os anos de 1928 e 1930. É dessa época o seu primeiro romance (Caetés, 1933). De 1930 a 1936 vive em Maceió, dirigindo a Imprensa e a Instrução do Estado de Alagoas. De março de 1936 a janeiro de 1937, vive a época mais difícil de sua vida. Acusado de subversivo e comunista, passa dez meses de prisão em prisão sem saber do que o acusam, sem sequer ser ouvido em depoimentos ou processos.<br />
Desse tempo terrível, nascerá mais tarde Memórias do Cárcere, um relato que soma a angústia de existir, o medo e a inquietação. Muda-se para o Rio de Janeiro. Seus romances, histórias para crianças e artigos passam a ser reconhecidos como o maior legado literário desde Machado de Assis. Em 1945, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro e, em 1952, viaja para a Rússia e países comunistas; o que presenciou nessa peregrinação está contido num outro livro: Viagem (1954). Em 1953, morre no Rio, vítima de câncer. Suas obras já foram traduzidas para o russo, francês, inglês, alemão. E, em 1964, o romance Vidas Secas ganhou versão cinematográfica pelas mãos de Nélson Pereira dos Santos.<br />
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CONCLUSÃO:<br />
Esta obra que é um grande clássico da literatura universal é classificada como um Romance, no entanto, alguns autores chegam a classificá-la como conto, outros como sendo uma novela, mas o que se pode dizer verdadeiramente é que vemos na obra um grande drama do retirante (Fabiano) e sua família, que a todo custo desejam fugir da seca e que vivem em extrema pobreza, os quais vivem um relacionamento seco e doloroso, a história conta com os seguintes participantes: Fabiano o chefe da família, Sinhá Vitória, sua mulher, o menino mais novo, o menino mais velho, a cadela Baleia e o papagaio completam o grupo de retirantes.<br />
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:<br />
RAMOS, Graciliano. <strong>Vidas Secas</strong>. São Paulo: Record, 2000.<br />
MUSSALIN, Fernanda. A Análise do Discurso. In MUSSALIN, F. BENTES, Anna Christina. <strong>Introdução à Linguística</strong> 2 – domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001.<br />
FIORIN, J. L. Tendências da Análise do Discurso. In: Cadernos de Estudos Linguísticos. Campinas, UNICAMP – IEL, n. 19, Jul./dez., 1990.<br />
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<strong>ANÁLISE DO LIVRO “DOIDINHO</strong>”<br />
Cristiane P. Monteiro Paiva<br />
Francisca Rodrigues Wanzeler<br />
Rosangela do S. O. Ferreira</div><br />
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RESUMO:<br />
O Livro “Doidinho” é um romance brasileiro escrito por José Lins do Rego, publicado em 1933. O título do livro é o apelido que Carlos de Melo, agora com 12 anos, narra às experiências do personagem como interno em um colégio severo. É uma das três primeiras narrativas do autor com o Menino do Engenho e Banguê, que constituem o Ciclo da cana de açúcar. A obra narra às experiências do menino Carlos de Melo (Doidinho), como um aluno do Instituto Nossa Senhora do Carmo, sobre o comando do professor Maciel, um homem “opressor”, no modo de educar seus alunos, pois o seu maior instrumento de educação era o uso da palmatória, além dos castigos impostos por ele. Carlos sofre na pele as injustiças cometidas pelo diretor, e tem como desejo retornar ao engenho Santa Rosa do avô José Paulino. O Livro trata de temas relevantes, como a Pedagogia de Ensino (palmatória), o desejo de voltar ao lar, educação tradicional, a religião, as questões sociais.<br />
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Palavras - chave: Educação tradicional. Pedagogia de ensino. Questões sociais.<br />
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1.INTRODUÇÃO:<br />
O Romance de José Lins do Rego “Doidinho” é uma obra que tem como tema principal a “Educação Tradicional”, de um Colégio regido por um professor rigoroso no modo de educar, que tem como pedagogia de ensino a tão cruel palmatória. O colégio como um todo, o diretor, os alunos e os funcionários são a representação de uma sociedade injusta e repressiva, contra a qual o protagonista se opõe. A obra foi escolhida por abordar diversos temas relevantes para a educação atual, em que irá contribuir positivamente no ensino aprendizagem de alunos de todas as idades, pois esta obra vem mostrar aos leitores as injustiças e opressões sofridas pelos alunos do colégio Nossa Senhora do Carmo. O que faz despertar em Doidinho o enorme desejo de retorno ao seio familiar, porém ao mesmo tempo sentia grande vontade de aprender e se tornar uma pessoa culta.<br />
A Obra “Doidinho” é de grande importância para a literatura por ser um Romance Memoralístco Regionalista, pois fala sobre os engenhos de cana açúcar na Paraíba e suas riquezas, depois suas decadências e a aparição das usinas.<br />
O objetivo deste trabalho é analisar o discurso pedagógico do ensino (tradicional), que é tratado na obra de José Lins do Rego, abordando temas secundários como: A consciência social e a família, contribuir com ensino aprendizagem e alcançar melhores resultados na educação. Contribuindo assim para um melhor desempenho em sala de aula.<br />
2) REFERENCIAL TEÓRICO:<br />
Este estudo tem como fundamento teórico a contribuição de alguns estudiosos citados abaixo, que foram fundamentais para a realização deste trabalho. Althusser (1970 apud Mussalim, 2001, p. 104), vem trabalhar com os Aparelhos Ideológicos do Estado, fazendo uma releitura de Marx, distingue uma “teoria das ideologias particulares”, que exprimem posições de classe de uma “teoria de uma ideologia em geral”, que permitiria evidenciar o mecanismo responsável pela reprodução das relações de produção, comum a todas as ideologias particulares.<br />
Brait (2005, apud Fiorin, 2006, p. 178), vem trabalhar com a concepção de enunciado, que não se encontra pronta e acabada numa determinada obra, num determinado texto: O sentido e as particularidades vão sendo construído ao longo conjunto das obras. [...] O enunciado concreto, visto desta perspectiva teórica poderá, ao longo de outras obras, serem substituído ou difundido na idéia de palavra, de texto, de discurso.<br />
Barthes (1994 apud Fiorin, 2006, p. 164), vem trabalhar esse conceito de intertextualidade; “Todo texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis”. Como observa Barthes, na medida em que a prática significante, em que desconstrói e reconstrói a língua, em que é o lugar de constituição do sujeito, em que seu modo de funcionamento real é a relação constitutiva com outros textos.<br />
Fiorin (2006, p. 181), afirma que, “as relações dentro do texto ocorrem quando as duas vozes se acham no interior de um mesmo texto”. No entanto pode- se ter essa relação quando o texto se relaciona dialogicamente com outro.<br />
Esta produção encontra- se organizada em tópicos que estão ordenados na seguinte forma: 1) Introdução, 2) Referencial teórico 3) Análise dos dados, 4) Metodologia, 5) Pesquisa bibliográfica, 6) Análise da obra, 7) Considerações finais, 8) Resultados alcançados, 9) Referência bibliográfica.<br />
3) ANÁLISE DOS DADOS<br />
Na Obra “Doidinho” a técnica de narração usada por José Lins do Rego, para denunciar os problemas sociais da época, segue de certa forma o caminho inverso do livro “Menino de Engenho”. Em Doidinho o próprio narrador encontra- se inserido na obra, confundindo- se com o personagem: Pois segundo FIORIN (2006, 181), “as relações do texto ocorrem quando as duas vozes se acham no interior de um mesmo texto”.<br />
A obra é um romance de internato, lembra o “Ateneu” de Raul Pompéia, sem dúvida, não há afiliação, mas ponto de contato. Como, por exemplo, o nervosismo, a luta corporal com o colega, a recordação da prima morta, entre outras semelhanças. O próprio autor no fim de Menino de Engenho pela boca de Carlos de Melo recorda o Ateneu:<br />
“Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que meu corpo. Aquele Sérgio de Raul Pompéia entrava no internato de cabelos grandes e com alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo adiantado nos anos, que ia atravessar a porta do meu colégio”. (REGO, 1933, P. 18).<br />
Observa- se no trecho acima a relação de intertextualida. “Todo texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis” (Barthes, 1994 apud Fiorin, 2006, p. 164). A intertextualidade é a maneira real de construção do texto (Idem, Ibid).<br />
Doidinho é uma espécie de continuação de Menino de engenho. O livro de estréia termina com o anúncio de que Carlinhos iria para um Colégio de padres e Doidinho começa com a admissão do menino no Instituto Nossa Senhora do Carmo, de Itabaiana.<br />
Como [...] é próprio do pensamento Bakhtiniano, a concepção do enunciado /enunciação não se encontra pronta e acabada numa determinada obra, num determinado texto: O sentido e as particularidades vão sendo construído ao longo conjunto das obras. [...] O enunciado concreto, visto desta perspectiva teórica poderá, ao longo de outras obras, poderá ser substituído ou difundido na idéia de palavra, de texto, de discurso. (BRAIT, 2005 apud FIORIN, 2006, p. 178).<br />
Na obra “Doidinho” o professor Maciel (diretor) por ser muito severo no modo de educar seus alunos, era visto como um verdadeiro tirano, suas aulas eram sempre tensas, qualquer falha como, erros de leitura, conversas paralelas dos meninos era motivo para castigos repreensivos, como a palmatória.<br />
O trecho acima aborda o que Althusser (1990), vem chamar de Aparelhos ideológicos de estado,<br />
que funciona pela “violência” e cuja ação é complementada por instituições – a escola, a igreja, por exemplo, pela maneira como se estruturam e agem esses aparelhos ideológicos, por meio de suas práticas e de seus discursos. Trata- se para Althusser, do funcionamento da ideologia dominante, pois, mesmo que as ideologias apresentadas pelo AIE sejam contraditórias, tal contradição se inscreve no domínio da ideologia dominante. (ALTHUSSER, 1990 apud MUSSALIM, 2003, p. 104).<br />
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4) METODOLOGIA:<br />
Para relialização deste trabalho, foi utilizada a obra de José Lins do Rego “Doidinho”. Com sequências de vários encontros entre os componentes do grupo. O primeiro encontro foi no dia 26 de março, das 8 às 16h. O segundo foi nos dias 1 e 2 de abril das 9 as 17h, e o terceiro encontro nos dias 7 e 8 de abril. No dia 7 nos reunimos das 15 às 20:30 h, e no dia 8, das 9 às 18:00h.<br />
Foi realizada a leitura individual e em grupo, pesquisa na biblioteca, e leituras complementares dos textos:<br />
- Interdiscursividade e Intertextualidade de José Luiz Fiorin<br />
- Análise do Discurso de Fernanda Mussalim<br />
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5) ANÁLISE DO LIVRO:<br />
O livro “Doidinho” fala de um menino que sai do engenho, de uma vida cheia de aventuras, de regalias de menino do campo, para uma vida totalmente oposta aos seus costumes, que é o internato. Carlinhos como era chamado no engenho Santa Rosa, recebeu o apelido de doidinho, por seus colegas, por um ser um menino inquieto, impaciente, e por seu constante nervosismo.<br />
Nota- se em Carlinhos uma criatura cheia de ternura, muito flexivo ao humano, sofre constantemente a nostalgia do meio rural e isso lhe dá uma visão de fragilidade. O aspecto da corrupção ou da miséria como se atenua diante das reservas de ternura espontânea do personagem, isso o faz um eterno sofredor da melancolia, do pavor da morte, da separação da sua gente, Carlinhos via em seu avô “Jose Paulino”, tudo de bom, era um avô patriarcal que lhe inspirava segurança, honestidade e poder aquisitivo para lhe custear nas necessidades.<br />
A entrada de Carlos de Melo no internato do Colégio de Itabaiana marca o primeiro afastamento do engenho de Santa Rosa e da sua família “era a primeira vez que me separava de minha gente”.<br />
Isto provoca uma grande melancolia ao longo de toda a obra que se nota através da saudade expressa por Carlos: “E aos poucos, como uma dor que viesse picando devagarzinho”. “A saudade do Santa Rosa me invadiu a alma inteira”. Carlinhos lembrava- se sempre de seu avô, os moleques, os campos, as negras, o gado, tudo me parecia perdido, muito de longe, de um mundo a que não podia mais voltar. “Sentia de fato uma imensa saudade do engenho”.<br />
“O internato foi para ele um castigo brutal, uma insuportável prisão. A sua dignidade de neto de senhor de engenho lhe dava vantagens, privilégios”. E nesse momento começa a surgir em Doidinho a consciência social, a descoberta das diferenças de classe, de que existem na sociedade.<br />
A formação discursiva abordado na obra é o Discurso pedagógico, que é construído na figura do professor Maciel (diretor). Uma pessoa autoritária, que tinha os alunos como sendo submisso a ele, se referia aos meninos com gritos, e os castigava com bolos de palmatória, e seu semblante era sempre fechado, não havia diálogo entre professor e aluno, e não permitia em nenhum momento conversas paralelas entre alunos de seu Instituto. Na frase abaixo, é perceptível a severidade de seu Maciel com seus alunos, quando o diretor surpreende Carlinhos conversando com o colega e pergunta:<br />
- Que conversas são essas? Não quero maroteiras aqui.<br />
- Seu doudo, quer fazer do meu colégio bagaceira de engenho, esta muito enganado, e aquele outro babaquara me paga!<br />
E seis bolos cantaram na mão de doidinho, que ficou em pé em frente a mesa oprimindo os soluços que e levavam com o protesto de sua sensibilidade machucada.<br />
5) PESQUISA BIBLIOGRÁFICA:<br />
Um dos maiores nomes da literatura brasileira, José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro. Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro. O mundo rural das fazendas, senzalas e engenhos do início do século XX foi a inspiração para sua obra. Publicou a primeiro livro Menino de engenho, em 1932.<br />
Aos 25 anos mudou- se para Maceió (AL), onde conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos, Raquel de Queiros, Aurélio Buarque de Holanda, que se tornariam seus amigos para sempre.<br />
O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias. Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-açúcar com a obra: Menino de Engenho, além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina.<br />
A partir de então, Zélins, como era chamado, não conheceu interrupções: publicou doze romances, um volume de memórias e livros de viagens, de conferências e de crônica. Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1955, e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.<br />
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6) CONSIDERAÇÕES FINAIS:<br />
A análise da obra de José Lins do Rego “Doidinho” nos faz refletir como é importante ser tratado esse tema do ensino tradicional em sala de aula, contribuindo para a formação acadêmica do professor, que esse método de ensino seja revisto e modificado, que os erros ocorridos no passado não ocorram no ensino atual. Trata de temas relevantes tais como: as questões sociais, a família, a discriminação, o preconceito, a violência pelo uso da palmatória.<br />
Apesar do ensino tradicional já ter sido extinto ha bastante tempo, ainda há profissionais da área que fazem uso desse método de ensino em sala de aula, não permitindo que o estudante expresse suas idéias, e dê opiniões, que poderiam vir a contribuir com o professor.<br />
A história de doidinho nos faz entender que este método de ensino tradicional visto nesta obra jamais deverá ser aplicado em sala de aula, pois remete a impressão de ser mais tortura do que aprendizagem. O professor deve demonstrar a seus alunos que entre discente e docente deve haver reciprocidade, colaboração, afeto, respeito mútuo, para que tenhamos uma sociedade justa e comprometida com a cidadania.<br />
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REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA:<br />
ALTHUSSER, L. <strong>Ideologia e aparelhos ideológicos do estado</strong>. Trad. J. J. Moura Ramos. Lisboa, presença/ Martins Fontes, 1970.<br />
BARTHES, Roland. Text (Teórie Du).In: Oeuvres completes. Paris: Seuil, 1994.<br />
BRAINT, Beth (org.) <strong>Bakhtin</strong>: Conceitos –chave. São Paulo: contexto, 2005.<br />
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. <strong>Dicionário</strong>. 4ª edição. Ed. Especial para FNDE/ PNLD 2001. </div><br />
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<strong>Análise do livro “O cortiço”, de Aluísio Azevedo,<br />
à luz da Análise do Discurso</strong><br />
Alberto Espíndula Cardoso<br />
Anderson Magno Pires Castro<br />
Deise de Goes Cardoso<br />
Laércio César da Cruz</div><br />
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RESUMO<br />
Este trabalho faz uma análise do romance “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, principal expoente do naturalismo no Brasil. Essa análise é feita com base nos princípios da Análise do Discurso, tendo ponto de vista principal a concepção bakhtiniana a respeito da linguagem de seu processo de construção e representação desse processo. São analisadas as diversas formações discursivas presentes no romance em questão, usando para isso os elementos que evidenciam essas formações discursivas dentro da obra. Partindo do pressuposto de que toda formação ideológica governa uma formação discursiva e que esta é representa na forma de intertextualidade e interdiscursividade, faz-se um estudo sobre a presença desses dois últimos termos na construção dos discursos presentes no livro de Azevedo, com base na obra de Mikhail Bakhtin e sua concepção de que os discursos vivem em constante diálogo uns com os outros e que este dialogismo é condição essencial para a existência da linguagem.<br />
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Palavras chaves: Intertextualidade. Interdiscursividade. Discurso.<br />
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INTRODUÇÃO<br />
As teorias da Analise do Discurso, a obra de Mikhail Bakhtin, por exemplo, vêem a linguagem como um processo interativo onde a construção dos discursos se dá de maneira dialógica, ou seja, um discurso dialoga com outro durante o processo de sua construção. Os traços mais evidentes desse diálogo entre os vários discursos presentes numa formação discursiva são a intertextualidade e a interdiscursividade, que na visão de Bakhtin têm características distintas: a primeira refere-se aos elementos materiais que, dentro de um discurso, remetem imediatamente a outro discurso; a outra é qualquer relação entre discurso no plano do sentido. Foi tomado como corpus alguns trechos da obra “O cortiço”, de Aluísio Azevedo em que se pode depreender a relação entre discursos de forma material (intertextualidade) e constitutiva (interdiscursividade), sempre com base na teoria de Bakhtin. A obra “O cortiço”, foi escolhida por fazer um retrato meticuloso da sociedade brasileira do final do período imperial, explicitando as relações entre as diversas classes sociais e entre os indivíduos que se encontram no mesmo extrato social. O objetivo dessa análise é demonstrar as diferentes formações discursivas que se fazem presentes na obra, tomando por base os elementos que as denunciam: a intertextualidade e a interdiscursividade, à luz da teoria Bakhtiniana, e como se relacionam os discursos oriundos das mais variadas formações discursivas. Em razão das semelhanças entre os conceitos que vários estudiosos atribuem aos mais variados termos usados na Análise do Discurso, mais adiante encontram-se alguns desses conceitos e seus respectivos autores. Este trabalho é composto por esta introdução, onde pretendemos localizar o leitor a respeito do trabalho, seguida do referencial teórico que serviu de suporte ao estudo, onde se encontram os conceitos citados anteriormente e algumas considerações a respeito deles. Na seção seguinte está a metodologia de construção deste trabalho. Após isso, se encontra a análise da obra com base nos teóricos da Análise do Discurso tendo como principal suporte a visão Bakhtiniana de discurso. Finalmente, encontram-se as considerações finais sobre esse trabalho de análise.</div><br />
<div align="justify">REFERENCIAL TEÓRICO<br />
Falar em intertextualidade e interdiscursividade implica, antes de tudo, conceituar texto e discurso, além de dar uma noção os conceitos de outros termos usados na Análise do Discurso, para fins de entendimento.<br />
No uso comum, o termo texto é usado para denominar um entrelaçamento, uma tessitura, de palavras em que se possa inferir sentido, onde ele, por si, basta para constituir sentido. Na Análise do Discurso, o uso desse termo é mais restrito, não tem a abrangência nem comporta exatamente o significado do uso comum.<br />
BARTHES (apud FIORIN, p. 164) conceitua o texto como sendo um:<br />
“aparelho translingüístico que redistribui a ordem da língua colocando em relação uma palavra comunicativa, que visa à informação direta, com diferentes enunciados anteriores ou sincrônicos”.<br />
Assim, o texto pode ser entendido como algo entrelaçado por outros textos onde, o sujeito, fazendo uso de elementos lingüísticos, pode explicitar suas intenções comunicativas, que por sua vez reproduzem a formação discursiva.<br />
Quanto ao discurso, para Mussalim (2001), “a AD concebe o discurso como uma manifestação, uma materialização da ideologia decorrente do modo de organização dos modos de produção social”.<br />
Segundo Fiorin:<br />
“O discurso deve ser entendido como uma abstração: uma posição social considerada fora das relações dialógicas, vista como uma identidade. O discurso é apenas a realidade aparente (mas realidade), de que os falantes concebem seu discurso autonomamente, dão a ele uma identidade social. Entretanto, no seu funcionamento real, a linguagem é dialógica” (p.181).<br />
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Já o conceito de formação discursiva ou prática discursiva é oriundo de Foucault, que o entende como:<br />
“um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço que definiram em uma época dada, e para uma área social, econômica, geográfica ou linguística dada, as condições de exercício da função enunciativa” (Foucault apud Mussalim, p. 119).<br />
Essa formação discursiva é, segundo Mussalim reflexo da formação ideológica incutida em cada sujeito, mesmo que de forma inconsciente: o sujeito enuncia de uma determinada posição não porque quer, mas porque aquela posição, que lhe é atribuída pela “máquina discursiva”, que determina as possibilidades e o sentido de seu enunciado. É no embate, no confronto, na aliança, na dominação existente entre as formações discursivas que se constitui a formação ideológica do sujeito e, apesar da relação entre as formações discursivas ser uma condição para a constituição da formação ideológica, aquela é subordinada a esta, visto que o discurso é uma manifestação da ideologia.<br />
Pêcheux (apud Mussalim) define formação ideológica:<br />
“um conjunto complexo de atitudes e de representações que não são nem ‘individuais’, nem ‘universais’, mas se relacionam mais ou menos diretamente a posições de classe em conflito uma com as outras” (Pêcheux Apud Mussalim, p. 124).<br />
Como a formação ideológica governa formação discursiva, e esta é perceptível com base no discurso do sujeito, e os elementos capazes de explicitar essa formação ideológica são o texto e o discurso.<br />
Quando Maingueneau diz que “o discurso é assumido pelo sujeito”, não quer dizer que essa incorporação se dá de modo consciente, pois segundo a psicanálise lacaniana o sujeito é clivado, dividido ente o consciente e o inconsciente, e este o leva a assumir uma determinada posição já predeterminada pela máquina discursiva, aí encontramos uma semelhança com o determinismo, no momento em que se admite que o sujeito é influenciado pelo meio, contudo, essa influência não se dá de modo unilateral, o sujeito também é capaz, através do discurso, de influenciar o discurso alheio.<br />
Se os elementos que permitem analisar as formações discursivas e ideológicas são o texto e o discurso, e todo texto é um “mosaico de citações”, assim como o discurso é heterogêneo, ou seja, perfurado por outros discursos, faz-se necessário estudar a intertextualidade e a interdiscursividade.<br />
Os conceitos de intertextualidade e interdiscursividade adotados nesse trabalho se baseiam na obra do filósofo russo Mikhail Bakhtin. Fiorin, com base na obra bakhtiniana adverte sobre a importância de diferenciar os usos desses dois termos. Segundo Fiorin:<br />
“O termo intertextualidade fica reservado apenas para os casos em que a relação discursiva é materializada nos textos. Isso significa que a intertextualidade pressupõe sempre uma interdiscursividade, mas o contrário não é verdadeiro” (FIORIN, 181).<br />
Esse conceito difere do que é atribuído por Fiorin à Interdiscursividade, também com base em Bakhtin: “Qualquer relação dialógica, na medida em que é uma relação de sentido” (FIORIN, 181). Assim, a intertextualidade constitui uma “modalidade” de interdiscursividade, visto que esta é todo tipo de dialogismo e aquela um tipo explícito, latente de dialogismo.<br />
O conceito de interdiscursividade se aproxima de conceitos atribuídos a outros termos que circulam na Análise do Discurso, como por exemplo, a Heterogeneidade constitutiva do discurso, de Authier-Revuz (apud Costa), assim como a intertextualidade tem uma definição parecida com que a autora dá à Heterogeneidade marcada no discurso, contudo nos ateremos ao conceito de Fiorin firmado na teoria de Bakhtin sobre intertextualidade e interdiscursividade.<br />
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METODOLOGIA<br />
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O trabalho iniciou com a pesquisa bibliográfica. Foi analisada a obra “O cortiço” de Aluísio Azevedo, obra-prima do naturalismo brasileiro, publicado em 1890. Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu em São Luís no Maranhão em 14 de Abril de 1857 e morreu em Buenos Aires, Argentina, em 1913. Escreveu entre outras obras: O mulato, 1881; Memórias de um condenado, 1882; Filomena Borges, 1884; Casa de pensão, 1887. O teórico adotado nesse estudo foi o russo Mikhail Bakhtin, com seu conceito de interdiscursividade citado por José Luiz Fiorin no texto. A realização desse trabalho consistiu em leitura da obra base dessa análise e consequente confronto entre a teoria e a obra em de reuniões de grupo para discussão dos assuntos. Em seguida aconteceu a digitação e organização dos conteúdos para entrega e exposição.<br />
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ANÁLISE<br />
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Do ponto de vista da Análise do Discurso, o livro “O cortiço”, de Aluísio Azevedo oferece um rico suporte a ser trabalhado. A obra em questão dispõe de uma diversidade discursos e um constante embate entre eles, oriundos das mais variadas formações ideológicas. Vemos ao longo da obra que o autor faz um retrato da sociedade do subúrbio carioca do final do século XIX, com seus problemas sociais, especialmente a pobreza e a falta de moradia.<br />
O modo de narração empregado por Azevedo dá a impressão que os moradores do cortiço se parecem com animais: “O escândalo assanhou a estalagem inteira, como um jato de água quente sobre um formigueiro” (p. 87).<br />
Aluísio Azevedo dá vida a uma paisagem de tijolo e cimento: “<br />
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia” (p 35).<br />
Todos os tipos da sociedade suburbana carioca são pintados na obra de Azevedo: o ganancioso João Romão; a servil Bertoleza; a sensual Rita Baiana; a infiel Estela. A convivência de todos esses personagens não se dá de modo harmônico, há sempre um embate entre o discurso de um e de outro, além dos dilemas pessoais por que passa cada sujeito, ou seja, um diálogo constante o sujeito e seu subconsciente, que a AD entende como o diálogo entre o Eu e o Outro.<br />
Seguindo a Linha de pensamento de Bakhtin, Fiorin entende que os elementos mais marcantes e perceptíveis desse embate durante a construção do discurso podem ser notados de duas formas: uma em que há elementos materiais de um discurso dentro de outro discurso – intertextualidade, conceito parecido com o “mosaico de citações” de Kristeva citado por Barthes; a segunda quando se percebe, na constituição de um discurso, a presença de outro, mesmo que implicitamente – interdiscursividade.<br />
A intertextualidade, que baseada na obra de Bakhtin, Fiorin conceitua, é perceptível quando as personagens incorporam vozes exteriores às sua. Um exemplo disso é a cantiga das lavadeiras:<br />
“Maricas tá marimbando,<br />
Maricas tá marimbando,<br />
Na passage do riacho<br />
Maricas tá marimbando.” (p. 48)<br />
Segundo Fiorin, Quando, no texto, são encontrados materialidades que remetem a outros textos, como é o caso da cantiga popular acima, temos a intertextualidade, ou seja, elementos perceptíveis de um texto dentro de outro, essa característica que Bakhtin chamou de dialogismo constitui um tipo específico de interdiscursividade.<br />
O texto abaixo também apresenta essa característica, quando o autor faz uma paródia com a obra “Canção do Exílio do poeta romântico Gonçalves Dias: veja o trecho seguinte do poema:<br />
“Minha terra tem palmeiras,<br />
Onde canta o sabiá;<br />
As aves, que aqui gorjeiam;<br />
Não gorjeiam como lá...” (p. 171)<br />
Observe agora a construção da cantiga pronunciada por Jerônimo, um português saudoso da terra natal:<br />
“Minha vida tem desgostos,<br />
Que só eu sei compreender...<br />
Quando me lembro da terra<br />
Parece que vou morrer...” (p. 75)<br />
Percebe-se, ao comparar os dois textos, que o autor do segundo tentou fazer uma paródia que transmitisse um sentimento oposto ao do autor do primeiro. No poema, Gonçalves Dias exalta a terra brasileira, no segundo exemplo, Azevedo usa da mesma métrica para expressar o oposto: o sentimento de saudade das terras lusitanas que dominavam o personagem Jerônimo. Segundo Fiorin, quando um texto remete a outro, ou seja, quando existem sinais materiais de um texto no outro se constitui a intertextualidade.<br />
Vejamos mais um exemplo da intertextualidade na obra de Aluísio Azevedo:<br />
“A guitarra! substituiu-a ela pelo violão baiano, e deu-lhe a ele uma rede, um cachimbo, e embebedou lhe os sonhos de amante prostrado com as suas cantigas do norte, tristes, deleitosas, em que há caboclinhos curupiras, que no sertão vêm pitar à beira das estradas em noites de lua clara, e querem que todo o viajante que vai passando lhes ceda fumo e cachaça, sem o que, ai deles! o curupira transforma-os em bicho-do-mato.” (p. 195).<br />
Neste trecho, encontramos elementos materiais que pressupõem a existência de outro texto entrelaçado ao primeiro, no caso a narrativa popular indígena a cerca do Curupira.<br />
A interdiscursividade também é latente na obra, pois em várias ocasiões é possível notar um embate entre as várias formações discursivas, esse embate que é reflexo das formações ideológicas, explicita os vários discursos. Percebe-se que os dilemas provocados por várias formações discursivas influenciam na vida dos personagens do cortiço. Um exemplo disso é o dilema em que se via o comerciante Miranda, que se sente dividido entre o ego e a necessidade de manter o status social<br />
“Ainda antes de terminar o segundo ano de matrimônio, o Miranda pilhou-a em flagrante delito de adultério; ficou furioso e o seu primeiro impulso foi de mandá-la para o diabo junto com o cúmplice; mas a sua casa comercial garantia-se com o dote que ela trouxera, uns oitenta contos em prédios e ações da divida publica, de que se utilizava o desgraçado tanto quanto lhe permitia o regime dotal. Além de que, um rompimento brusco seria obra para escândalo, e, segundo a sua opinião, qualquer escândalo doméstico ficava muito mal a um negociante de certa ordem. Prezava, acima de tudo, a sua posição social e tremia só com a idéia de ver-se novamente pobre, sem recursos e sem coragem para recomeçar a vida, depois de se haver habituado a umas tantas regalias e afeito à hombridade de português rico que já não tem pátria na Europa.” (p. 17)<br />
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Neste trecho da obra, notamos a presença dos discursos que remetem o personagem a um conflito, zelar pela sua honra, “ficou furioso e o seu primeiro impulso foi de mandá-la para o diabo junto com o cúmplice”, porém o interesse no dote e posição social que possuía não permitia que tomasse tal decisão, “mas a sua casa comercial garantia-se com o dote que ela trouxera, [...]”. “Prezava, acima de tudo, a sua posição social e temia só com a idéia de ver-se novamente pobre, [...]”.<br />
O primeiro discurso nos mostra a posição de um homem submetido a uma ideologia conservadora, ferido em seu ego, disposto a dar cabo da vida da própria mulher para lavar sua honra, em quanto que no segundo discurso mostra-se sendo um homem inescrupuloso que coloca acima de tudo o dinheiro e a posição social que possuía, mesmo que para isso tivesse que sofrer com as humilhações que sua esposa lhe proporcionava. Aí percebemos o diálogo entre consciente e inconsciente, na medida em que a reflexão (consciente) sobre as conseqüências de um ato impensado (inconsciente) o faz recuar da primeira posição.<br />
Segundo a Análise do Discurso, o processo de constituição do discurso se dá mediante a relação de aliança, antagonismo e dominação ente as formações discursivas. No exemplo acima, percebe-se que há uma relação de antagonismo entre o discurso egoísta e discurso assujeitado, Miranda se sete sujeito aquela situação e enuncia a partir dela manifestando sua formação discursiva.<br />
Outro exemplo de interdiscursividade é perceptível no trecho seguinte em que João Romão chega à conclusão que todas as privações e sofrimentos por que passara em busca de enriquecimento não o teriam feito feliz, visto que era rico, mas não gozava de sua riqueza.<br />
“Fora uma besta!... pensou de si próprio, amargurado: Uma grande besta!... Pois não! Por que em tempo não tratara de habituar-se logo a certo modo de viver, como faziam tantos outros seus patrícios e colegas de profissão?... Por que, como eles, não aprendera a dançar? E não freqüentar sociedades carnavalescas? e não fora de vez em quando à Rua do Ouvidor e aos teatros e bailes, e corridas e a passeios?... Por que se não habituara com as roupas finas, e com o calçado justo, e com a bengala, e com o lenço, e com o charuto, e com o chapéu, e com a cerveja, e com tudo que os outros usavam naturalmente, sem precisar de privilégio para isso?... Maldita economia!”<br />
Nesse fragmento João Romão evidencia pelo menos dois pontos de vista: o primeiro de um homem desgostoso da vida diante da impossibilidade de acessar uma camada social mais alta e participar das atividades da alta sociedade carioca, apesar do dinheiro que possuía e de todas as privações que sofreu resignado em busca de capital; a segunda é perceptível quando lemos o texto e ele nos remete a outro discurso, o discurso de sovina, do miserável. Não há no texto elementos textuais que deixem explícita a relação de dependência entre um discurso e outro, mas quando a personagem nega o discurso anterior ele nos remete diretamente a ele. Essa é uma das características da interdiscursividade, que está largamente presente na obra de Aluísio Azevedo. Retiramos os trechos citados anteriormente para fins de demonstração da heterogeneidade, ou dialogismo presentes na obra em questão. Segundo a AD esse dialogismo é uma constante no processo de constituição do discurso e é condição essencial para a existência da linguagem, pois segundo Bakhtin, a palavra vive no encontro com a outra, o discurso se constitui mediante o confronto com outro discurso, então o Eu existe em razão do Outro.<br />
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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
No decorrer dessa análise, notamos as diferentes formas de produção dos discursos de alguns personagens, discursos estes que além de remeter a discursos alheios traduzem os conflitos pessoais que constituem as ideologias dos sujeitos. No ponto de vista da Análise do Discurso, esse embate é constitutivo e evidencia uma formação ideológica do sujeito, surgindo uma relação de antagonismo ou dominação em que os discurso assumidos pelos sujeitos estão inserido numa formação discursiva, e esta, por sua vez é reflexo da ideologia incutida em cada personagem.<br />
Nota-se nos exemplos citados, com base nas teorias da AD, uma influencia de discurso do Outro, assim como do próprio inconsciente (que também assume o papel do Outro em relação ao Eu) na constituição dos enunciados das personagens. O discurso do sujeito é influenciado pelo discurso do outro, passando a se constituir como um mosaico de vários discursos que evidenciam várias formações discursivas presentes na obra de Azevedo. A intertextualidade e a interdiscursividade latentes em “O cortiço” dão uma demonstração desse caráter dialógico inerente ao processo de constituição do enunciado. Esse diálogo entre os vários discursos, segundo a AD é elemento fundamental da formação discursiva do sujeito, e essa formação discursiva evidencia, através do enunciado, a formação ideológica de cada sujeito.<br />
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BIBLIOGRAFIA:<br />
AZEVEDO, Aluísio. <strong>O cortiço</strong>. São Paulo: Abril Cultural, 1981.<br />
CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza Cochar. <strong>Português Linguagens</strong> 1ª Ed. São Paulo: Atual Editora, 2003.<br />
COSTA, Nelson Barros da, <strong>Práticas discursiva</strong>: exercícios analíticos. Campinas-SP: ¬¬-Pontes, 2005.<br />
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<div style="text-align: center;"><br />
<strong>MENINO DE ENGENHO (LINS DO REGO):</strong></div><div style="text-align: center;"><strong></strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>A SEXUALIDADE PRECOCE</strong></div><strong><br />
</strong><br />
<div style="text-align: right;">José Alberto Ribeiro, Miguel de Oliveira Sodré e Vitório Gonçalves da Silva.</div><br />
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Resumo <br />
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O romance, narrado em primeira pessoa, apresenta uma estrutura memorialista, em quarenta capítulos. O tempo flui cronologicamente: o narrador (Carlinhos) tem quatro anos quando a narrativa começa e doze, quando termina o livro. A linguagem: regional – termos e construções da linguagem oral – oralidade dos contadores e cantadores nordestinos. Conta-se a história de um menino Carlos de Melo que vai viver no engenho do avô, depois de a mãe (Clarisse, filha de senhor de engenho) ser assassinada pelo pai no quarto de dormir. Sempre estavam brigando, mas matá-la... Desconhece-se o motivo. O menino, apesar de pequeno, sente o impacto da morte da mãe e imensa solidão com sua perda. O pai é preso. Uma nova “vida”, um mundo novo o aguarda. Os acontecimentos na fase infantil constituem a personalidade dos indivíduos, determinam sua visão de mundo e suas escolhas. Isso é constatado no romance “Menino de Engenho” de José Lins do Rêgo, no qual Carlos de Melo passa por muitos conflitos pessoais que influenciam diretamente na construção de sua identidade.Diante disso, analisaremos a iniciação sexual do garoto, tornando assim, o principal tema estudado. Como objeto de pesquisa, revela inúmeras formas de comportamento do personagem, oscilando em prazer da masculinidade e arrependimentos de ser comparado com seus parentes (Avô e Tio), ausência de um ser superior na sua vida (cósmica, sobrenatural), todos esses problemas e muito outros é que fazem o texto maravilhoso, rico e que prende o leitor nas peripécias de Carlinhos.Uma relação dessa natureza não foi importante para a formação do sujeito somente na época em que se passa a trama, meados do século xx, ela é primordial até hoje. Estes desvios de comportamento podem acarretar para a vida, seqüelas difíceis de serem digeridos e resolvidos, mesmo nos dias atuais com o desenvolvimento secular os conflitos internos perduram e influenciam na maturação da pessoa até a fase adulta.<br />
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Introdução<br />
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A infância é a etapa de nossas vidas na qual começa a se forma a nossa personalidade. Por isso, acontecimento e escolhas nessa fase são decisivos para definir o caráter de um individuo. E nesse caso a família constitui a base de sustentação do indivíduo, o núcleo de decisões ou, ao menos, o ponto de partidas para sua tomada. Em “Menino de Engenho”, de José Lins do Rego, o protagonista Carlos de Melo vive justamente esse momento vital para sua formação cultural. As tragédias que o marcam geram conflitos que vão resultar numa criança inquieta e precoce. <br />
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Diante disso, analisar a sexualidade precoce do personagem Carlinhos, que antes dos doze anos de idade tem sua vida sexual bastante ativa. A narrativa nos conduz aos problemas íntimos do menino desorientado para a vida e para o sexo, vê o mundo, aprende o bem e o mal e chega a uma talvez precocidade acerca dos hábitos que lhe eram “proibidos”, mas inevitáveis de serem adquiridos.<br />
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Em meio aos relatos do cotidiano do engenho, suas festas e sua labuta, há espaço a sexualização precoce do protagonista, que se dá primeiro observando as coberturas dos bovinos e eqüinos e depois presenciando bestialidades.<br />
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Deste modo, fica até interessante a separação que tentará estabelecer entre seu histórico lascivo, aumentado pelas masturbações provocadas pela negra Luisa, e a paixão que vai desenvolver por uma prima civilizada, de Recife, Maria Clara. Tenta manter a menina longe da imagem sexual, mas sempre explode em sonhos, desejos fortes apesar de reprimida, conotação carnal.<br />
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Dessa forma, o inevitável ocorre. Agarra-se em chamegos a Zefa Cajá, mulher que era caso de quase todo mundo na região. Apesar das resistências dela, acaba se deixando seduzir e o adolescente inicia sua vida sexual.<br />
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Tomaremos como base para este trabalho alguns conceitos da psicanálise, como os de Freud; intertextualidade e interdiscursividade de Fiorin; sexualidade infantil, teoria de Freud; análise do discurso de Mussalim.<br />
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É notório o nível do comportamento sexual do personagem, que, no inicio do séc. XX, a sociedade ficava estarrecida com tudo o que estava acontecendo, era uma anormalidade, sustentado por vários problemas, como: a lacuna deixada pelos pais; a convivência no campo; êxodo rural; nível social diferenciados. Prima pela descoberta e dá ênfase no seu bel prazer. Percebe-se isso claramente ao longo da belíssima narrativa de “Menino de Engenho”. <br />
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METODOLOGIA:<br />
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A sexualidade precoce que foi a temática escolhida dentro da obra “Menino de Engenho” de Lins do Rego (1932) para o grupo desenvolver o contexto que na atualidade é um fator bastante abrangente.<br />
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Para realizarmos esse trabalho utilizamos diversas metodologias tais como: pesquisas (biblioteca, internet), debates entre a equipe, livros, referenciais teóricos e dicionário.<br />
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Lins do Rego utilizado neste trabalho em epigrafe viveu a maior parte de sua vida em Recife, ele nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro. Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro. O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias. <br />
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Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste. Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Água Mãe. No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Eurídice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras. Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.<br />
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ANÁLISE DO DISCURSO EM “MENINO DE ENGENHO” Lins do Rego<br />
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Destacaremos nessa analise a sexualidade precoce de Carlinhos personagem e narrador da obra Menino de Engenho de Lins do Rego. Iniciaremos essa AD com um breve histórico sobre Analise do Discurso.<br />
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Segundo Maldidier (1994), os precursores da Análise do Discurso foram o lingüista Jean Dubois e o filosofo Michel Pêcheux, ambos estudiosos profundamente envolvidos em compreender a política, os movimentos sociais e as lutas de classe, notadamente pelo viés markxista.<br />
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De que modo, então, o propósito político da AD poderia ser operacionalizado pela lingüística? Na fase embrionária da Análise do Discurso, destaca-se a contribuição do filosofo Althusser que, em 1970, apresenta uma releitura de Max em Ideologias e Aparelhos Ideológicos do Estado. Althusser (1970) categoriza as esferas de produção das ideologias no seio social por meio da identificação de duas grandes teorias: “teoria das ideologias particulares” e “teoria da ideologia geral”. Esta última deveria explicar os mecanismos por meio dos quais as ideologias particulares, de determinam as relações de produção e de classes, são geradas.<br />
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“Althusser (1970) parte do pressuposto de que as ideologias têm existência material, ou seja, devem ser estudadas não como idéias, mas um conjunto de práticas materiais que reproduzem as relações de produção. Trata-se de um materialismo histórico, que da ênfase a materialidade da existência, rompendo com a pretensão idealista de ciência de dominar o objeto de estudo controlando-o a partir de um procedimento administrável aplicável a um determinado universo, como se a sua existência se desse no nível das idéias”.<br />
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A lingüística, por meio dos procedimentos metodológicos dos estruturalistas, contribuiria para a depreensão e da descrição dos mecanismos das ideologias particulares. Circunscrevia-se, desse modo, a parceria entre a lingüística, a história e o pensamento filosófico, focado nas relações socioeconômicas.<br />
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Maingueneau afirmou em (1990) que “A lingüística caucionava tacitamente a linha de horizonte do estruturalismo na qual se inscreve o procedimento Althusseriano” <br />
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Para a AD o pressuposto de que: o “[discurso] materializa o contato entre o ideológico e o lingüístico no sentido de que ele representa no interior da língua os efeitos das contradições ideológicas” (Courtine, 1982, p. 240) é basilar. Desse modo, a Análise do Discurso não se contenta apenas com o superficial, no que se refere o texto. Antes, volta-se para o “exterior” lingüístico, como as condições sociohistoricas se repercutem no âmbito do domínio da linguagem. Propõe fazer uma leitura critica e reflexiva dos discursos que circulam socialmente e que, de algum modo, determinam nossas ações e nossos dizeres. Contudo busca equilibrar-se metodologicamente num tênue fio em que, de um lado, está à língua e, de outro, o produto opaco resultante de sua materialização: o discurso.<br />
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Em seu a ordem do discurso (Foucault, 2001) defende a hipótese de que em toda a sociedade a produção do discurso é simultaneamente controlada, selecionada, organizada e redistribuída por um certo numero de procedimentos que tem por papel exorcizar-lhe os poderes e os perigos, refrear-lhe o acontecimento aleatório, disfarçar a sua pesada, temível materialidade (p. 8-9).<br />
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Na obra Menino de Engenho de Lins do Rego, o personagem Carlinhos perde sua mãe aos quatro anos de idade, logo depois desse acontecimento ele vai morar com seu avô, o garoto sofre a ausência da família e caba por se desviar das boas condutas e inicia sua vida sexual muito cedo.<br />
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No seu cotidiano no engenho o jovem passa a observar as coberturas dos bovinos e dos eqüinos e também presenciando as bestialidades que ocorriam na fazendo, estes e outros acontecimentos dão espaço para a iniciação sexual precoce do protagonista. Diante desse contexto ele também sente uma atração muito forte pela negra Luísa, chegando a se masturbar de tanta fantasia que ele sonhava com ela.<br />
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O rapaz desenvolveu uma paixão por uma prima civilizada, que residia em Recife (Pernambuco), que atendia por nome de Maria Clara. Ele tenta manter a menina longe da sua imagem sexual, mas sempre explodem uns loucos desejos, apesar da reprimida conotação carnal.<br />
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O inevitável ocorre Carlinhos agarra-se em chamegos a Zéfa Cajá, que era uma mulher da vida e que mantinha caso com quase todos no engenho. Ela apresentava uma certa resistência, mas se deixou seduzir e acabou iniciando o rapaz sexualmente, como conseqüência disso ele contraiu doença venérea.<br />
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Podemos constatar esses fatos no capitulo 39 pagina 98:<br />
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“Tinha uns doze anos, quando conheci uma mulher, como homem, Andava atrás dela, beirando a sua tapera de palha, numa ânsia misturada de medo e de vergonha. Zefa Cajá era a grande mundana dos cabras do eito. Não me queria.<br />
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-Vá se criar, menino enxerido.<br />
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Mas eu ficava por perto, conversando com ela, olhando para a mulata com vontade mesmo de fazer coisa ruim. Ficou comigo uma porção de vezes”....<br />
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É importante ressaltar nessa análise que outro fator que contribuiu para a precocidade sexual dele, um moleque que se atende por nome de Zé Guedes e hoje um dos fatores que influenciam a sexualidade na adolescência são as más companhias. No capitulo 15 pagina 31 do livro podemos observar um fragmento referente a influência dessas companhias: <br />
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“-olha o menino, Zé Guedes! Ô homem desbocado! Mas ele pouco se importava comigo. Eu mesmo gostava de ouvir o bate-boca imundo. Pelo caminho o moleque continuava nas suas lições, falando de mulheres e de doenças do mundo, e nome por nome, ele dava de todas as doenças: cavalo, mula, crista-de-galo”. <br />
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No inicio do século vinte onde ocorre a narrativa do livro, não era muito comum manter relações sexuais no período da infância, visto que naquela época imperavam-se outros valores sociais. Hoje se percebe um índice maior de ocorrência desses fatos que são bastante debatidos, mas não se tem um controle definitivo sobre eles, que conseqüentemente contribui para os problemas sociais, econômicos, biológicos como as DSTs e psicológicos.<br />
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Freud em 1905 escreve três ensaios para uma teoria sexual; um deles é intitulado A sexualidade Infantil, ele mostra nesse trabalho que o impulso sexual humano- a pulsão sexual – pode ser dividido em pulsões parciais.<br />
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Freud demonstra que a pulsão sexual, da maneira como a percebemos em ação em um adulto, é composta de pulsões parciais, e podemos vê-las nas <br />
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preliminares de qualquer ato sexual. Antes do advento e do domínio de interesse genital, tais pulsões parciais são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela cópula ainda não despertou.<br />
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Assim, podemos deduzir que essas pulsões ainda não dispõem de um objeto preciso para o qual possam se dirigir. A criança conduzirá seu impulso para um objeto sexual só quando puder reunir todas as pulsões para conformar a genitalidade. Antes desse momento, cada pulsão poderá se ligar, no Maximo, ao prazer que puder extrair do órgão e que estiver vinculado, como Poe exemplo, olho, no casa da contemplação; boca no caso da sucção do polegar etc. Como podemos ver, a criança dirige sua sexualidade para seu próprio corpo e só buscara outro corpo quando estiver em pleno desenvolvimento da genitalidade.<br />
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Freud afirma que as pulsões parciais possuem um caráter errático, ou seja, não se fixam como o instinto e são capazes de intercambiar ao objetos que lhes satisfazem, portanto, de uma certa maneira, a pulsão sexual pode trilhar vias socialmente úteis.<br />
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A CONTEXTUALIZAÇÃO DA SEXUALIDADE PRECOCE EM MENINO DE ENGENHO<br />
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Contextualizando a obra com os dias atuais, podemos perceber a importância do papel da família na questão da sexualidade, o contexto familiar tem relação direta com a época que se inicia a atividade sexual. Assim sendo, verificamos normalmente histórias se repetirem: as adolescentes que iniciam a vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente, vêm de famílias ausentes cujo as mães também iniciaram a vida sexual precocemente ou engravidaram durante a adolescência.<br />
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A falta de informação decorrente da ausência de diálogo sobre o assunto pode levar a uma vida sexual desordenada e confusa para o adolescente. Muito tem se falado sobre o sexo, o acesso às informações é facilitado - principalmente através da Internet, mas o que tem acontecido é uma verdadeira explosão de informações sem ordenação. Fala-se bastante sobre o assunto, se compararmos com décadas anteriores, mas o tabu em relação ao sexo ainda é forte. O adulto que vai falar com os adolescentes sobre sexo e sexualidade, na maioria das vezes, veio de uma época em que o preconceito era muito grande e acabam por não saber lidar de forma coerente sobre o assunto. <br />
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O advento da tecnologia agravou ainda mais esse contexto, visto que, As mídias influenciam bastante a sexualidade precoce. Inclusive podemos observar que as crianças e os adolescentes de hoje, em sua maioria, preferem assistir televisão ou ficar navegando pela Internet do que ficar brincando ou desenvolvendo atividades fora do contexto virtual. As TV’s estão ligadas a maior parte do tempo e são assistidas por qualquer faixa etária, sem qualquer restrição. Crianças e adolescentes são invadidos por essa maneira de “experimentar” o mundo que acaba por moldar a sua forma de subjetivação - moldada aí na lei do consumo excessivo e na sexualidade precoce. Mesmo se os pais desejam dialogar com os filhos sobre sexo, a mídia já fez o seu papel na transmissão das inúmeras informações sexuais recheadas de clichês e estereótipos. Observamos também que um grande número de pré-adolescentes e adolescentes já apresenta suas crenças e seus valores sobre sexo, mesmo sem ter nenhuma experiência própria, baseadas na mídia. O que muito nos preocupa é o fato de o que pode acontecer quando se criam expectativas de imediata gratificação sexual, generalizada pela mídia, e que na vida real não são encontradas. <br />
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“A erotização está começando cada vez mais cedo e de forma intensa”, afirma a psicopedagoga Quézia Bombonatto, de São Paulo<br />
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A INTERTEXTUALIZAÇÃO EM “MENINO DE ENGENHO” <br />
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A palavra intertextualidade foi uma das primeiras, consideradas como bakhtinianas, a ganhar prestígios no ocidente. Isso se deu graças à obra de Júlia Kristeva.<br />
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Citando Kristeva, Barthes redefine o texto: “aparelho translinguistico que redistribui a ordem da língua colocando em relação a uma palavra comunicativa, que visa à informação direta, com diferentes enunciados anteriores ou sincrônicos” (idem,p. 1.680). Atribui a Kristeva, a elaboração dos principais conceitos teóricos implicados nessa noção de texto: pratica significantes, produtividade, significância, fenotexto e genotexto e intertextualidade. “todo texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos conhecíveis” (idem.p.1683). “A intertextualidade é a maneira real da construção do texto (idem, ibid.)” .<br />
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Todo texto se organiza dentro de determinado gêneros em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais geram usos sociais que os determinam. (PCNs, 1998, p. 21).<br />
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A Nota-se que há um ponto em comum que é o “SEXO” entre a História de Carlinhos protagonista da obra “Menino de Engenho” com a de Michael personagem principal do filme “O Leitor” baseado no livro de Bernard Schlink. Ambos possuem uma forte atração pelo sexo.<br />
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Assim como Carlinhos Michael conheceu muito cedo o mundo do sexo, ele se apaixona por Hanna uma mulher mais velha que ele vinte anos a mesma o inicia sexualmente, naquele momento a vida para o adolescente, se resumia unicamente a satisfação da mais prazerosa necessidade biológica: o sexo. Neste contexto podemos observar uma relação intertextual entre as obras.<br />
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Portanto constatamos nitidamente a questão da sexualidade precoce na obra Menino de Engenho (Lins do Rego) interpretado e narrado por Carlinhos personagem protagonista, fator esse que é bastante presenciado nos dias de hoje. Mas apesar da gravidade dessa problemática, estamos no caminho certo, esse assunto já está sendo debatido em muitas escolas, está havendo uma conscientização e um envolvimento maior da população com o intuito de amenizar este problema, que se torna tão vergonhoso para uma sociedade como a nossa que se diz democratizada.<br />
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Embasamento teórico.<br />
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Partimos do pressuposto de que uma boa leitura é fundamental para a compreensão e interpretação dos sentidos contidos nos textos. O simples hábito de ler não significa que sejamos bons leitores, é preciso entender o texto para que possamos nos comunicar e usufruir dos conhecimentos adquiridos por intermédio da leitura. Em “Menino de Engenho” nos deparamos com uma leitura agradável e de fácil compreensão. <br />
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Todo texto se organiza dentro de determinado gêneros em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais geram usos sociais que os determinam. (PCNs, 1998, p. 21).<br />
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No nosso trabalho de análise de obra, valemo-nos dos aspectos das ideologias da AD para a realização do mesmo.<br />
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“Althusser (1970) parte do pressuposto de que as ideologias têm existência material, ou seja, devem ser estudadas não como idéias, mas um conjunto de práticas materiais que reproduzem as relações de produção. Trata-se de um materialismo histórico, que da ênfase a materialidade da existência, rompendo com a pretensão idealista de ciência de dominar o objeto de estudo controlando-o a partir de um procedimento administrável aplicável a um determinado universo, como se a sua existência se desse no nível das idéias”.<br />
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Para compreendermos melhor os fundamentos do discurso dentro da AD utilizamos a seguinte definição:<br />
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Em seu a ordem do discurso (Foucault, 2001) defende a hipótese de que em toda a sociedade a produção do discurso é simultaneamente controlada, selecionada, organizada e redistribuída por um certo numero de procedimentos que tem por papel exorcizar-lhe os poderes e os perigos, refrear-lhe o acontecimento aleatório, disfarçar a sua pesada, temível materialidade (p. 8-9).<br />
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A sexualidade precoce termo que por foi nós analisado, encontramos situações de difícil entendimento como a questão que leva um ser humano ainda na fase inicial da sua vida se envolver no mundo do sexo, Freud foi de fundamental importância para chegarmos a um melhor entendimento a respeito desses fatores. Freud em 1905 escreve três ensaios para uma teoria sexual; um deles é intitulado A sexualidade Infantil, ele mostra nesse trabalho que o impulso sexual humano- a pulsão sexual – pode ser dividido em pulsões parciais.<br />
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Freud demonstra que a pulsão sexual, da maneira como a percebemos em ação em um adulto, é composta de pulsões parciais, e podemos vê-las nas <br />
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preliminares de qualquer ato sexual. Antes do advento e do domínio de interesse genital, tais pulsões parciais são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela cópula ainda não despertou.<br />
<br />
Assim, podemos deduzir que essas pulsões ainda não dispõem de um objeto preciso para o qual possam se dirigir. A criança conduzirá seu impulso para um objeto sexual só quando puder reunir todas as pulsões para conformar a genitalidade.<br />
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Outrossim, consideramos essencial o embasamento teórico para o sucesso na realização desse trabalho, pois, os mesmos nos ajudaram a entender melhor diversas situações vivenciadas durante a nossa Análise do Discurso aplicada na obra “Menino de Engenho” de Lins do Rego.<br />
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Considerações Finais<br />
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Analisando o livro “Menino de Engenho” podem-se encontrar vários temas como: o trabalho escravo, sexualidade precoce, violência domestica, preconceito racial etc. Mas o aspecto por nós abordado foi à sexualidade precoce.<br />
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Nota-se a importância desse trabalho, pois, o mesmo nos ajuda a entender as dimensões da gravidade deste fator, que na atualidade representa um grande problema social. Perceber esses aspectos dentro de uma obra literária se torna mais prazeroso, visto que, se tem uma contribuição direta na formação educacional do individuo permitindo ele a entender melhor a sociedade e as problemáticas nela contida.<br />
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Referências Bibliográficas:<br />
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REGO, José Lins do. Menino de Engenho. Rio de Janeiro, Ed. José Olimpio, 2003, volume 3.<br />
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini dicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.<br />
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SILVEIRA, Cláudio. SÁ, Márcia Souto. MEDEIROS, Sandra: Fundamentos da Educação IV, Rio de janeiro, volume 1, Ed. Cederj, 2011.<br />
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LAPEL: reflexão e práticas Interdisciplinares/ Maria do Socorro Simões, organização, Belém: UFPA/SEDUC/2006.<br />
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</div>Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-12089554474744153212010-06-23T10:05:00.000-07:002010-06-23T10:09:11.614-07:00Priorizar o gênero, sem descuidar da gramática - 19.06.10<div align="justify"> O auditório da PUC de São Paulo estava lotado. Reunia pesquisadores e estudantes de várias universidades, além de técnicos de secretarias de educação e representantes de ONGs. Em uma nova visita ao Brasil, o professor Jean-Paul Bronckart proferiu a conferência "Gêneros de texto e desenvolvimento" e alertou sobre as posições extremistas no ensino da língua: "Antes era ensinar gramática sem se preocupar com o texto. Hoje há uma forte concentração no ensino da produção de texto e se minimizou o ensino da gramática. É improdutivo. Não se pode passar de um extremismo a outro. O sucesso do ensino depende da capacidade de articular o ensino da língua ao ensino do texto", explicou.<br /><br /> Professor da Universidade de Genebra, autor de mais de 300 publicações científicas, tendo lançado no Brasil, entre outros trabalhos, os livros Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano (Mercado de Letras, 2006) e O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores (Mercado de Letras, 2008), o pesquisador lembrou que toda a aprendizagem humana beneficia-se da existência e da capacidade de aprender regras: "A aprendizagem do texto beneficia-se disso também".<br /><br />Apesar de ser um dos maiores especialistas e defensor do uso dos gêneros para a aprendizagem da língua, ele contou que ensina gramática a seus alunos na universidade, futuros professores em Genebra. "Há um déficit real dos conhecimentos gramaticais", conta sobre a experiência com os alunos. Disse que eles possuem noções básicas de sujeito, verbo e adjetivo, mas que se confundem com as preposições, conjunções e advérbios, por exemplo. "É preciso ter noção disso também", afirmou.<br /><br />Falando da metodologia de ensino baseada em sequências didáticas, disse que é possível, por meio delas, utilizar os conhecimentos gramaticais que os alunos dispõem: "É colocar a gramática a serviço da produção de texto".<br /><br />O trabalho com os gêneros e a capacidade comunicativa<br /><br />Gramática à parte, Bronckart também alertou que os professores devem evitar o "aplicacionismo", ou seja, tentar seguir preceitos teóricos como receitas prontas a serem aplicadas em sala de aula, na hora de trabalhar com os gêneros. "Nenhuma teoria vai nos ajudar na escolha dos gêneros", disse. Segundo ele, devem ser procurados elementos teóricos úteis e aplicáveis às situações específicas de educação, valorizando a experiência prática do professor. "Essa escolha é difícil, não há uma teoria que diga qual escolher. É uma escolha prática baseada em tentativas, em acerto e erro. Há um problema tipicamente didático que é a necessária escolha dos gêneros na escola. E há muita diferença de gêneros que são utilizados na vida concreta dos alunos. De qualquer maneira é preciso escolher."<br /><br />Ele sugere que o próprio professor construa um modelo didático, "uma versão simplificada do gênero".<br /><br />Seguindo o mesmo princípio sobre a aplicação automática de teorias, Bronckart lembrou que a própria ideia de sequência didática, surgida em Genebra a partir de 1985, foi construída com professores que tinham prática em sala de aula. E, mesmo ela, deve ser ponderada: "Ela tem se revelado, como metodologia, eficaz em diferentes países, mas não há razão para pensar que as sequências didáticas sejam a única metodologia válida para o ensino da produção escrita. Não é o único método a utilizar. Ela deve ser combinada com outras atividades de linguagem, com leitura e criação livre".<br /><br />E se o ensino dos gêneros é, fundamentalmente, trabalhar sobre a função social do texto, o que interessa para os alunos dominarem esses textos, é que sejam capazes de produzir algo adequado às diferentes situações. "Gêneros não são simplesmente modelos complexos e teóricos. Não ensinamos gêneros propriamente, ensinamos textos adptados a diferentes situações de comunicação. É um trabalho. É um trabalho com a capacidade comunicativa. O ensino do gênero irá estimular essa capacidade", concluiu o professor. </div><div align="justify">Maiores informações ver: comunidade escrevendo o futuro<br /></div>Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-35259072511596226242010-06-16T19:12:00.000-07:002011-05-14T08:40:06.418-07:00INTERAÇÃO VERBAL E DIVERSIDADE CULTURAL, UM PENSAMENTO<div align="justify">Partindo do pressuposto bakhtiniano de que todas as esferas da atividade humana produzem manifestações lingüísticas e culturais diversificadas e peculiares a suas áreas de atividade, podemos inferir que a evidente diversidade lingüística inerente às línguas do mundo está diretamente relacionada ao processo de desenvolvimento histórico, político, cultural, econômico, ideológico a que as sociedades estão submetidas, o que nos remete, grosso modo, a noção de habitus social e cultural como quer Bourdieu.<br />
Embora tal diversidade seja enunciada e defendida pelas academias, seja incorporada pelas políticas públicas voltadas para a valorização e respeito às diferenças, a realidade comprova, muitas vezes, que ainda não somos capazes de compreender o outro em suas diversidades sejam elas físicas, lingüísticas, culturais, intelectuais, étnicas. Isso ocorre em todas as referidas esferas e tal contradição é atualizada de modo consciente ou não nas interações verbais entre os atores sociais desse processo.<br />
Para ilustrar, recorro ao texto cinematográfico Sobrevivendo com lobos em que uma garotinha fugindo da perseguição nazista, adentra em uma área de floresta e naquele espaço passa a conviver e sobreviver com lobos, para tanto, ela passa a assimilar seus modos de viver, comer, beber, comunicar para sobreviver à sociedade estúpida que levara seus pais judeus para um de campo de concentração. Ao ler este texto, percebo que a criança é capaz de respeitar, valorizar, interagir e conviver com aqueles que são diferentes, os lobos, enquanto que os adultos e humanos são incapazes de tolerar e conviver de forma civilizada com as diferenças dos seus pares, submetendo-os à escravidão e à morte.<br />
Desse modo, também, percebemos as dificuldades dos nossos alunos cotistas, oriundos das classes populares para sobreviver não com lobos, mas com seus pares nas universidades públicas e que, constantemente, são constrangidos pelo argumento da “entrada pela janela”, conforme noticiava hoje uma reportagem sobre o sistema de cotas na Unb, primeira universidade brasileira a aderir ao mencionado sistema. No entanto, não é só o modo de entrada desse aluno que é questionado, mas também a forma como os mesmos falam, trajam, comportam e se relacionam (habitus), nesse mundo hegemônico (“habitus prestigiado”) que lhes fora historicamente renegado.<br />
Neste contexto, encontramos um lugar social em que percebemos nitidamente a interação verbal como palco de conflito, como arena de luta de classes entre o popular e o erudito, o homogêneo e o heterogêneo, a hegemonia e a contra-hegemonia. Débora Ferreira- 13.06.10<br />
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<div style="text-align: center;"><strong>A LÍNGUA COMO OBJETO DE ENSINO: GRAMÁTICA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA</strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>Profa. Ms. Débora Cristina do Nascimento Ferreira(SEDUC)</strong></div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Na antiguidade Greco-Romana, já existia uma preocupação entre os filósofos no sentido de adotar a língua como objeto de ensino. As primeiras gramáticas do ocidente foram formuladas por estes estudiosos, que se dedicavam a descrever e ensinar língua latina e grega, a partir de três perspectivas que podemos considerar como complementares: a retórica, a oratória e a gramática. <br />
<br />
Este tripé permaneceu praticamente intacto ao longo da Idade Média e início da Idade Moderna. Soares (2002), ao descrever o percurso de constituição da língua portuguesa como disciplina escolar no Brasil, demonstra que o ensino de língua em terras brasileiras esteve firmado neste tripé nos quatro primeiros séculos de colonização, sendo que somente após a reforma pombalina houve a obrigatoriedade do ensino da gramática da língua portuguesa nas escolas da colônia. <br />
<br />
Em fins do século XIX, foi criada por decreto imperial a disciplina escolar: Português. O ensino desta disciplina estava condicionado ao referido tripé. Nesta conjuntura, vale lembrar a relevância da escola Dom Pedro I e de seus professores para o processo de alfabetização e de letramento dos filhos da elite rural e aristocrática vigente no país. Nesta época, constatamos a produção de material didático pelos docentes desta instituição: gramáticas da língua portuguesa e antologias de textos da literatura brasileira e portuguesa, os quais foram veiculados nas escolas brasileiras até praticamente meados do século XX.<br />
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Podemos, então, perceber que a eleição da gramática como objeto de ensino efetivo nas aulas de língua convoca a uma tradição milenar. Apesar dos avanços das pesquisas e estudos relacionados ao ensino de línguas, Kleiman (1995) informa que o modelo de letramento escolar autônomo ainda predomina no cenário educacional brasileiro. Nele, o objeto de ensino central são as leis de funcionamento lógico da escrita, o que pressupõe a existência de um padrão lingüístico-discursivo único, homogêneo, indiferente a influências de natureza histórica, geográfica, política, econômica, ideológica quaisquer. A criação desse padrão também está articulada a fatores de caráter histórico, ele fora constituído no início do século XVI, na Europa moderna, a fim de servir como instrumento para a constituição dos Estados Nacionais e legitimação das nações durante a expansão do comércio e de posse de novos territórios. <br />
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Este padrão lingüístico das línguas vernáculas foi construído por motivações de ordem política, econômica, para manter as estruturas de poder nas mãos de uma dada elite social que despontara no século XVI. Elite esta, que também estabeleceu os ditames lingüísticos que mais tarde serviriam como normas a serem seguidas por toda uma coletividade dentro e fora da Europa. Isto vem revelar que as regras de funcionamento lógico da escrita prescritas nas gramáticas normativas foram eleitas por critérios de cunho social e não lingüístico. <br />
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Por conta disso, ainda hoje contemplamos, aquilo que Graff denomina como mitos do letramento, ou seja, a apropriação deste saber hegemônico por si só implicaria benesses ao indivíduo não só do ponto de vista social, mas também individual: desenvolvimento social (progressão escolar, término da escolarização, emancipação da mulher, acesso a bens culturais e a instituições letradas, como: a universidade, repartições públicas, etc) e ao desenvolvimento cognitivo (capacidade de memorização, de abstração, de raciocínio lógico). O escolarizado seria então aquele melhor preparado para liderar, comandar, mandar, emitir ordens aos demais que obviamente seriam menos capazes para tanto.<br />
<br />
A partir desses pressupostos, poderemos melhor compreender determinados traços relativos ao ensino efetivo do objeto gramatical nas agências escolares, muitas vezes, intitulado pela literatura como ensino tradicional. Ele já foi caracterizado até mesmo de modo insistente, mas ainda assim não fora exaustivamente pesquisado e descrito. Por isso, antes de elencar alguns dos seus traços peculiares e amplamente disseminados, gostaríamos de assinalar que temos a compreensão de que este rótulo é utilizado para designar práticas escolares que são reconstituídas e ressignificadas em diferentes momentos históricos, ambientes institucionais diversos e principalmente por diferentes atores sociais. Entretanto, em linhas gerais, percebemos que nele: <br />
<br />
(i) o ensino de regras gramaticais veiculadas pela chamada gramática normativa;<br />
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(ii) a atividade de leitura de textos converge para o ensino das regras que os constituem, em detrimento ao conteúdo composicional e temático, estilístico;<br />
<br />
(iii) a principal capacidade cognitiva a ser trabalhada é a memorização;<br />
<br />
(iv) a produção escrita serve para a aplicação efetiva dos saberes gramaticais ora ensinados;<br />
<br />
(v) o aparelho docimológico atua como elemento regulador e até certo ponto balizador e ameaçador para a execução das tarefas;<br />
<br />
(vi) o trabalho docente é centrado para a didatização de textos escritos em detrimento do texto oral;<br />
<br />
(vii) os principais instrumento de trabalho convocados pelo professor são as gramáticas e os livros didáticos que por sinal tomam as primeiras como saber de referência para construir suas unidades;<br />
<br />
(viii) a postura docente tende a ser bastante prescritiva e é materializada, por exemplo, pelo domínio dos turnos no processo de interação didática instaurado no momento da construção do gênero discursivo complexo aula;<br />
<br />
(ix) o texto literário é usado muitas vezes como pretexto para o ensino de regras e categorização dos mesmos em períodos históricos e estilos literários;<br />
<br />
(x) desconsideração dos saberes gramaticais oriundos de fontes divergentes da GT, portanto, todo o aparato sócio-cultural já dominado pelos sujeitos não é válido, não servindo como base para o processo de aculturação que deveras ser efetivado pela escola num processo valorado e exigido: a escolarização.<br />
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<br />
<br />
A predominância deste modelo de ensino na escola brasileira tem sido um dos responsáveis por um sério processo de exclusão e de marginalização dos indivíduos, em especial, dos grupos sociais menos favorecidos economicamente. A chegada dessa facção social aos bancos escolares, principalmente, a partir da década de 60, num movimento conhecido como democratização do ensino acendrou a discussão sobre a eleição de objetos de ensino na aula de português e os modos de didatização destes objetos.<br />
<br />
Nas décadas de 70 e 80, vivenciamos uma intensa produção acadêmica problematizando esta temática. Isto possibilitou pensarmos não só no sentido de ampliar os objetos de ensino a serem adotados, mas também os procedimentos didáticos que encaminhassem para outras perspectivas de estudo e de ensino dos objetos gramaticais. Uma dessas propostas é defendida por João Wanderley Geraldi em livros como O texto na sala de aula (1984) e Portos de Passagem (1992).<br />
<br />
Este professor propõe a reflexão acerca dos objetos, dos objetivos, das finalidades do trabalho docente. O autor sugere o texto como unidade básica de trabalho para fins de leitura, produção e análise do material lingüístico ora produzido pelo sujeito. A leitura de textos deveria contemplar a diversidade de gêneros e de estilo, a reflexão sobre a temática abordada e a relação da mesma com a realidade vivenciada pelos sujeitos. A produção materializaria e registraria este processo dialógico entre texto e leitores, propiciando que os mesmos expressassem suas posturas em relação ao que fora discutido, imprimindo suas perspectivas, sua visão de mundo, seus modos de conceber diferentes realidades. A análise lingüística corresponderia a mais uma etapa desse processo, aqui o indivíduo teria a oportunidade de repensar, de refletir e recriar suas posturas em relação ao que produzira. Percebemos que esta cena didática requer uma postura docente diferenciada, que permita falar e também escutar as vozes sociais que estão em sala de aula, propiciar aos sujeitos refletir sobre a língua que já dominam e aprender mais uma de suas facetas.<br />
<br />
Neste momento, sinto necessidade de rememorar um exemplo para ratificar como isto pode ser vivenciado em sala de aula. Em Almeida (2009), encontramos a seguinte situação: em uma turma de alfabetização, de uma escola localizada na periferia de Ananindeua, regida por uma pedagoga ex-militante, os alunos participaram de uma atividade de leitura, em seguida, produziram um texto, umas das tarefas desenvolvidas a partir desta produção, chamou nossa atenção. A docente selecionou um grupo de palavras desses textos, escreveu-as no quadro e solicitou que os mesmos analisassem se havia algum problema em relação à grafia, eles perceberam que havia desvios ortográficos, ratificaram e questionaram que todas as palavras deveriam ser grafadas com a letra m, porque estavam antes das letra p e b, mais uma vez questionaram o porquê disso. Ela solicitou que pensassem e tentassem responder, eles olharam entre si, pensaram e uma das crianças respondeu gesticulando com o dedo indicador e polegar, porque a boca abria e fechava.<br />
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Este exemplo suscita algumas questões interessantes para refletir sobre a prática da análise lingüística em sala de aula. Percebemos que isto foi possível, porque a docente possibilitou aos seus discentes ler, produzir e refletir sobre a língua e a gramática. Esta postura comunica que precisamos conceder o turno aos nossos alunos, eles não falam, muitas vezes, por não serem convocados a pensar, a refletir, a responder mais ativamente nesses processos de ensino em que estão inseridos. Atentamos para a necessidade de trabalhar o eixo USO- REFLEXÃO –USO para despertar a intuição lingüística dos indivíduos, daí a necessidade das atividades epilinguísticas, que, por sua vez, podem conduzir ao patamar das atividades metalingüísticas, sem necessariamente perpetuar a prática da higienização de textos. Esta última atividade tem gerado questionamentos no que diz respeito ao ensino ou não de uma metalinguagem no processo de estudo da língua(gem). <br />
<br />
De um lado, temos a cogitação do não ensino dessa metalinguagem nos primeiros anos, a fim de centrar a primeira supracitada, deixando esta tarefa para mais tarde, em especial, para as séries finais da escolarização ou, de fato, não ensiná-las. Por outro lado, precisamos pensar que não ensiná-las em nenhum momento é promover um processo de interdição em relação a este saber, é negar o direito aos nossos alunos em acessar a este conhecimento, que serviria para fins de organização, traço típico do conhecimento científico elaborado a quem escola almeja ensinar, bem como serviria para que eles compreendessem o uso dessa terminologia em comandos de provas de vestibulares e de concursos, visto que uma das várias metas do ensino médio, último nível da escolarização básica, é formar para o mundo do trabalho. Este é um aspecto que causa bastante polêmica entre os professores em formação e instiga posicionamentos bem recorrentes, tais como: AL é um outro nome para o ensino de GT? AL é mais um modismo acadêmico que usa novas terminologias- coesão, coerência, operadores argumentativos- para denominar os mesmos objetos já trabalhados na escola? Os objetos, procedimentos, os objetivos de ambas as vertentes são exatamente as mesmas? Para estimular a reflexão acerca dessas duas perspectivas, propomos pensar uma analogia, grosso modo, que não se quer dicotômica, mas didática e ilustrativa, organizada e apresentada no quadro abaixo, conforme propõe Mendonça (2006):<br />
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GRAMÁTICA ANÁLISE LINGUÍSTICA<br />
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unidade de trabalho elementarizada em: sílaba, palavra, oração, período. Unidade de trabalho: texto<br />
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atividade central: metalingüística Atividade metalingüística e epilinguistica <br />
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norma padrão Norma padrão e outras, atentando para o foco da adequação e dos objetivos a serem atingidos<br />
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ênfase para o conteúdo gramatical Ênfase para o conteúdo gramatical, temático, composicional, estilístico<br />
<br />
Trabalho para fins de memorização Trabalho para fins de reflexão, para construção de efeitos de sentido e ação efetiva sobre a língua produzida<br />
<br />
Construção da redação, composição Construção de textos, gêneros específicos, situados em práticas sociais concretas<br />
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Saber de referência pautado na GT Saber de referência a partir de outras fontes <br />
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Competência Principal: gramatical Competência Principal: textual, discursiva, gramatical<br />
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Concepção de língua como norma Concepção de língua como ação<br />
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O exercício de uma prática de ensino que incorpore esta proposta ainda galga para ser efetivamente implementada nas agências escolares, pois precisa está atrelada a um contínuo trabalho de formação inicial e continuada mais e mais consistente. Nesse processo, é pertinente tematizar sobre a articulação deste trabalho de ensino às práticas já consagradas pela escola e que constituem a identidade profissional docente. Em um estudo que procura mostrar os trabalhos de pesquisa sobre como os objetos de ensino passam a ser reconstituídos nas práticas de ensino efetivamente, Schneuwly, Cordeiro & Dolz (2006, p. 78) pontuam que:<br />
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É claramente em um longo percurso que se constituem e se transformam os objetos de ensino. [...] Observar os objetos ensinados na sala de aula – sua delimitação, os modos com que é presentificado, sua ‘exercitação’ – assemelha-se, desse ponto de vista, a um trabalho arqueológico que reconstitui os diferentes estratos da ação de ensinar: uma fascinante viagem pelo passado através do presente <br />
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<br />
<br />
É relevante discutir acerca da sequenciação didática a ser adotada ao longo da escolarização básica: uma das propostas é adotar o gênero como objeto de ensino e o texto como unidade de ensino efetiva, bem como a proposta de didatização apresentada pelo Grupo de Genebra, defendida, dentre outros por Bernard Schneuwly, por via de um procedimento didático intitulado sequência didática. Esta última consiste em um conjunto de atividades construídas, a fim de organizar o trabalho docente para promover a didatização de um dado gênero discursivo, trata-se de um conjunto de tarefas, uma oficina construída pelo professor para conduzir a apropriação de uma prática de linguagem por intermédio de leitura, de produção, de reflexão acerca da constituição estilística, composicional, temática dos textos. Tal sequência deve ser construída após uma produção inicial que nortearia os aspectos a serem ensinados, presentificados, exercidos, (re)pensados, e instituísse a paulatina capitalização dos saberes necessários para o encaminhamento de uma nova produção). <br />
<br />
A sequenciação de gêneros a serem didatizados ao longo do ensino básico deveria contemplar gêneros pertencentes à ordem do narrar, do relatar, do expor, do argumentar, do instruir, sugerindo a apropriação de gêneros orais e escritos, formais e informais, públicos e intimistas, mais simples e mais elaborados. Em oposição a esta organização, encontramos vertentes teóricas que descartam essa ordem e que consideram o trabalho com texto suficiente para proporcionar a didatização das práticas de linguagem.<br />
<br />
Nesse sentido, verificamos o quão a questão da eleição e da (re) constituição dos objetos de ensino da língua, suas entradas, modos, objetivos, finalidades, práticas conduzem a uma instigante e complexa reflexão sobre os significados da ação de didatizar língua. Ela não só convoca um pensar em uma perspectiva local, que envolve a descrição dos mecanismos de constituição exercidos pelos sujeitos sociais que encenam as tramas escolares cotidianas, como também uma perspectiva sócio-ideológica, que desperta para o fato da escola ser um aparelho ideológico do estado e que está a serviço de interesses políticos, ideológicos, econômicos, histórico particulares, muitas vezes, interessados ainda que contraditoriamente tanto no sentido de promover a construção da escola e da sociedade sonhada, quanto no sentido de promover a marginalização, a segregação e a manutenção das estruturas de poder historicamente constituídas na sociedade que se quer do conhecimento (Ferreira, 2008). <br />
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REFERÊNCIAS<br />
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FERREIRA, Débora Cristina do Nascimento, (2008). Aula de português no Ensino Médio: a institucionalização de objetos gramaticais no trabalho docente. Dissertação (Mestrado em Letras – Estudos Lingüísticos). Belém: Instituto de Letras e Comunicação, Universidade Federal do Pará.<br />
GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção na sala de aula).<br />
GERALDI, Wanderley. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1992, 252 p.<br />
GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato; ALMEIDA, Patrícia Sousa, (2009). Perguntaresposta: como o par dialógico constrói uma aula na alfabetização. In: Revista Brasileira de Linguística Aplicada. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Lingüística Aplicada – Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, volume 9, no. 1, p. 133-149.<br />
GRAFF, H. J. (1986) The legacies of literacy: Continuities and contradictions in western society and culture. In: CASTELL, S. DE, A.LUKE & K. EGAN (eds.) Literacy, society, and schooling. A reader. Cambridge &c: Cambridge University Press. : 61-86. <br />
KLEIMAN, Ângela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, Ângela B. (org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de letras, 1995. p. 15- 61. (Coleção Letramento, Educação e Sociedade).<br />
MENDONÇA, M. (2006). “Análise lingüística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto”. In: BUNZEN, C. & MENDONÇA, M. (Orgs.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial.<br />
SOARES, Magda. Português na escola – história de uma disciplina curricular. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002. p. 155-177.<br />
SCHNEUWLY, B., CORDEIRO, G. S. e DOLZ, J. A la recherche de l’objet enseigné: une démarche multifocale. Les dossiers des sciences de l’éducation, 14, 77-93, 2006.<br />
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<div style="text-align: center;"><strong>AS CONCEPÇÕES INTERACIONAIS DA LINGUAGEM </strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA HOJE</strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>Profa. Ms. Débora Cristina do Nascimento Ferreira(SEDUC)</strong></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
1 BREVE APANHADO DAS CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM<br />
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A discussão em torno da questão das concepções de linguagem é cara para a reflexão acerca do ensino de língua portuguesa. Travaglia (1996) chega a dizer que tal concepção é tão importante quanto à concepção de educação adotada. Vários autores – Koch (1995), Travaglia (1996), Geraldi (1992), Castilho (1998)- discutem a existência de três concepções de linguagem mais recorrentes: linguagem como representação do pensamento, linguagem como instrumento de comunicação, linguagem como interação. <br />
<br />
A concepção de linguagem como expressão de pensamento diz respeito a um princípio sustentado pela tradição gramatical grega, latina, defendida pelos estudiosos da Idade Média e da Idade Moderna, em tese, rompida no começo do século XX, de forma efetiva, por Ferdinand Saussure (pai da Linguística contemporânea) (PERFEITO, 2010). Trata-se de uma espécie de tradução do pensamento, a enunciação é um ato monológico, individual. As pessoas, portanto, pensariam logicamente e conseqüentemente também falariam de modo lógico, organizado. Haveria um conjunto de regras fixas, imutáveis para a organização lógica do pensamento e, conseqüentemente, da linguagem. Elas constituiriam as normas do bem falar e escrever, são defendidas pela gramática normativa ou tradicional. Tais leis se contrapõem ao sujeito, que deve aceitá-las, independente de influências de ordem pragmática quaisquer. Para Koch (1995, p.13):<br />
<br />
à concepção de língua como representação do pensamento corresponde a de sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações [...] como esse sujeito é dono absoluto de seu dizer e de suas ações, o texto é visto como um produto lógico do pensamento [...] do autor, nada mais cabendo ao leitor ouvinte senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, exercendo, pois, um papel essencialmente passivo.<br />
<br />
Nessa perspectiva, o ensino de língua teria como objeto de ensino a referida gramática normativa. O eixo da progressão curricular dos manuais didáticos que seguem tal concepção seria os itens gramaticais. Apesar das discussões e críticas feitas nos contextos acadêmicos e escolares, especialmente, a partir da década de 80 e dos documentos oficiais nacionais orientadores da prática docente, este ensino ainda apresenta-se como prática acentuada e recorrente nas escolas de ensino básico de todo o país. <br />
<br />
A segunda está relacionada ao uso da linguagem como veículo de comunicação entre emissor e receptor, a língua é concebida como um código a ser utilizado no processo de codificação de informações, que, por sua vez, devem ser decodificadas por um dado receptor para fins meramente comunicativos. Esta visão também é monológica, centra no sujeito (assujeitado ao sistema, sem opinião própria, subordinado aos sistemas sócio-ideológicos vigentes) e pode ser tida como formalista, visto que centra no sistema lingüístico, é um estudo do funcionamento interno da língua. Para Koch (1995, p.14):<br />
<br />
[...] o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor-ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito. O decodificador, portanto, assume, também nessa concepção, um papel passivo, uma vez que a informação deve ser recebida tal qual havia na mente do emissor.<br />
<br />
O advento do estruturalismo, a teoria da comunicação e o estudo das funções da linguagem, destacando em especial a figura de Jakobson, contribuíram para fundamentar a construção de um modelo de ensino de Língua Portuguesa promulgado pelas Leis de Diretrizes e Bases 5692, de 1971, no Brasil. Neste contexto, a Língua Portuguesa, no nível de ensino então chamado de 1º grau, passou a integrar a área de Comunicação e Expressão, bem como as disciplinas de Educação Física, Educação Artística e Língua Estrangeira. Integração esta quase inexistente na prática (PERFEITO, 2005). Nessa conjuntura, a linguagem, como já mencionado, é entendida como código. Por conta disso, embora já houvesse uma proposta de inovação em relação às práticas de leitura e de escritura na escola, bem como de discussão dos elementos constitutivos da teoria da comunicação, os trabalhos de ensino de língua ainda tendiam ao ensino gramatical (PERFEITO, 2005).<br />
<br />
Cabe lembrar que estas duas concepções não consideram os interlocutores e as condições de produção de linguagem, eximindo assim fatores de natureza social, histórica, ideológica, política, cultural. Segundo Libâneo, estas duas concepções estão ligadas, respectivamente, à pedagogia tradicional e às práticas pedagógicas ligadas ao tecnicismo e a escola nova. <br />
<br />
A pedagogia tradicional objetiva desenvolver o domínio de valores e normas vigentes. O papel da escola seria transmitir conteúdos acumulados, o que interessa é o domínio do conteúdo pelo conteúdo. O docente que adota essa concepção de linguagem para nortear seu trabalho presume que:<br />
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existem regras a serem seguidas para a organização lógica do pensamento;<br />
<br />
o texto serve como pretexto para ensinar teoria gramatical, a leitura está restrita a decodificação ou repetição e a redação é instrumento para avaliar o domínio da norma ora ensinada;<br />
<br />
As avaliações dos textos construídos pelos discentes estão ligadas à “higienização” de desvios gramaticais, o professor trabalha como um avaliador para orientar seu aluno a não incorrer em tal erro.<br />
<br />
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<br />
Segundo Libâneo (1985), esta perspectiva está atrelada às pedagogias nova e tecnicista. A primeira atribui ao aluno um lugar de centralidade, portanto, liberdade, iniciativa, autonomia e interesses, que devem ser levados em consideração. O professor é considerado como um facilitador da aprendizagem, privilegiando a relevância do método em detrimento ao acúmulo de conteúdo. <br />
<br />
A segunda tendência elege a organização e a operacionalização dos objetivos como o foco principal. O professor seria o “técnico” para propiciar a transmissão do conteúdo e o aluno é aquele a quem é destinada a tarefa de receber, apreender e fixar os saberes. O docente adepto da referida concepção elege para sua prática tarefas restritas ao elemento material da língua e às relações que formam seu sistema, em vez do conteúdo da mensagem, das possíveis significações do sistema linguístico e do universo extralingüístico. A leitura de textos informativos é privilegiada, em especial, textos jornalísticos, o desempenho da expressão oral passa a ganhar espaço. O relevante nesse ensino é o processo de emissão e recepção de mensagens.<br />
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2 CONCEPÇÃO INTERACIONAL, ENSINO, A CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM, O OBJETO, LINGUA,<br />
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A concepção de linguagem como interação concebe a língua(gem) como forma de ação sobre o outro, como atividade social. A língua é um lugar, um espaço de interação entre sujeitos situados numa dada situação sócio-comunicativa, num dado contexto social, político, histórico, ideológico. Estes sujeitos interagem a partir desses lugares sociais que ocupam. Nessa conjuntura, a língua constitui um espaço social, heterogêneo, ativo, em que as pessoas (des) constroem textos para a produção de efeitos de sentido, não são somente meros agentes para captar representações e/ou processar informações passivamente, mais que isso são realizadas atividades sociais via o uso do material lingüístico- discursivo. Estas concepções estão ligadas às teorias enunciativas (disciplinas como: Pragmática, Análise do Discurso, Análise da Conversação, Linguística Textual, etc). <br />
<br />
Na visão bakhtiniana, os sujeitos, ao produzirem a atividade de linguagem, são responsáveis por sua construção e constituição, daí tal atividade passar a ser concebida como o lugar em que o ideológico se manifesta, de forma objetiva e material. Nessa óptica, a linguagem é entendida como o lugar de debate, de conflito, de intencionalidade, de interesse, é arena de luta de classes em que observamos o digladiar e o divergir de posicionamentos de um dado grupo social. Essa articulação entre os processos ideológicos e os processos discursivos leva-nos a compreender que, ao manifestar a atividade de linguagem, estamos no campo do simbólico, o qual nos compromete necessariamente com os sentidos que emanam das relações sociais estabelecidas. Por isso, estamos sujeitos a seus equívocos, à sua opacidade, à não-neutralidade no uso dos signos diante de qualquer situação, o que leva à conclusão de que nem os sujeitos, nem os sentidos estão completos, constituídos de forma definitiva. <br />
<br />
É um sujeito social, histórico e ideologicamente situado, que se constitui na interação com o outro. Eu sou na medida em que interajo com o outro. É o outro que dá a medida do que sou. A identidade se constrói nessa relação dinâmica com a alteridade. O sujeito divide seu espaço com o outro, porque nenhum discurso provém de um sujeito adâmico que, num gesto inaugural, emerge a cada vez que fala/escreve como fonte única do seu dizer. <br />
<br />
Cabe levantar também a discussão acerca deste conceito que norteia esta discussão: o conceito de interação. Morato chama a atenção para a complexidade deste conceito e da diversidade de conceito para o termo, conforme a vertente teórica que o utiliza. Para o construtivismo, por exemplo, temos o entendimento de que a interação se dá entre o sujeito e os estímulos do ambiente em que o mesmo se encontra. Para o interacionismo social, a interação ocorre no processo que o sujeito estabelece com seus pares num dado processo histórico-social em que está inserido. Compreensão esta que se aproxima da discussão aqui apresentada.<br />
<br />
Nesse sentido, podemos dizer que a concepção de linguagem como interação está vinculada à pedagogia histórico - crítica, que se volta para a atividade humana e sua contribuição para a construção da sociedade. Para ela, a escola deve ser a agência responsável no processo de democratização dos saberes constituídos historicamente. O docente adepto desta vertente deveria promover a socialização, a mediação, a orientação das experiências discentes, a fim de transformá-las em conhecimentos universais e sistematizados. A língua a ser ensinada não é entendida como um sistema fechado, inflexível, regido por leis fixas e imutáveis, a língua a ser trabalhada aqui compreende as práticas de linguagem efetivas em que os sujeitos agem. Portanto, cabe ao docente a tarefa de levar o discente a apropriação dessas práticas de linguagem sejam elas orais ou escritas, formais ou informais, das mais simples às mais complexas por via de um processo interativo em que as vozes sociais presentes na sala de aula possam constituir tais sujeitos e, ao mesmo tempo, construir tais discursos à medida que estas práticas sejam didatizadas por intermédio do trabalho docente.<br />
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A saber, em relação às produções textuais, deve haver uma problematização sobre o tema a ser abordado, com discussões que conduzam a argumentações a favor ou contra as idéias enfocadas, a fim de possibilitar a heterogeneidade de vozes sociais, que não reproduzam simplesmente o discurso da escola ou o discurso de outrem, mas o pensamento e o discurso do próprio aluno.<br />
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Nessa situação, o professor não ocupa o lugar de avaliador e juiz dos textos, mas é um interlocutor. Por conta disso, ele questiona, sugere, problematiza, pede justificativas acerca das informações ausentes na produção textual, contrapõe à palavra do aluno uma contra-palavra, polemizando, (dis) concordando e negociando sentidos mediante as pistas presentes no texto, a fim de atingir o efeito de sentido intencionado pelo autor. O texto não é visto como um produto, mas como um processo, como um trabalho a ser explorado, valorizado, (des) construído e articulado aos usos sociais. A aprendizagem é realizada na construção interativa entre sujeito e objeto e essa ação do sujeito sobre o objeto é mediada pela intervenção docente.<br />
<br />
Assim, uma articulação entre uma abordagem interacional, uma concepção pragmática de língua(gem), uma concepção de aprendizagem interacionista ( a aprendizagem é realizada a partir da interação estabelecida entre aluno, professor e objeto de ensino) podem contribuir imensamente para o desenvolvimento de uma competência interacional que, por sua vez, envolveria o desenvolvimento de uma competência comunicativa que compreende a competência de natureza lingüística, sociolingüística e pragmática (Pereira, 2001).<br />
<br />
Segundo Cunha (1998), abordagem consiste em um conjunto de princípios e pressupostos teóricos relacionados e oriundos de várias áreas do conhecimento- que explicam determinadas opções metodológicas. A mesma autora propõe uma abordagem interacional, a qual está interessada, dentre outros, em estimular o desenvolvimento de uma competência comunicativa necessária para situações de interação diversas. Nela, o eixo central para o ensino, para a organização das atividades de ensino e de aprendizagem é a interação. Aqui, o sujeito atua no seu processo de formação, ou seja, alunos, professores e conhecimentos devem ser participantes ativos do processo didático. Para tanto, a intervenção didática fundada em uma abordagem interacional, convoca repensar elementos basilares para a constituição desse movimento didático, a saber: a concepção de língua/linguagem, de ensino/ aprendizagem e de avaliação adotadas pelo professor, bem como as condições sócio-institucionais em que o docente trabalha, a regulamentação oficial vigente para o ensino e as representações das práticas sociais de linguagem do contexto socioinstitucional.<br />
<br />
Uma abordagem interacional deve está fundamentada em uma concepção pragmática de linguagem, isto é, usar a língua significa falar, escrever para fins específicos e não memorizar um conjunto de regras sem nenhuma funcionalidade significativa, a regra pela regra. Outra questão central diz respeito à concepção interacionista de aprendizagem. O conhecimento é construído coletivamente pelos alunos com a mediação do professor e de outros alunos também, através da criação de situações favoráveis de aprendizado. Ensinar é integrar os sujeitos em atividades pertinentes, levá-los a discussão e a reflexão, é focar nos processos dinâmicos de desenvolvimento, é identificar o que ele já sabe e mediar para que novos saberes sejam construídos, trata-se de pensar na noção vygotskiana de zona de desenvolvimento proximal. <br />
<br />
O professor é um orientador, mediador, coordenador, para Kleiman eles deve ser considerado como um agente de letramento para aquele grupo. As aulas devem ser participativas e aos alunos cabe trazer situações do cotidiano, a fim de levantar a resolução para tais problemas. Deve haver discussões e construção de projetos que envolvam as práticas de leitura, de (re)escritura, análise de textos. Serão elaboradas etapas de trabalho, bem como critérios para executá-lo. Nessa perspectiva, o suposto erro cometido pelo aluno será um meio para a construção do conhecimento e para a reflexão sobre outros modos e ou estratégias necessárias a resolução de problemas.<br />
<br />
O desenvolvimento de uma avaliação formativa é pertinente em uma abordagem interacional. Uma regulação eficiente gera uma participação efetiva dos sujeitos nesse processo, propiciando o desenvolvimento de competências. A avaliação formativa não só busca desenvolver capacidades nos alunos, mas também contemplar os objetivos almejados pelas instituições escolares, ou seja, formar um indivíduo capaz de se expressar e manejar as diferentes variedades da língua.<br />
<br />
O fato de concretizar este último objetivo nos leva a compreender que está dinâmica de ensino está em convergência com os princípios da regulamentação oficial norteadora da prática docente no país. Tanto as Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), lei 9394, 1996 e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) intencionam formar para o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho, o que implica diretamente e efetivamente o domínio das práticas sociais da leitura e da escritura, as quais são essenciais para alcançar as necessidades de aprendizagem dos cidadãos do século XXI os motes do aprender a conhecer (saber selecionar, acessar e integrar os elementos de uma cultura geral), aprender a conviver (compreender o outro e a percepção das interdependências), aprender a ser (ter personalidade, agir com responsabilidade, assumir posturas) e aprender a fazer (saber resolver problemas, adquirir qualificação profissional) (UNESCO, 1994)<br />
<br />
Estes objetivos exigem domínio das atividades de linguagem nas modalidades oral e escrita, simples e mais elaboradas, formais e informais que possam possibilitar o acesso à informação, a construção de pontos de vista e de visões de mundo. Nessa direção, é preciso que o ensino adote uma abordagem de ensino condizente com objetivos análogos, que leve em consideração a necessidade de empoderar pelos domínios da língua, atente para a realidade social e institucional em que estes indivíduos estão inseridos, contemple a reflexão e a ação sobre as problemáticas peculiares aos grupos sociais envolvidos no processo de escolarização. Por isso, sintetizamos alguns aspectos que devem ser valorizados em um abordagem interacional:<br />
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• Uso do texto como unidade de trabalho;<br />
<br />
• Importância das atividades que promovam interações reais para o desempenho de competências;<br />
<br />
• Valorização da realidade extra-escolar e vínculo do que é aprendido com essa realidade;<br />
<br />
• Preocupação com atividades da ordem da ação e da reflexão, garantindo o desenvolvimento das competências metalinguageiras dos alunos. <br />
<br />
EXEMPLO: PROJETO GENTILEZA GERA GENTILEZA<br />
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O bairro da terra firme é considerado como um dos bairros mais violentos da região metropolitana de Belém, é conhecido pela concentração de problemas sociais: violência, moradia desordenada, falta de saneamento básico, trafico de drogas, lavagem de dinheiro, etc. É nesse contexto que está localizada a maior escola pública daquele bairro, que ver no comportamento dos seus alunos o reflexo dessas problemáticas sociais, dentre elas, a o comportamento extremamente violento dos alunos em âmbito verbal e físico. Desse modo, a equipe de professores investiu na concretização do projeto gentileza gera gentileza que tem como mote a “ a gentileza é remédio para todos os males”, baseada na trajetória de José Datrino, conhecido como profeta gentileza, a escola passou a efetivar entre todos os que formam a escola uma série de tarefas: pesquisa sobre a vida de José Datrino, textos e projetos que já trabalhassem nessa direção, elaboração de cartazes, de uma árvore dos valores, lançamento do projeto em que cada turma apresentou para toda escola os frutos do seu trabalho, realização da eleição gentil para (re) discutir o conceito de gentileza, conhecer e reconhecer aqueles que integram a escola e, principalmente, para homenagea-los, etc.<br />
<br />
Dentre as várias ações do projeto, gostaria de chamar a atenção para uma em especial: a eleição gentil. Esta tarefa mobilizou toda a escola, pois foi necessário: formar uma comissão eleitoral de alunos e professores, a fim de delegar tarefas, pois era necessário construir critérios para a eleição, fazer cartazes, construir urnas, criar cédulas, fazer uma pré-eleição entre os vários segmentos professor fundamental I, professor fundamental II, professor médio, professor de eja, pessoal de apoio, pessoal de secretaria, gestores, divulgar resultados preliminares, fazer campanha, fazer informativos sobre horário e lugar da votação, votar, contar estes votos, divulgar estes resultados e montar uma homenagem aos vitoriosos.<br />
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Podemos perceber que este projeto busca: (i) discutir uma problemática da comunidade, relacionando-se diretamente com a realidade daquela comunidade, mobiliza diversos gêneros do discurso (orais, escritos, formais, informais, verbais, não verbais, simples, complexos), (ii) delega atividades para todos, (iii) promove a leitura, (iv) a discussão, a reflexão sobre a comunidade e a escola, (v) estimula o exercício da cidadania, chamando a atenção para a importância do voto, (vi) incita o trabalho de natureza interdisciplinar (português, história, artes, matemática, pedagogia), pois convoca a mobilização de saberes de ordem diversa, (vii) promove a valorização do ser em detrimento do ter, (viii) estimula a (re) pensar as práticas do conviver e gerir as relações sociais, (ix) incentiva pesquisar o como fazer uma eleição, (x) tenta resolver ou, ao menos, minimizar os problemas daquela comunidade tão sofrida e marginalizada. <br />
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Referências<br />
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CASTILHO. Ataliba Teixeira de. A língua falada no Ensino de Português. São Paulo. Contexto, 1998.<br />
CUNHA, Myriam Crestian. A avaliação formativa: estratégia didática para o ensino-aprendizagem da língua materna. Moara. Revista dos cursos de pós-graduação em Letras. Belém: EDUFPA, nº 9, 1998. p. 105-133.<br />
KOCH, Ingedore. Villaça. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1995.<br />
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1985.<br />
GERALDI, Wanderley. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1992, 252 p.<br />
PERFEITO, Alba M. Concepções de linguagem, teorias subjacentes e ensino de língua portuguesa. In: Formação de professores EAD, n°18, v 1,1 ed., p. 27-75. Maringá: EDUEM, 2005.<br />
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 10 e 20graus. São Paulo: Cortez, 1996.<br />
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<div style="text-align: center;"><strong>AVALIAÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA</strong></div><strong><br />
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<strong> Profa. Ms. Débora Cristina do Nascimento Ferreira(SEDUC)</strong><br />
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Avaliar é uma atividade peculiar ao nosso dia-a-dia, avaliamos as pessoas, os fatos e os comportamentos que nos circundam. Na escola, a problemática da avaliação constitui uma questão central a ser debatida, pois ela está diretamente relacionada à progressão e permanência do indivíduo na escola, ao tipo de ensino veiculado, ao aprendizado, às representações de língua(gem), às concepções do docente acerca da regulamentação oficial norteadora da prática educacional. Logo, a questão da avaliação está interligada a fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, ideológicos vigentes nos contextos socioinstitucionais em que as práticas de ensino e de aprendizagem de língua portuguesa são efetivadas.<br />
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Mary Ferreira (2008) traça um breve panorama histórico sobre a prática de avaliar na escola a partir do século XVI até os dias atuais, a autora constrói esta trajetória para refletirmos sobre as relações entre o que fora feito e ainda é realizado em termos de avaliação do processo escolar em nossas agências de letramento a partir da modernidade até a contemporaneidade. A relevância deste investimento consiste em: (i) chamar a atenção para a permanência de determinados aspectos quanto ao avaliar, (ii) estimular a reflexão acerca de outros modos de avaliação desenvolvidos ao longo desse percurso.<br />
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A chamada pedagogia tradicional caracterizada em linhas gerais por Chervel (1998) como uma prática de ensino pautada na exposição pelo mestre ou manual, exercitação do conteúdo, memorização, recitação e controle do processo de construção dos saberes. Chervel (1998, p. 34) descreve esta pedagogia da seguinte maneira:<br />
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Conhece-se, por exemplo, as grandes características do ensino tradicional. Ele foi fundado na exposição, pelo professor ou pelo livro, na memorização, na recitação. De uma maneira geral, este princípio orienta todas as aprendizagens diversas: leitura, latim, cálculo. Tudo passa pela reflexão que classifica, identifica, assimila, constrói e controla a todo momento o processo de elaboração do conhecimento.<br />
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Para este autor, esta perspectiva está fundada na transmissão do conteúdo, repetição do mesmo, exercitação (tarefa essencial) e subordinada a um aparelho docimológico, que constitui contraparte essencial do processo de ensino, de controle, de verificação de assimilação dos saberes ora propostos. Aqui, este aparelho atua em duas direções complementares: controle do processo de ensino veiculado pelo docente e verificação dos saberes que deveriam ser assimilados pelos discentes. Acerca desse ponto, encontramos o seguinte posicionamento de Chervel (1998, p 40):<br />
O último ponto importante da arquitetura das disciplinas: a função que ela ocupa nas provas de natureza docimológica. As necessidades de avaliação dos alunos nos exames internos e externos engendraram dois fenômenos que pesam nos cursos das disciplinas de ensino. O primeiro é a especialização de certos exercícios que desempenham uma função de controle. O ditado ortográfico deve, sem dúvida, sua origem a essa função, mesmo que sua utilização em turmas, no século XIX e XX, extrapole largamente este papel. O segundo fenômeno é o peso considerável que as provas finais exercem sobre o desenrolar da turma e sobre o desenvolvimento da disciplina, ao menos em algumas de suas formas.<br />
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No que se refere ao ensino de LM, este tipo de ensino quase sempre está atrelado em uma concepção de linguagem como representação do pensamento, uma exteriorização, tradução do pensamento lógico a ser regida por um conjunto de normas, em termos de língua, elas seriam as regras do bem falar e escrever, elencadas em gramáticas normativas ou tradicionais. Portanto, para aprender uma língua é necessário que o sujeito psicológico, individual aceite tais regras como tal, a fim de possa criar este produto lógico, consciente e ensinar significa transmissão dessas reagras. O eixo da progressão curricular é constituída pelos tópicos gramaticais. Aprender é memorizar o maior número de regras, avaliar consiste em saber se os indivíduos são capazes de aplicar este saber no momento de um ditado, de uma prova, de uma composição ou redação escolar feitos para a escola. O professor exerce um papel de “caçador de erros” e deve tentar saná-los, promovendo a higienização de textos, enfim a verificação, deixando de lado o que o alunos quis dizer, a obviedade, os efeitos de sentido daquelas opções feitas pelo aprendiz. <br />
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A correção da produção textual geralmente se dá pela identificação de erros, identificação e imediata correção, pequenos comentários como “evite repetições”, “evite parágrafos longos”, “atente para a margem”, “evite lugares comuns”, os quais não acrescentam em nada para a complexa tarefa de produzir um texto que na verdade requer elementos de ordem lingüística, textual e discursiva. Este tipo de ação é muito comum em tarefas escolares que tentam corrigir todos os desvios de textos construídos em uma variante não padrão da língua ou em provas de vestibulares e concursos que ainda cobram questões, tendo como fonte de referências a GT e não as práticas efetivas de uso social da leitura e da escritura. <br />
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Cabe lembrar que a clássica pedagogia do exame, utilizada desde a Grécia Antiga para selecionar soldados, passando por seu uso mais recorrente na idade moderna nos séculos XVI e XVII para fins de progressão social da burguesia, implementada pela pedagogia jesuítica de exames e provas. Esta chamada pedagogia do exame de certo modo marcou a historia da escola e das disciplinas escolares. <br />
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No início do século XX, teremos a criação de uma ciência do exame - docimologia - criada pelo francês Henri Piéron - interessada nos problemas de medida, buscando trabalhar a questão da subjetividade dos corretores. Foi em 1930 que a expressão avaliação da aprendizagem foi usada pela primeira vez por Ralph Tyler. Este autor formulou o primeiro modelo sistemático de avaliação da aprendizagem, propondo uma série de instrumentos, a saber: fichas, formulários, escala, para fins de ajuste e controle da aprendizagem. Além disso, áreas da psicologia como a psicometria e correntes como o behaviorismo contribuíram significativamente para tanto.<br />
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Nesse sentido, no milênio que segue esta prática ganhou espaço, chegou até a atualidade obviamente ressignificada em grandes processos avaliativos em escala nacional como o ENEM, SAEB, ENADE e até mesmo internacional, como é o caso do PISA. Sendo uma prática recorrente em nossas escolas, é um instrumento que promove a aprovação ou reprovação, segrega aqueles que “sabem” daqueles que “não sabem”, dos “aptos” e dos “não aptos”, destina os que devem ocupar uma vaga em um curso de nível superior ou uma vaga de emprego em um dado concurso profissional. <br />
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Esta prática não leva em consideração a história de vida dos sujeitos, suas reais habilidades e aptidões, suas potencialidades, as interligações com as problemáticas vivenciadas em realidades diferenciadas, enfim os letramentos locais ou vernaculares oriundos das culturas dos diversos grupos sociais que compõem a escola e, até mesmo, os multiletramentos e semioses característicos das ciberculturas, dos contextos globais e tecnológicos contemporâneos, privilegiando assim o produto em detrimento do processo de aprendizado que extrapola os muros escolares e alcança a vida (Rojo, 2009).<br />
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Além disso, contribui de modo velado para a perpetuação do status quo de determinadas facções sociais, promovendo em certa medida o processo de reprodução social por via do autoritarismo, por uma postura altamente prescritiva, como quer Bourdieu (1999) e afirma Luckesi (1995). Esta realidade é reforçada em escolas que utilizam além do aparelho docimológico interno, usam o externo representado por vestibulares, concursos e outros.<br />
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Atualmente, é necessário também atentarmos para a preocupação de geração de estatísticas dos grandes exames avaliativos, a fim de velar por via dos números da cultura e da educação uma imagem da realidade educacional brasileira que nem sempre corresponde à realidade, mas se faz interessante à “prestação de contas” aos organismos econômicos internacionais vigentes na contemporaneidade. Trata-se da questão da função social da avaliação, uma espécie de prestação social que também é efetivada na escola por via das certificações e notas. Já a avaliação voltada para o processo de aprendizagem busca identificar, o processo, as etapas, o desenvolvimento do aluno ao longo da trajetória escolar acadêmica, daí a possibilidade de pensar a avaliação em três perspectivas: preditiva, somativa e formativa. A primeira busca conhecer os saberes já dominados pelos discentes, a segunda busca por via do acúmulo de tarefas e respectivos resultados alcançados em forma de notas ou conceitos, acumulados ao longo das atividades propostas para uma dada unidade de trabalho, funda-se na competição e no individualismo. O foco é verificar o que foi retido, alcançar uma nota parece mais importante que aprender, avaliar é externo ao processo de construção do saber e o professor é o único responsável por avaliar. Aqui errar é sinônimo de burrice, este não é tido como uma hipótese ou tentativa de acerto, passar de ano é não errar, daí o caráter de seletividade social presente nesta concepção.<br />
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Quanto à avaliação formativa, este termo foi criado por Scriven (1967), a princípio esteve relacionado ao neobehavorismo e concedia ao aluno um papel passivo no processo de aprendizado, ligado a uma pedagogia do conteúdo, em que o conhecimento fosse fragmentado para maior controle do aprendizado. Ao professor caberia, fazer o diagnóstico inicial, criação das atividades, verificação dos resultados, dos erros, regulação das aprendizagens, regulação das condições e reorganização das atividades e dos conteúdos. Um aspecto interessante disso diz respeito à preocupação em relação à regulação durante o processo de aprendizagem e chamou a atenção para a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída ao aluno no processo de construção e apropriação do conhecimento (Cunha, 1998).<br />
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Em virtude das críticas, a concepção de avaliação formativa passou a ser reformulada e passou a conceber a relevância do papel ativo do aluno, bem como a necessidade de estimular mecanismos de auto-regulação e de auto-avaliação, a avaliação formativa busca ser processual, contínua, mais centrada no aluno e interna ao processo de aprendizado. Perrenoud (1991) define como formativa como “toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, ou melhor, a participar da regulação da aprendizagem”. Esta modalidade está mais centrada na detecção das dificuldades e resolução de problemas, a partir de necessidades reais dos alunos.<br />
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A execução dessa prática avaliativa mais produtiva e pertinente só poderá ser realizada em uma escola em que o aparato teórico-metodológico esteja voltado para a execução de um trabalho docente que possibilite repensar os objetivos do ensino, as finalidades deste ensino, os objetos a serem ensinados. O que significa avaliar a produção lingüística na aula de português em uma abordagem interacional e não prescritiva?<br />
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Ao lidar com uma perspectiva que busque didatizar a prática social de uso da língua, significa eleger objetos de ensino que façam parte de uma atividade de linguagem propriamente dita, o que converge para que a produção lingüística esteja situada: para quem o aluno escreve, o texto deve ser mais formal ou informal, as informações são pertinentes, as questões textuais da ordem da coesão, da coerência, da narratividade, da argumentação são pertinentes aquele texto, o conteúdo ora trabalhado corresponderá as necessidades do publico alvo. Por exemplo, analisar um texto conjuntamente com a turma pode ser uma boa oportunidade para incitar a reflexão sobre o que está sendo produzido em sala, é uma oportunidade ímpar para convocar o aluno a fazer parte do processo avaliativo da sua produção, dos seus avanços, dos efeitos lingüístico-discursivos da sua produção, do domínio do gramatical no sentido de problematizar a natureza dos desvios e principalmente mostrar caminhos e opções efetivas para o maior desenvolvimento da prática social de escrever. Isto proporcionaria um diálogo cooperativo, certamente, capaz de subverter a ordem do monólogo, insípido, incolor, inodoro, que segundo Antunes (2006) não mata nem cura, simplesmente, preenche o tempo destinado a um dado dever escolar. <br />
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Referências<br />
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ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.<br />
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Tradução Sergio Miceli et al. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. <br />
CUNHA, Myriam Crestian. A avaliação formativa: estratégia didática para o ensino-aprendizagem da língua materna. Moara. Revista dos cursos de pós-graduação em Letras. Belém: EDUFPA, nº 9, 1998. p. 105-133.<br />
CHERVEL, André, (1998). La culture scolaire – une approche historique. Paris: Belin.<br />
LUCKESI, Cipriano. A avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.<br />
PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.<br />
ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.<br />
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</div>Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-51856431094336628382010-04-20T16:41:00.000-07:002010-04-20T16:47:03.408-07:00De que adianta conhecer o código, se não entende o texto?<div align="justify">Autor: Luiz Henrique Gurgel<br /><strong>Quando escolhemos o gênero como unidade de ensino, o que podemos ensinar aos alunos? Joaquim Dolz</strong> – É preciso clarear os currículos. Os gêneros, quando entram na escola, trazem elementos das práticas sociais de referência, mas tornam-se objetos para aprender e escrever. É fundamental definir as capacidades linguísticas discursivas que se pretende desenvolver com os gêneros. Sou partidário de trazer para a sala de aula a diversidade e até trabalhar com gêneros considerados pouco elegantes, mas sempre com olhos postos sobre o desenrolar da linguagem e da língua portuguesa. Antigamente tínhamos um livro com cartas de correspondência e copiávamos as cartas. Era dessa forma que se ensinava. Hoje, se você tem uma visão interacionista, um conhecimento mais consistente do gênero, pode trabalhar melhor a partir da troca de correspondência, por exemplo. Se você escreve uma carta-convite e recebe as respostas dos convidados, ou se você escreve uma carta de opinião em resposta a um editorial de jornal, o uso da escrita é outra coisa. Para trabalhar dessa maneira o professor precisa ter formação, conhecer as convenções e as características dos gêneros e subgêneros da correspondência, todo tipo de variações e formulações em português, desde que fiquem claras quais são as prioridades. Não vou dizer quais sequências didáticas devem ser desenvolvidas, mas já vi atividades que eram animações socioculturais para divertir e animar a classe. É preciso ter cuidado porque uma das possíveis derivações do trabalho de sequências didáticas com os gêneros é fazer uma pedagogia superficial: apresentar situações de comunicação sem focalizar as capacidades linguísticas, linguístico-discursivas e as necessidades dos alunos, que precisam aprender a escrever em português textos importantes para a vida.<br /><strong>Os professores sabem quais os gêneros que a escola deve trabalhar? Joaquim Dolz</strong> – No Brasil o período que os alunos passam na escola é curto, por isso precisa ser bem aproveitado. Não podemos perder tempo com textos que os alunos aprendem sozinhos – oralmente ou na escrita, como o diálogo escrito numa sala de bate-papos na internet, por exemplo. Agora, se vamos fazer um projeto de troca de correspondência entre argentinos, espanhóis, portugueses e brasileiros por e-mail, é outra coisa. Inspira os alunos a escrever: aprender a se apresentar numa carta enviada por e-mail; apresentar o bairro, a cidade, o país em que vive. Escrever primeiro na própria língua – português para os brasileiros; espanhol para os argentinos e espanhóis. E, numa segunda fase, escrever uma parte da carta na língua do outro. Essa é uma forma de introduzir o gênero e-mail na escola a partir de finalidades educativas específicas, e pensando numa progressão. O trabalho deve permitir o desenvolvimento das capacidades discursivas com uma visão geral do desenvolvimento da linguagem, caso contrário você está limitando a teoria dos gêneros textuais.<br /><strong>O senhor visitou uma escola pública brasileira. Qual foi sua impressão? Joaquim Dolz</strong> – Visitei apenas uma escola. É ainda uma representação provavelmente ingênua e incompleta, mas gostei muito. O que mais me impressionou foi a direção, a organização da escola e sua relação com a comunidade. Situada num território muito difícil, do ponto de vista sociológico – havia pais de alunos na prisão, mães que vendiam drogas, diferentes gangues –, a escola estava no meio. Dentro da escola todos os meninos estavam protegidos, eram iguais. Valia a lei da escola, e não a da selva. A comunidade tinha um respeito muito grande pelos professores e particularmente pela diretora. Não conheço suficientemente os estabelecimentos escolares, o professorado, os alunos, a realidade brasileira, mas vejo duas realidades no país: uma, mais desenvolvida, como a Europa, e outra, como próxima dos países pobres em vias de desenvolvimento. Podemos encontrar meninos que aprendem inglês ou francês com professores particulares ou em centros escolares de grande qualidade, tendo um suporte muito grande da família e da sociedade, e ver meninos na rua, que não vão à escola, com problemas de letramento importantes. As duas realidades são encontradas no Brasil.<br /><strong>E o trabalho do professor? Joaquim Dolz</strong> – Para ter boas condições de trabalho, por cada três ou quatro horas de presença com os alunos, você necessita de uma ou duas horas de planejamento. Preocupa-me um pouco o cansaço dos professores porque trabalhar com muitos meninos na classe e muitas horas deve ser duro. E, se você tem 35 alunos, treze ou catorze horas a cada dia, é muito difícil preparar antes, está sempre improvisando. É verdade que um professor com muita experiência não precisa planejar as aulas no mesmo nível, mas se tem 35 alunos com problemas muito diferentes – de expressão e adaptação – precisa de tempo. A avaliação das capacidades e dos obstáculos dos alunos e a preparação de projetos de letramento motivadores são muito importantes e não podem ser improvisados. Ao propor inovações da prática habitual, o professor pode sentir-se inseguro, necessitando de tempo para se apropriar das novidades e para se coordenar com a equipe docente. A formação do professor precisa ser reconhecida como tempo de trabalho. Digo isso por um respeito enorme, uma verdadeira admiração pelo trabalho dos professores.<br /><strong>É verdade que o senhor ficou impressionado com o barulho na escola?</strong> Faz parte do papel do professor ensinar o aluno a ouvir e trabalhar em silêncio? Joaquim Dolz – É verdade. O nível de barulho era bastante elevado e chamou a atenção. Isso não é uma crítica, foi uma constatação ao visitar uma escola. Por um lado, o barulho era movimento, fruto do entusiasmo dos meninos pela aula, pois todos queriam responder as questões ao mesmo tempo. Mas o trabalho escolar exige condições, tranquilidade. Suponho que o controle do volume, a escuta, os rituais de respeito à palavra do outro são aprendizagens de linguagem. Se todo mundo fala ao mesmo tempo é impossível ensinar e aprender.<br /><strong>Como vê a sequência didática de leitura? Joaquim Dolz</strong> – As entradas para o aprendizado podem ser diversas e o conceito de sequência didática pode aplicar-se à leitura, mas não é a única possibilidade de trabalho. No caso da sequência sobre a leitura, é essencial a análise dos obstáculos para a compreensão dos alunos. É obrigação da escola ensinar a ler e escrever, habilidades indispensáveis ao cidadão. A produção de textos convoca sempre à leitura, de uma maneira ou de outra, porque quando você escreve, você lê, mas as finalidades são diferentes, o tipo de trabalho também. A novela policial é um gênero interessantíssimo para a leitura. Você pode desenvolver várias estratégias quando trabalha a leitura continuada de uma novela policial. O escritor, quando escreve a novela policial, situa-se em uma posição enunciativa particular, pois tem que enganar o leitor. É preciso uma leitura atenta de indícios para levantar hipóteses e resolver o enigma. Se você lê as cinco primeiras páginas e descobre quem é o culpado, perde o interesse. Do ponto de vista narrativo, é uma ruptura cultural porque o crime, o resultado, aparece sempre no começo e o leitor, etapa por etapa, tem que reconstruir como aconteceu o crime. Do ponto de vista linguístico, sabemos quais são – para alguns – as dificuldades para compreender a leitura desse gênero: compreender as informações, identificar os indícios, interpretar algumas unidades linguísticas. Podemos desenvolver interpretação, criação de hipóteses, operações de relação, pois essas informações estão evidentes no texto. Já pela perspectiva da escrita o foco do trabalho é a estrutura narrativa, são os personagens e os aspectos associados ao gênero, de maneira geral.<br /><strong>E a sequência didática em outras disciplinas? Joaquim Dolz</strong> – Nem sempre a seqüência didática sobre a língua pode ser utilizada diretamente em outras disciplinas. Você pode organizar uma sequência didática em matemática para trabalhar a resolução de problemas envolvendo leitura e compreensão de texto. Em matemática é importante a compreensão das consignas, da explicação, da demonstração de um problema. São gêneros; a demonstração é um gênero, uma consigna um gênero descritivo. O trabalho com os professores de matemática deveria permitir aprender a formular e compreender as consignas do ponto de vista linguístico, para que os problemas possam ser resolvidos corretamente. Isso é um problema de colaboração entre os professores de matemática e os professores de línguas. A disciplinarização dos saberes foi um progresso, primeiro para a ciência e depois para a escola. Há saberes de biologia, saberes de história, saberes linguísticos, e o currículo deve ter uma visão dos saberes que ensina. A interdisciplinaridade pode ser muito interessante, mas é fundamental ter muito claro os objetivos da história, da biologia, da língua. Quando você desenvolve uma sequência em matemática, biologia ou história, também trabalha a língua e o gênero como ferramentas. É importante que os professores de outras disciplinas saibam que os problemas de compreensão e de produção de textos estejam ligados às habilidades provenientes da língua portuguesa.<br /><strong>A Olimpíada de Língua Portuguesa pode ser um caminho para melhorar a formação dos professores? Joaquim Dolz</strong> – Tenho informação de que a Olimpíada é muito bem recebida pelos professores e pelos alunos e o entusiasmo pelo concurso é grande. Se compreendi bem, a proposta tem fundamentalmente três objetivos. Primeiro, possibilita a divulgação de materiais didáticos – ferramentas fundamentais para professores de todo o país. Em segundo lugar, é voltada para os alunos, permitindo o desenvolvimento da escrita de gêneros textuais (poemas, memórias literárias, crônicas e artigos de opinião). E, em terceiro, forma os professores para melhorar o ensino da escrita. Minha visão do projeto é muito positiva: a maneira de envolver as escolas, a proposta de um trabalho coletivo com os professores e a ideia de levar aos diferentes centros escolares uma cultura comum sobre o ensino da escrita, isso me agrada muito.<br />Temos o desafio de contribuir para a formação a distância dos quase 200 mil professores engajados na Olimpíada por meio de materiais de apoio. Como aprimorar os materiais de formação? Joaquim Dolz – Vivo a mesma situação. Cada vez que escrevo para professores, me pergunto qual é a melhor maneira de dizer e como vai ser recebido. É preciso fazer um trabalho para melhorar a escrita, ouvir os especialistas que analisam a linguagem dos professores e dos formadores, verificando qual é a forma mais adequada de escrever. Porque eu, quando sou professor, tenho dificuldade para ver a minha atividade, mas se o pesquisador analisa minha prática, posso tomar distância e enxergá-la de maneira crítica, tomar consciência dos entraves.<br />Em recentes palestras e cursos, o senhor falou sobre validação didática. Explique-nos o que é e como se dá a validação didática. Joaquim Dolz – Primeiro, a validação didática pretende analisar o progresso, o aprendizado dos alunos. Depois de uma seqüência didática é necessário verificar o quanto o menino progrediu na escrita. Segundo, é importante verificar a legitimidade e a coerência dos objetos de ensino do ponto de vista da transposição didática. As características do gênero escolhido são pertinentes para o ensino da leitura ou da escrita? A didatização é adequada em função do grupo de alunos? Terceiro, a validação didática examina também as possibilidades de os professores implementarem as atividades propostas nas suas condições de trabalho. A validação das ferramentas de trabalho que elaboramos tem que encontrar um equilíbrio para esses três aspectos. Se a maneira de trabalhar a leitura ou a escrita não é coerente, pode-se alfabetizar um aluno sem que ele seja capaz de compreender o que está lendo – isso porque, neste caso, o objeto do ensino da leitura está limitado ao código e não à compreensão do texto. Se, depois de quatro ou cinco anos de trabalho, 125 alunos dos 700 matriculados numa escola não aprenderam a ler, isso é um indicador problemático da proposta de letramento. A primeira coisa a fazer, então, é o diagnóstico da situação das escolas, a análise das necessidades dos meninos e professores. Podemos identificar as capacidades iniciais dos alunos para, então, adaptar o trabalho às suas reais necessidades. Em seguida, definir os objetos prioritários para desenvolver a escrita, a leitura, a oralidade, a tomada de palavra para defender-se na vida – um projeto para dignificar a cidadania brasileira.<br /><strong>Atualmente, qual o foco de suas pesquisas? Joaquim Dolz</strong> – Sou um pesquisador um pouco disperso, atuando em várias frentes, algumas pouco conhecidas na Suíça. Neste momento estou com um projeto sobre o ensino bilíngue no País Basco, na Espanha, onde há uma língua que se chama euskera, que é muito diferente do espanhol. Vamos estudar o efeito do ensino de sequência didática para alunos bilíngues em espanhol e em euskera, um projeto que ganhou prêmio de pesquisa. O segundo projeto, muito simples, mas que é um prazer para mim, aborda a utilização de seqüências didáticas com alunos que têm dificuldades de aprendizagem. O terceiro projeto é sobre práticas de formação dos professores na escrita, vou analisar as práticas das diferentes instituições da Suíça francesa: como os professores ensinam a escrita e como os estudantes, futuros professores, realizam as práticas da escrita no curso de sua formação. E a quarta pesquisa, que estou terminando com Bernard Schneuwly, é sobre o estudo dos objetos ensinados nas práticas de aula. São quatro frentes e muito trabalho.<br /><strong>Fale de sua pesquisa sobre o gesto cotidiano do professor na sala de aula. Joaquim Dolz</strong> – Essa pesquisa, em colaboração com o professor Bernard Schneuwly, foi realizada com professores do secundário para saber como eles ensinam a gramática. Escolhemos unicamente uma estrutura gramatical, a subordinada relativa e o texto de opinião. Uma de nossas preocupações era identificar os gestos profissionais dos professores quando ensinam o discurso com a gramática. Começamos a entrar nas classes para observar o trabalho que realizam cotidianamente. Alguns gestos são de regulação das interações, trocas com os alunos. Outros são para identificar as dificuldades deles. Outros ainda são gestos para conseguir memorizar, colocar o novo em relação ao antigo, ao trabalho que fizeram no passado. Poderíamos falar também de outros gestos para compreender melhor a atividade docente. Este é um tema novo de pesquisa. No Brasil, Anna Rachel Machado e outros autores também analisam a atividade do professor, observando algumas das suas características. Ainda é cedo para avaliar nossas observações sobre a formação. Os estudiosos de ergonomia trabalham muito comparando práticas e atividades de diferentes professores. Existem pesquisas sobre a formação geral, mas sobre a leitura ou a escrita as pesquisas ainda são emergentes.<br /><strong>Qual o seu contato com os pesquisadores brasileiros? Joaquim Dolz</strong> – Há um tempo fui convidado para dar um curso na PUC-SP e assim fiz meu primeiro contato com as duas pioneiras – Roxane Rojo e Anna Rachel Machado – e com a realidade brasileira. Depois comecei a descobrir outros trabalhos muito diversos graças à presença de muitos pós-doutorados e doutorados que trabalhavam conosco em Genebra. Isso permitiu conhecer – parcialmente – a realidade educativa do Brasil. Também criei uma relação com as professoras Elvira Lopes Nascimento e Vera Cristovão, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. Tenho um interesse muito grande pelo país emergente e de potencialidades.<br />Publicado em: 04/03/2010 </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Disponível em:<a href="http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=16825">http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=16825</a>Profa. Débora: trabalhos em educação linguísticahttp://www.blogger.com/profile/13385515984657458083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8899547703406536062.post-33569618904811098942010-04-11T14:04:00.000-07:002011-06-06T19:48:17.514-07:00GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA: PRODUÇÃO DO GÊNERO LENDA<div align="justify">O desafio de trabalhar a produção de textos é uma realidade que enfrentamos no cotidiano das escolas brasileiras. Salas de aula numerosas, falta de material didático e de equipamentos, extrapolação de carga horária do professor, desinteresse de alunos, dentre outros obstáculos. Neste contexto, temos a difícil tarefa de implementar a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), os quais propõe os gêneros textuais como objeto de ensino da disciplina escolar Língua Portuguesa. Diante desta tarefa, queremos apresentar uma tentativa de trabalho de produção textual na escola, abordando o gênero como objeto a ser ensinado. Uma das leituras que fundamentam nosso trabalho é o livro Gêneros Textuais Orais e escritos na escola, de autoria de Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz. Sendo assim, a sequência didática adotada foi a seguinte: </div><div><div><div><div><div><div><div><div><br />
<div align="justify">Atividade 1. Apresentação de narrativas construídas por alunos para discussão dos elementos necessários para a construção do texto narrativo, aspectos relativos ao processos de construção da coerência e coesão, relações entre o texto oral e o texto escrito. Enfim, atividade de reescrita desses textos;<br />
Atividade 2. Leitura e análise do conto O Milagre, Stanislaw Ponte Preta;<br />
Atividade 3. Leitura análise do conto Debaixo da Ponte Preta, de Dalton Trevisan; </div><div align="justify">Atividade 4. Leitura e análise de lendas: Procne, Tereu e Filomena, As metamorfoses, de Ovídio; Príamo e Tisbe; <br />
Atividade 5. Leitura e análise de lendas amazônicas: lenda do açaí e lenda da mandioca; <br />
Atividade 6. Leitura e análise da lenda urbana: A moça do táxi; discussão de versões dessa lenda e de outras lendas urbanas, apresentação de um episódio " A mulher de branco", do seriado Sobrenatural;</div><div align="justify">Atividade 7. Produção de uma lenda do conhecimento de nossos discentes;<br />
Atividade 8. Discussão dos textos produzidos em sala;</div>Atividade 9. Reescrita dos textos;<br />
Atividade 10- Postagem dos textos no blog.<br />
<div align="center"><br />
<strong>DEPOIS DA TENTATIVA DE PRODUÇÃO DOS TEXTOS, TIVEMOS ALGUNS RESULTADOS QUE MERECEM NOSSA ANÁLISE, VEJAMOS:</strong><br />
<br />
MAPINGUARI<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAJjaqSqFEX95mHlOYhvZq6wx7j_VYmHjoeixdJwBJZnQyVyB7obbvwy_SpehevnSeYls3noGONasm4Ch300P4WuWU_XfdZnoasJDCD3n3IGfDNWLG0_jTVfiNHStWBFxlIK_9RMrf10/s1600/digitalizar0065.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="161" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAJjaqSqFEX95mHlOYhvZq6wx7j_VYmHjoeixdJwBJZnQyVyB7obbvwy_SpehevnSeYls3noGONasm4Ch300P4WuWU_XfdZnoasJDCD3n3IGfDNWLG0_jTVfiNHStWBFxlIK_9RMrf10/s320/digitalizar0065.jpg" width="320" /></a></div>A PORCA DA PEDREIRA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZN0A4rCUKjy1k6EGhw-8f5lbQPGtGk4Gbf4rjJEgysdjfDmkWstjk6xFFS_jI23SMly3FsDiIS5CwgiggkB8Xjp3BSHHNicMndoI7klob9zsp10OjonH59M0xECRFhTtmV72BvA7jUiE/s1600/digitalizar0066.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZN0A4rCUKjy1k6EGhw-8f5lbQPGtGk4Gbf4rjJEgysdjfDmkWstjk6xFFS_jI23SMly3FsDiIS5CwgiggkB8Xjp3BSHHNicMndoI7klob9zsp10OjonH59M0xECRFhTtmV72BvA7jUiE/s320/digitalizar0066.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DO HOMEM DO TÁXI<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0shZHncxJfhEvB6pix8SUgu0_n3WvvJQ2WpNEWV4Fy2DccpWCROgK2pY7cWrjDpvo9luiAgD2TORZ_ExgHbPlbq0kzDaiO-fCmuH-wm8ms9kf4XAZ4RuTtzbrHL0u6Fvcqhp6aFvGz8/s1600/digitalizar0052.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="258" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0shZHncxJfhEvB6pix8SUgu0_n3WvvJQ2WpNEWV4Fy2DccpWCROgK2pY7cWrjDpvo9luiAgD2TORZ_ExgHbPlbq0kzDaiO-fCmuH-wm8ms9kf4XAZ4RuTtzbrHL0u6Fvcqhp6aFvGz8/s320/digitalizar0052.jpg" width="320" /></a></div>A NOIVA DO FORTE<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtNtkPesVdQeJq-87IdO9X-EsgDiRjid-BrfGjKtfcHwsLOctviYlq8kNcY9PJJsfiGrHrQdt6DPHDigY4xwRqvcRNUCot0SOIfHyBnRDpTjXp1wBPmV8cGMOhyfVBqRVcLhz_nx6R8_k/s1600/digitalizar0053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtNtkPesVdQeJq-87IdO9X-EsgDiRjid-BrfGjKtfcHwsLOctviYlq8kNcY9PJJsfiGrHrQdt6DPHDigY4xwRqvcRNUCot0SOIfHyBnRDpTjXp1wBPmV8cGMOhyfVBqRVcLhz_nx6R8_k/s320/digitalizar0053.jpg" width="320" /></a></div>FOGO FATO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgocgto5vEmvtl1arPUt7I074k30x5F-0-NLtAMfSnFH7ubfLqWTaTYkdrhMxqL3gRjKUW1xfGOH4jc-_YSWqnuZ0NArN9fADUzFvegMQSR0F9oZzCvqwV5ohF3p5_-fUmMiNMKLxD76_4/s1600/digitalizar0055.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgocgto5vEmvtl1arPUt7I074k30x5F-0-NLtAMfSnFH7ubfLqWTaTYkdrhMxqL3gRjKUW1xfGOH4jc-_YSWqnuZ0NArN9fADUzFvegMQSR0F9oZzCvqwV5ohF3p5_-fUmMiNMKLxD76_4/s320/digitalizar0055.jpg" width="320" /></a></div>O CENTAURO DO PARÁ<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UrDGlK4Xc3XKFyu06JuGznohP-ZkXNnpJDbaoPDy0CBSwJGpMnUadWkv67XdAM1VPEMNKzN5-cahl7KGAEdTjqhLW6jaJ1Y7gDc9MtFd069BKYpkcShY1FWl-K-DtjX5Dc2Emyc94y8/s1600/digitalizar0057.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="203" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UrDGlK4Xc3XKFyu06JuGznohP-ZkXNnpJDbaoPDy0CBSwJGpMnUadWkv67XdAM1VPEMNKzN5-cahl7KGAEdTjqhLW6jaJ1Y7gDc9MtFd069BKYpkcShY1FWl-K-DtjX5Dc2Emyc94y8/s320/digitalizar0057.jpg" width="320" /></a></div>O CAÇADOR E A IARA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7TD3nfm75KBz8zfECo-aF3uQdJtJwjsuticjD7KnU8hCNnDBGKNjXa9D6Sru1fr08dSDKHNARe8c6x2q5TwHRqpnKMElRWB3ndautjcH4Rxm9Gi86OHf-DtsdSoCsPHYNW4HfXQLCQE/s1600/digitalizar0058.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="199" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7TD3nfm75KBz8zfECo-aF3uQdJtJwjsuticjD7KnU8hCNnDBGKNjXa9D6Sru1fr08dSDKHNARe8c6x2q5TwHRqpnKMElRWB3ndautjcH4Rxm9Gi86OHf-DtsdSoCsPHYNW4HfXQLCQE/s320/digitalizar0058.jpg" width="320" /></a></div>A MULA SEM CABEÇA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVBiXJ9QjWbETYBmOxgptpW9NzraAfaV-TtYRT8mfjxAa_A8cMg7f335NTOVx1EbkUyahGHJ8UrLCGJ2VfpsTdefR4pG4cpYGK9IOPAV4Y7UA4Brhje32tORR6Pu-zWmQ8qWbpxq2yrrg/s1600/digitalizar0059.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVBiXJ9QjWbETYBmOxgptpW9NzraAfaV-TtYRT8mfjxAa_A8cMg7f335NTOVx1EbkUyahGHJ8UrLCGJ2VfpsTdefR4pG4cpYGK9IOPAV4Y7UA4Brhje32tORR6Pu-zWmQ8qWbpxq2yrrg/s320/digitalizar0059.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DO GUARANÁ<br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4jqhYGBzD_NwoFRWzjDSRFX8fQ73UzNjJUelV7tvaFSGE5s4eYF3qScFTmmzO5o5KpdB-LOFjgT5rmBJDbXp246hKxdcCvUXaNT2xdIopktSXqsi5uQA543YXUBc5gWwDfzWoAZ09STY/s1600/digitalizar0061.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4jqhYGBzD_NwoFRWzjDSRFX8fQ73UzNjJUelV7tvaFSGE5s4eYF3qScFTmmzO5o5KpdB-LOFjgT5rmBJDbXp246hKxdcCvUXaNT2xdIopktSXqsi5uQA543YXUBc5gWwDfzWoAZ09STY/s320/digitalizar0061.jpg" width="320" /></a></div>AS MULHERES CHORADEIRAS<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_QZjzZjmfESolmUuZ94ihi-eTFMCHnLmxYNTg2DvhVWvKLdzLElezwKlbQCyALATpx10NmX43yKGcW901LIPfvMRJpoh8kXN7jdIDCPj668E0RXsAzX8hPsRd8mNwkDAiTgErRUItn6A/s1600/digitalizar0063.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_QZjzZjmfESolmUuZ94ihi-eTFMCHnLmxYNTg2DvhVWvKLdzLElezwKlbQCyALATpx10NmX43yKGcW901LIPfvMRJpoh8kXN7jdIDCPj668E0RXsAzX8hPsRd8mNwkDAiTgErRUItn6A/s400/digitalizar0063.jpg" width="400" /></a></div>A LENDA DO SR REAL<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDqzHzEhBetuAlAXSCK7H2J0K6QSenqH-dhfmLYxyrj2B-utQ9wgaEtIJnUB5hR7mGNGNYQL17s8jW47PsEADm3NYlKPoFlRTQ7DSkSqMlgz5S5M0nMOSt_gTy07LpUsk54_Nkg7c5ZxE/s1600/digitalizar0064.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="194" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDqzHzEhBetuAlAXSCK7H2J0K6QSenqH-dhfmLYxyrj2B-utQ9wgaEtIJnUB5hR7mGNGNYQL17s8jW47PsEADm3NYlKPoFlRTQ7DSkSqMlgz5S5M0nMOSt_gTy07LpUsk54_Nkg7c5ZxE/s320/digitalizar0064.jpg" width="320" /></a></div>CAIPORA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib-pRTWJM98U4CqZP_7-y8M4pR7XbdK_KfvucTqRjYp_3OK_NasyQ87Z-gXSVooaNcHQO4fehvWtC79LkVAA0mEOcdy_OlF2cDB5NFESEZMQtu7vs1tnccs3yuPGR5iWopylZ5RJt_N4c/s1600/digitalizar0043.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="191" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib-pRTWJM98U4CqZP_7-y8M4pR7XbdK_KfvucTqRjYp_3OK_NasyQ87Z-gXSVooaNcHQO4fehvWtC79LkVAA0mEOcdy_OlF2cDB5NFESEZMQtu7vs1tnccs3yuPGR5iWopylZ5RJt_N4c/s320/digitalizar0043.jpg" width="320" /></a></div>A LUA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3T0aOzmRMcH3rlxkcVpUWESmjRHRVDWTG7DxbMVwYqhsVRN8AG4AZcdbMO_R1rDdaIyKBzkM9mRwQx3RZDmUzOs5vYRhhjFYqqgwk4wcCvjOQhm538TlyHQPBgoSqP92j8l3tO4hOCA/s1600/digitalizar0044.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3T0aOzmRMcH3rlxkcVpUWESmjRHRVDWTG7DxbMVwYqhsVRN8AG4AZcdbMO_R1rDdaIyKBzkM9mRwQx3RZDmUzOs5vYRhhjFYqqgwk4wcCvjOQhm538TlyHQPBgoSqP92j8l3tO4hOCA/s320/digitalizar0044.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DO IABÁ<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXjVOq02PzOaTCrZJfAzXs1-PX6y9uDvk4bj01k9fxDDShEQsgBhiFuAaaBpEZ_Zg83wh1mE9sBMO2mYyzKEnhCIOiDz_JTxUIejieS5OozcTIUuQgTgtnYrZg3hOJ2Y7w38dEqLtMQqk/s1600/digitalizar0047.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXjVOq02PzOaTCrZJfAzXs1-PX6y9uDvk4bj01k9fxDDShEQsgBhiFuAaaBpEZ_Zg83wh1mE9sBMO2mYyzKEnhCIOiDz_JTxUIejieS5OozcTIUuQgTgtnYrZg3hOJ2Y7w38dEqLtMQqk/s400/digitalizar0047.jpg" width="400" /></a></div>MATINTA PEREIRA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQbYADuAsrADG6JbQxjpDC34XvaOoczCg2uauf10Ur9hGDUFg6H_YzQZXRLP6RVtEcfI9kPAiI4YEJviJkDiMnW1eh0be4AZLbLdM4aNKa70IQbtnOL53nM7aukBKPmen1VCEdgNOunOQ/s1600/digitalizar0049.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="242" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQbYADuAsrADG6JbQxjpDC34XvaOoczCg2uauf10Ur9hGDUFg6H_YzQZXRLP6RVtEcfI9kPAiI4YEJviJkDiMnW1eh0be4AZLbLdM4aNKa70IQbtnOL53nM7aukBKPmen1VCEdgNOunOQ/s400/digitalizar0049.jpg" width="400" /></a></div>MATINTA PEREIRA DIABÉTICA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD5Ww5BlZyfIGzsJuaiX2e8XP0f6ADQ2qDbiKHoWEfm5O3Nj0Ft58hskMNBoY9DeC156AtFMmwMpIOMYNUdJ7IbibcYK7nSB_703UsbCzINex6eQqc7BW-6u5jANi6nKZYbtkDjjGTSGY/s1600/digitalizar0050.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD5Ww5BlZyfIGzsJuaiX2e8XP0f6ADQ2qDbiKHoWEfm5O3Nj0Ft58hskMNBoY9DeC156AtFMmwMpIOMYNUdJ7IbibcYK7nSB_703UsbCzINex6eQqc7BW-6u5jANi6nKZYbtkDjjGTSGY/s400/digitalizar0050.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A MULHER DE BRANCO</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQZMh8bQ9w6VguZMczUKX9kcQCq7Bt-P9D10ZRcIgqtVwDgQU7f8SsxP2rd2Z1MFQpCvkwp8dfQzobgMALTJqZtv9oSiaQX_SzNS7W1tYZaBl0rU-U22sZz-Qix59SMicc3vbSHCNOntY/s1600/digitalizar0030.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="274" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQZMh8bQ9w6VguZMczUKX9kcQCq7Bt-P9D10ZRcIgqtVwDgQU7f8SsxP2rd2Z1MFQpCvkwp8dfQzobgMALTJqZtv9oSiaQX_SzNS7W1tYZaBl0rU-U22sZz-Qix59SMicc3vbSHCNOntY/s320/digitalizar0030.jpg" width="320" /></a></div><br />
CURUPIRA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD124paX0_-WzRnvZScuiu5XaRGlO8osKunUpWKvx7QfqcvCWebg2l6hzse7H4log9SKA2_qslYuOIu2HmSiGqdaqAxwmbUR0gMiXXLI4LjXWRw0QAh6GKN6tM1n0dyLgyQVNgJs5FGtA/s1600/digitalizar0031.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="184" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD124paX0_-WzRnvZScuiu5XaRGlO8osKunUpWKvx7QfqcvCWebg2l6hzse7H4log9SKA2_qslYuOIu2HmSiGqdaqAxwmbUR0gMiXXLI4LjXWRw0QAh6GKN6tM1n0dyLgyQVNgJs5FGtA/s320/digitalizar0031.jpg" width="320" /></a></div>VELHO DO SACO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNJXjsY9_h8t1oeSSZGCc6PBhNtkAPoEbIuVpqvwBWggzQwXGu3mgrIjho2AcCp2T4q4SsFCD13MrXBqx_3kizZl-v59lEhVbb94bpABKii1wxi-MurKTGJeg1eFsFDOmOzu64rrbpCLI/s1600/digitalizar0032.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNJXjsY9_h8t1oeSSZGCc6PBhNtkAPoEbIuVpqvwBWggzQwXGu3mgrIjho2AcCp2T4q4SsFCD13MrXBqx_3kizZl-v59lEhVbb94bpABKii1wxi-MurKTGJeg1eFsFDOmOzu64rrbpCLI/s320/digitalizar0032.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DO BOTO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUdmSALHtpA2w5FbK2mpSDW39PrcicXXNI631R6IQJZEMTziVsO0HPoqcFaJVkzDn546h8i7BcJAHDGrwk8sfevMeb08S-AmlnFjlpU-H202UHo2780a6BaAmoasPhAGwjebcujDFS7Y/s1600/digitalizar0034.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUdmSALHtpA2w5FbK2mpSDW39PrcicXXNI631R6IQJZEMTziVsO0HPoqcFaJVkzDn546h8i7BcJAHDGrwk8sfevMeb08S-AmlnFjlpU-H202UHo2780a6BaAmoasPhAGwjebcujDFS7Y/s320/digitalizar0034.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DA NOITE<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXq3fwDecKqi7boNiQHe1vM8R_H6MqHOx7q0u6JqUIWlY8HshLU1G0LkM8RLcOpJLEIIukMd6qjWNYzeDW1LH8123wHqq0z9FLFRfsNhNcxLzkxad-3zMniKgOnmeltW6Y1gZeBe_t8Ko/s1600/digitalizar0038.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXq3fwDecKqi7boNiQHe1vM8R_H6MqHOx7q0u6JqUIWlY8HshLU1G0LkM8RLcOpJLEIIukMd6qjWNYzeDW1LH8123wHqq0z9FLFRfsNhNcxLzkxad-3zMniKgOnmeltW6Y1gZeBe_t8Ko/s320/digitalizar0038.jpg" width="320" /></a></div><br />
A MOÇA E AS BONECAS<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLCdiJSD4TyE5jBwoHIGpGAU-Z3aHEWcOQvxW7BBwRf-nEj3cDrAKYRz4x3t_gr1dn8fpvCrKg_vxU9DSoz-A7WCwQ3gn1v-mU9F7-6Ba8lW_sbtoAh_awi6wKE8gCNReZXVJwY_lb_0/s1600/digitalizar0024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="127" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhLCdiJSD4TyE5jBwoHIGpGAU-Z3aHEWcOQvxW7BBwRf-nEj3cDrAKYRz4x3t_gr1dn8fpvCrKg_vxU9DSoz-A7WCwQ3gn1v-mU9F7-6Ba8lW_sbtoAh_awi6wKE8gCNReZXVJwY_lb_0/s320/digitalizar0024.jpg" width="320" /></a></div>A LENDA DO BOTO COR DE ROSA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqiMCbrWtv6YITyN_11obkC0aqIssXb-t5CFWzj5Rce4z9irkQxnPrYLKpKV3919KI4DevRpUO6QIFOKBV8TsvD2hNtqaHpYvLp4HRcFUt5gK9AtmhPNjavP7o05pz17A6cJt1Qfjtl0k/s1600/digitalizar0025.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="140" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqiMCbrWtv6YITyN_11obkC0aqIssXb-t5CFWzj5Rce4z9irkQxnPrYLKpKV3919KI4DevRpUO6QIFOKBV8TsvD2hNtqaHpYvLp4HRcFUt5gK9AtmhPNjavP7o05pz17A6cJt1Qfjtl0k/s320/digitalizar0025.jpg" width="320" /></a></div>O FANTASMA DA MEIA NOITE<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijLm-CAo8w6jXPupK7XkQ6-bDdB7VyifoQza3ZhIWHMJa10hSHDSBZenO5nAczrZ5UuEGiVlEaVBbqWDUuPZAPxUlEZPbhzYGGL9TRxaJ0JADXCLSpOSrZuXBAfaChffnFb7mYXWWuAFo/s1600/digitalizar0026.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijLm-CAo8w6jXPupK7XkQ6-bDdB7VyifoQza3ZhIWHMJa10hSHDSBZenO5nAczrZ5UuEGiVlEaVBbqWDUuPZAPxUlEZPbhzYGGL9TRxaJ0JADXCLSpOSrZuXBAfaChffnFb7mYXWWuAFo/s320/digitalizar0026.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A LENDA DO PEIXE BOI</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHtnarfcLqw7E-uxpVEVZU1bkHimyR_q7TT7zrO2DASCGK_2Ne5N-j6W_RPSOPPwi480yTC240v8frIv78HKi3-CnNk_KtwIzQ1p647Kz6QZ13jqDat9JC07KqKoppfoSJORwCquICXAM/s1600/digitalizar0027.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHtnarfcLqw7E-uxpVEVZU1bkHimyR_q7TT7zrO2DASCGK_2Ne5N-j6W_RPSOPPwi480yTC240v8frIv78HKi3-CnNk_KtwIzQ1p647Kz6QZ13jqDat9JC07KqKoppfoSJORwCquICXAM/s320/digitalizar0027.jpg" width="320" /></a></div><br />
A LENDA DA COBRA GRANDE<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ1agYg0hE9FzZiExuuX2bOrjInChmXmWM6N9ZjsGGqPl4-hXDA2JK40r2Nv767xCxP7gehx1VaqnHTAjf_bk7_0Y7O8NlvfbJ0SXpHFWeMXkUNQh_QjzF-vjhFhaNMEBbu3M2HuXJTnU/s1600/digitalizar0017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="164" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ1agYg0hE9FzZiExuuX2bOrjInChmXmWM6N9ZjsGGqPl4-hXDA2JK40r2Nv767xCxP7gehx1VaqnHTAjf_bk7_0Y7O8NlvfbJ0SXpHFWeMXkUNQh_QjzF-vjhFhaNMEBbu3M2HuXJTnU/s320/digitalizar0017.jpg" width="320" /></a></div>A SENHORA QUE SE TRANSFORMAVA EM PORCO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYy2m62-IEOofMDjt3AZLr5Flc7Ibds0I8mujki5O5o54h6H546aZ9jf9Q3BaVbeRiYzQacNCQ6bE7fZM79MBD91cOXyN4QsylxncOKrIRzSG7qrdIVyZ1-5iZcnAHwDLSFDi6G0YIVN0/s1600/digitalizar0019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="199" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYy2m62-IEOofMDjt3AZLr5Flc7Ibds0I8mujki5O5o54h6H546aZ9jf9Q3BaVbeRiYzQacNCQ6bE7fZM79MBD91cOXyN4QsylxncOKrIRzSG7qrdIVyZ1-5iZcnAHwDLSFDi6G0YIVN0/s320/digitalizar0019.jpg" width="320" /></a></div>A TRAÍDA DO TÁXI<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV840y32qZW-p5nfnSJLGrt6D7BkvQkYkjKhz8V6CKX7V73npfACc5ZvBfj8YYiaHkbqGY5UIAAEWY3c0QVhMi5gvKapUh-kM_E7F3kUIQi5MwMpP8WSj49h3Hmrh1z_4j2X4o9y9Z_0Y/s1600/digitalizar0022.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="252" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV840y32qZW-p5nfnSJLGrt6D7BkvQkYkjKhz8V6CKX7V73npfACc5ZvBfj8YYiaHkbqGY5UIAAEWY3c0QVhMi5gvKapUh-kM_E7F3kUIQi5MwMpP8WSj49h3Hmrh1z_4j2X4o9y9Z_0Y/s320/digitalizar0022.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A SERPENTE GIGANTE DA AMAZÔNIA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzpNxAPvt1rlz9udQ0SYemdQB5UvqCSMUJOhaRkirl81snpZbbeGLJO07de0WWPOo0Ez6G32IXwQu4eBOwaWGDXKe-F6QLHRbfHkdvYJetd4Eoh0JuQgcWXEjbEOmDnHXttd1D7m47sA/s1600/digitalizar0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzpNxAPvt1rlz9udQ0SYemdQB5UvqCSMUJOhaRkirl81snpZbbeGLJO07de0WWPOo0Ez6G32IXwQu4eBOwaWGDXKe-F6QLHRbfHkdvYJetd4Eoh0JuQgcWXEjbEOmDnHXttd1D7m47sA/s320/digitalizar0009.jpg" width="320" /></a></div>O HOMEM DA MATA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ShlxvGKOTG1-tfdWK6CzbC2O8hMDAH3GPELBFbSuyg4S1lXtYq3vv5J8hiQNp6AsGowdDEEl6kyF2Rujz6Gb3Na9w21uUoqUdL_cAeW9486baHh2cUEUJaxWaBlKQUzOSN3qAX9iAvQ/s1600/digitalizar0013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ShlxvGKOTG1-tfdWK6CzbC2O8hMDAH3GPELBFbSuyg4S1lXtYq3vv5J8hiQNp6AsGowdDEEl6kyF2Rujz6Gb3Na9w21uUoqUdL_cAeW9486baHh2cUEUJaxWaBlKQUzOSN3qAX9iAvQ/s400/digitalizar0013.jpg" width="400" /></a></div>A LENDA MULHER DA PONTE<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8pLhyphenhyphen9bKHiwRMiIfFAZa0k11feEQsVnojmfTbRcjAWcHDHss6lgE4me55OKIaTK4nwuR6Wc480sk7buf03MIQl_UJ_4fEQn1muq-pe41j3VRP0R73o0Lrwqs1dl-TUF1ZR8NvXCbkUo/s1600/digitalizar0016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="243" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8pLhyphenhyphen9bKHiwRMiIfFAZa0k11feEQsVnojmfTbRcjAWcHDHss6lgE4me55OKIaTK4nwuR6Wc480sk7buf03MIQl_UJ_4fEQn1muq-pe41j3VRP0R73o0Lrwqs1dl-TUF1ZR8NvXCbkUo/s320/digitalizar0016.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A MULHER DE BRANCO</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeEyv8PA9hmq2HAm9cW_UFrY9kQlgGYnxRnS-tBHR1k-tk0eH41FOslkAQV_E-DZAYGmBNEFGEOYey7ocNf3yONcG_Vp_yROz-s3Mks3zb9kVNUWpAkE4H5-U9evZ0rz1HWqIm5zikK3s/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="188" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeEyv8PA9hmq2HAm9cW_UFrY9kQlgGYnxRnS-tBHR1k-tk0eH41FOslkAQV_E-DZAYGmBNEFGEOYey7ocNf3yONcG_Vp_yROz-s3Mks3zb9kVNUWpAkE4H5-U9evZ0rz1HWqIm5zikK3s/s320/digitalizar0001.jpg" width="320" /></a></div><br />
A APARELHAGEM<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicC5cHnzJJxtstfdJD3ABjtIjBgKNgjXUYA-dCS-OGPkIClMXCm4mx-0-dswP_QKIFh3tfIzdF5JaJEN23S8q1YIiazZr3V8ZcvSXgqn-BpEeTCa1IO7OYxrC-sIsOskqy65fYdp-87TM/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicC5cHnzJJxtstfdJD3ABjtIjBgKNgjXUYA-dCS-OGPkIClMXCm4mx-0-dswP_QKIFh3tfIzdF5JaJEN23S8q1YIiazZr3V8ZcvSXgqn-BpEeTCa1IO7OYxrC-sIsOskqy65fYdp-87TM/s320/digitalizar0006.jpg" width="320" /></a></div></div> <br />
A MOÇA DO TÁXI<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirTC_ez35dshInoRAR3f4ht4eo7aclundPl7fsYbaE3fDONgdQRyVYUKoKkkqTs8o8RKemcMwz7L9YCu58InqqLsfWBSaOj-SdK2cTAq1jBTHeL9glI79OxXR0v3LKcwh3I5fUMtL4Hqc/s1600/Digitalizar0008.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459007970399420338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirTC_ez35dshInoRAR3f4ht4eo7aclundPl7fsYbaE3fDONgdQRyVYUKoKkkqTs8o8RKemcMwz7L9YCu58InqqLsfWBSaOj-SdK2cTAq1jBTHeL9glI79OxXR0v3LKcwh3I5fUMtL4Hqc/s400/Digitalizar0008.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 312px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<br />
A ORIGEM DO RIO AMAZONAS<br />
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459009144805228786" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw-74Sja2YWORB_RDp5VKzg8-rENzHpVB1b9jwO-_4KgINJdEeUiMfsSDkVsvQYHHpzFqvrI84rcAAsTmhCUBjM-UyW8-j_pmk5mhQLVC9Hw3v8VSRrGe9wtjkZp3R9nX4oVtI39hnujA/s400/Digitalizar0017.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 264px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 419px;" /><br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div> O CORONEL E O BOTO<br />
<br />
<div align="center"></div><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459012022514097794" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSE4_P2Hszm_rgvOS6hii-SpSdpvWWCCyH_U9-4c1ty3PbU1ZQiwPiK4URJjmD4I1TI3Ozwyr2GQnp7EPA3UAKm0Q_ZfFOS2PlBZWRf_zNY7OqyuzkRmSYrTJ1YXS8QHs4vLiXbQZB-94/s400/Digitalizar0027.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 295px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 419px;" /><br />
O VAQUEIRO JUSTICEIRO<br />
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459015569156635314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDhMyLB5F-aWFPhU2zHpfvw_zugRjKOnZKMrCDt-M1qT3URFP-ZDH7NRD6RJGOCBIN8_s8jO7sRti1V7rCLdJ0Awn6tPpqHokOI1lohX3fdBPxv8RPFhh3NPpITSRLYCt0UA4oNE04vss/s400/Digitalizar0028.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 271px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">USINA ILUMINADA</div></div><div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459019327090649330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7oOArED_7iVW00cVxmMGlL4T_r3NBpJJD4b8NXg_bkxVaaHKe1pc_zlbX9QVF0zETLytX07IB_eJEAZ5lMmWBWMrppSg-sHGqTf6_uamoDRPzPdTgS40XO8Hd6IXBCCxINm9BZB7-rro/s400/Digitalizar0019.jpg" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; display: block; height: 334px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">MULHER PORCO</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459020171451910882" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpuj9Fr7X66dwYDE6T0Wcbo8JNt3h8ofRq7m63aTWBJmikdx9Qp_7lbFPmActyqAH_t5SCKMWAHg552Wig-omjkjlHm_yTYinbvro7qGtP4SXud1b9gv-O59sS8E62ahCMUhlHFWlu6Xg/s400/Digitalizar0038.jpg" style="display: block; height: 182px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">GUARANÁ OU OLHO</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459021970604628834" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig42GsBQYfBkK4JMxKPjGrtgAh0c08zyAeG1qFOzKRdV3TD6nWYcfb8bgEht7H6gE_XRfbmssMvo3ce04dva3sVyHK0ELxrHr8uN_7_AxwAwGKyRxVp-N0xIiE2dq-8jhtRDakEob3bXw/s400/Digitalizar0003.jpg" style="display: block; height: 239px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A LENDA DO CUPUAÇU</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459023030397662882" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhefZWELoefie7H_bNlWIrfRHFG-9Rl9kXbhQAA8dJmxfaLFErNGZbR2XEgGyt4meIY1PAqPZvvkZcB0Xn45ouXP-3UsI_0L6VWoMJgrCm41pDgvQRjvc8w8fRtr86YFBL80zTLCekQX9o/s400/Digitalizar0021.jpg" style="display: block; height: 220px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A MATINTA PEREIRA</td></tr>
</tbody></table><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459024096272370210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHHE33oYJEBxi-LZFGW7YeIGiixY1XOBGkZzeUm3MrhPP03FtuTuU-qx9wkJdMyqzBcp-iJpTq9w1IagdaSiT8WjozSGfZQDYgW8SZVkHdjStWYTAksSt3uutOPtV05p4iv1pdIPSVfA8/s400/Digitalizar0022.jpg" style="display: block; height: 205px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A LENDA DA SENHORA EDUCADA</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459026085967462738" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf2rWA4IhMP-TlPETavL117QRX_nLVAf-rb4m21QXNnTTK_dietiOz9MKtEgA8cyuenBMNoSMJL2pkjLmdbuaJ4sc9arcXCH4sokfsiW4_Pq3FsUH7tMl6ix73A_Me9Putvts-OZsThgg/s400/Digitalizar0024.jpg" style="display: block; height: 213px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">TAMBA-TAJÁ</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459028054623796466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipyB0Jjtn65QzWb8LflO0zvDdTIza-8cycw-wT0tiFW39pTp6zke7e2MyIEn6ETuvhqVgAec3CVFb4DmNMg1vKLzsmfS4ahLCYjc3DSy27-ezybKzmCFV76diH6LnQSpCXe8yU2l2MRa0/s400/Digitalizar0039.jpg" style="display: block; height: 274px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A FREIRA DA PRAIA DE MARUDÁ</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459029123225265186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQuHTWHenTQglE6T4mMtpLfiH8YApWiFsANtem1yuTHUehlEBoQpyNrErqsa1c9kPxA5gSoqY8W_31HMH5H3ZmD2hZEVkiKsNSHpoKKY7cXBaYDtJ63YQn8BzSkq6PQ7yM8XHsdiJL1Lw/s400/Digitalizar0040.jpg" style="display: block; height: 332px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">SEVERA ROMANA</td></tr>
</tbody></table><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459033741354603410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiexoIUmMF7jXseeWyPaHrD8ZRu3lQspEUMzylXYDs5Xe4eq_mysZfoSLoIYyI3zo6eAW1IVa3AZ88TZQ8kN5KZ5mYTMgc6t0_TK94mq8KLWn0N3ra1bslVaUTHFf9YtlH8vVoDvOmdewI/s400/Digitalizar0041.jpg" style="display: block; height: 291px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A MENINA DA MALA</td></tr>
</tbody></table><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459034318067573730" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2P38uZCroN5u2RGGeG9Wr0O2pdoqXZT8Z4kkezZIV2eyTqU07aa6Fu2yt5lDJd8kmHtwiY8XlmADQUkSB1F8Ma6gs1JtDiHV1QQ8o8bMQJfTOqCUphvgKLF-GGppUaWch_3G2s1Kjhjs/s400/Digitalizar0042.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 309px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /><br />
GÊNERO FÁBULA<br />
Atividade 1. Leitura e análise dos textos A raposa e as uvas e os Os viajantes e as ursas;<br />
Atvidade 2. Leitura e análise do texto Um apólogo, de Machado de Assis;<br />
Atividade 3. Leitura e interpretaão de provébios;<br />
Atividade 4. Leitura e análise de diferentes versões do texto a cigarra e a formiga;<br />
Atividade 5. Apresentação de traços constitutivos do gênero fábula e assistimos ao vídeo "menino urubu";<br />
Atividade 6. Proposta de criação de uma outra versão para fábulas já conhecidas;<br />
Atividade 7. Discussão a partir dos textos produzidos pelos alunos;<br />
Atividade 8. Reescrita dos textos;<br />
Atividade 9. Publicação dos textos.<br />
<div align="center"></div><br />
<div style="text-align: center;">OS CACHORROS E OS AÇOUGUES</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2glGfnY51DDU-ptqfvFgjc_yvrv1IV1tVCm1E2IvzRC06LnjncKCYx1-gwotPXQsOPdVDHR9iLAkFQLkSVb0gheDFeTFVHj3NsqiiaLZEwMEnxETDVKv4C0lThpFkodL-plSUi7Wy5CA/s1600/digitalizar0024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="141" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2glGfnY51DDU-ptqfvFgjc_yvrv1IV1tVCm1E2IvzRC06LnjncKCYx1-gwotPXQsOPdVDHR9iLAkFQLkSVb0gheDFeTFVHj3NsqiiaLZEwMEnxETDVKv4C0lThpFkodL-plSUi7Wy5CA/s320/digitalizar0024.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">A BELA OVELHA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSx_Trl8bQXXfKLPfb5SzEJwhm065pOzDpUvpd-RmYgaL64pAS4IBZMgQQt2QMRNcRprexcI0oZHQJhlEvaN3EME8scf_DLTKH4KxEDFk0Qu8KMy7B9S8C2uLiyIiNmV2qIvEiYPqanyQ/s1600/digitalizar0026.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSx_Trl8bQXXfKLPfb5SzEJwhm065pOzDpUvpd-RmYgaL64pAS4IBZMgQQt2QMRNcRprexcI0oZHQJhlEvaN3EME8scf_DLTKH4KxEDFk0Qu8KMy7B9S8C2uLiyIiNmV2qIvEiYPqanyQ/s320/digitalizar0026.jpg" width="320" /></a></div> <br />
O GATO E O CACHORRO- A RAPOSA E O JUMENTO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAJlCytrIsK5iZT4mfN2svda4JXEiZAOaxzcp7wKUeAW0nRqhMQkCw1Q5jaItWDRbka7w1DRfvTXLFcfQl1w7-iv0c_AOPGQAjRjeY0I4WUu9cazmNH3IlQHNu-Esl98gsa9ZWp5HVs10/s1600/digitalizar0027.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAJlCytrIsK5iZT4mfN2svda4JXEiZAOaxzcp7wKUeAW0nRqhMQkCw1Q5jaItWDRbka7w1DRfvTXLFcfQl1w7-iv0c_AOPGQAjRjeY0I4WUu9cazmNH3IlQHNu-Esl98gsa9ZWp5HVs10/s320/digitalizar0027.jpg" width="320" /></a></div> A PERERECA E O SAPO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg5NjEkRG6AS-HLiwihteR_d6mObU4x0B3BYNiQLySak46O3ioYf5RlMQsNO3MD42Vwu6KYbiarN2UWb40RuRaaBUjBPsnuUO8KbyiLQzSKUCfXZCCJ4BXi-MqJKDPDannEwqBbJd8daU/s1600/digitalizar0030.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg5NjEkRG6AS-HLiwihteR_d6mObU4x0B3BYNiQLySak46O3ioYf5RlMQsNO3MD42Vwu6KYbiarN2UWb40RuRaaBUjBPsnuUO8KbyiLQzSKUCfXZCCJ4BXi-MqJKDPDannEwqBbJd8daU/s320/digitalizar0030.jpg" width="320" /></a></div> <br />
A CIGARRA E AS FORMIGAS<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZXuX1gfJCr06bMVDDNhPSv1hdyzCJjuEYULy6vustvdj4j3ZWJrE1n9IG8p9hVpkP-9zF7mooYHXTSURFc-0f2Vn2sHE-T6zVUBcSM_D1fNbeiU_LaR4NdV4bMO-E4LjN_CiKhSEZNWA/s1600/digitalizar0031.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZXuX1gfJCr06bMVDDNhPSv1hdyzCJjuEYULy6vustvdj4j3ZWJrE1n9IG8p9hVpkP-9zF7mooYHXTSURFc-0f2Vn2sHE-T6zVUBcSM_D1fNbeiU_LaR4NdV4bMO-E4LjN_CiKhSEZNWA/s320/digitalizar0031.jpg" width="320" /></a></div> <br />
O PAVÃO E A CORUJA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD4X-ZWbgH9rfURkimkJXUCdrOjOUK-q0PRbKKonP3mhVVgZ0eSBczEG_Ifs_oc4_ADplHFx08XYfmGBs5oEfJjVG4XoqzWmfEy9472FMGuJHaB1YnZPSXP1FeoT0E0_SOye2usQae7RQ/s1600/digitalizar0032.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD4X-ZWbgH9rfURkimkJXUCdrOjOUK-q0PRbKKonP3mhVVgZ0eSBczEG_Ifs_oc4_ADplHFx08XYfmGBs5oEfJjVG4XoqzWmfEy9472FMGuJHaB1YnZPSXP1FeoT0E0_SOye2usQae7RQ/s320/digitalizar0032.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">O RATINHO E A GALINHA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXkBk8Wib3ZA6bib-LFMPfdc5SyhYEYt1Km6po3yCt1k-j7xXYLwrs8OU2Z-gG3A0CvzSDeUrWNJ8vM3_Jn-Ud6uYGWJ_aY7g3lhbRyulHd8lLVKKV88sNFubygtZAnXbkRT47WkzF770/s1600/digitalizar0039.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXkBk8Wib3ZA6bib-LFMPfdc5SyhYEYt1Km6po3yCt1k-j7xXYLwrs8OU2Z-gG3A0CvzSDeUrWNJ8vM3_Jn-Ud6uYGWJ_aY7g3lhbRyulHd8lLVKKV88sNFubygtZAnXbkRT47WkzF770/s320/digitalizar0039.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">O CAVALO E O BURRO</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-GUUwPg_LBd8G99QQ7lMsoPhx_bglUPQJuOlbQZh0XZOlmAODlDa7T9E6OSqBdoox1MGDZNKDQ5wqP2rQQ03XxzsEX1wQswn7xnKmcE5ftf7T9YGVKgC1RnBPP705x6CMAHuA8MlP9ac/s1600/digitalizar0040.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-GUUwPg_LBd8G99QQ7lMsoPhx_bglUPQJuOlbQZh0XZOlmAODlDa7T9E6OSqBdoox1MGDZNKDQ5wqP2rQQ03XxzsEX1wQswn7xnKmcE5ftf7T9YGVKgC1RnBPP705x6CMAHuA8MlP9ac/s320/digitalizar0040.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A CIGARRA, A FORMIGA E OS ESQUEMAS</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyHgxJAgxtmGCR5xPIhFLSusy9DLnq3-YaHn9gs4-YpLltyGeWpIGyS74mgr9BVhFtCASBNtoW42hj9skJ2WCdrIjEgdXNjVl4koEBaaSc_Hr7Fr3zQx9KEX40xZEhRke1rRurJai7nAQ/s1600/digitalizar0042.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyHgxJAgxtmGCR5xPIhFLSusy9DLnq3-YaHn9gs4-YpLltyGeWpIGyS74mgr9BVhFtCASBNtoW42hj9skJ2WCdrIjEgdXNjVl4koEBaaSc_Hr7Fr3zQx9KEX40xZEhRke1rRurJai7nAQ/s320/digitalizar0042.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">O LEÃO E O GATO</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisoP6y7s0KVutAMNTPpLWCI6mLigWNgcQ8V6Z-ydFT8SMHJLJpe0BcVGf3UxKiXR_dnW7QHMdecf-fSHjJzCRZ9jgKb8BEWuhdA8MP78AT2UWykBaxrx3jDYbX649BKlwI0iF_ZecfNTg/s1600/digitalizar0044.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisoP6y7s0KVutAMNTPpLWCI6mLigWNgcQ8V6Z-ydFT8SMHJLJpe0BcVGf3UxKiXR_dnW7QHMdecf-fSHjJzCRZ9jgKb8BEWuhdA8MP78AT2UWykBaxrx3jDYbX649BKlwI0iF_ZecfNTg/s320/digitalizar0044.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A CIGARRA E A FORMIGA VICIADA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihm-Tbm4JxAvwdJ5yxLWta_mcyINtGv0-Yo-uF_jvimh8OMcVODZWNIKTtqfLfclMpFalEun0MjYREx4dZxCGlV79XvXAAC7EWvIXzhUOJ4QbBpABE-IVC2Wqbxi-t7crgZSMZzYwHlXQ/s1600/digitalizar0046.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="151" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihm-Tbm4JxAvwdJ5yxLWta_mcyINtGv0-Yo-uF_jvimh8OMcVODZWNIKTtqfLfclMpFalEun0MjYREx4dZxCGlV79XvXAAC7EWvIXzhUOJ4QbBpABE-IVC2Wqbxi-t7crgZSMZzYwHlXQ/s320/digitalizar0046.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A PASSARINHA E A MACACA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgonnhlxg1tUYWWF2ZHf6ifSDJW6CTlFLuK_Yfwx2Aq-BwFs41KSq2jTt5ENmIHpKHpjJlJuJ27Y9n0rkNHW9ynsRpjoFjXqYcBVOodiCp_JAJ7_YV458NTZsO2-4rSEphhAuUZApJVMEk/s1600/digitalizar0047.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgonnhlxg1tUYWWF2ZHf6ifSDJW6CTlFLuK_Yfwx2Aq-BwFs41KSq2jTt5ENmIHpKHpjJlJuJ27Y9n0rkNHW9ynsRpjoFjXqYcBVOodiCp_JAJ7_YV458NTZsO2-4rSEphhAuUZApJVMEk/s320/digitalizar0047.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">A COBRA</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpGQk8QMIfQsZCs6kYxh8_WpOO1uF2TH5Erj9mflXm4j6FDwB_epUBfaNZKibv7CGukXetV_1PhO_BXPt1AMPl8fSZt0N9GeadYw5ifYhkZToAxtaDxJ1ymtukbuUF7dpX7lERoN3LqI/s1600/digitalizar0050.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="245" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpGQk8QMIfQsZCs6kYxh8_WpOO1uF2TH5Erj9mflXm4j6FDwB_epUBfaNZKibv7CGukXetV_1PhO_BXPt1AMPl8fSZt0N9GeadYw5ifYhkZToAxtaDxJ1ymtukbuUF7dpX7lERoN3LqI/s320/digitalizar0050.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">AS CIGARRAS E AS FORMIGAS</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXt-WPtucNPJBE9O9A2fcYlaLVv2uEcKr6WKL6LLatbz5ORk7C-Qjy1bagkdofYSTF05h0QvYi08mc8vyMhlh2G884fbo-2Bv_7bv_WBD9uiZ3X2zvodTfyg3oH5Q0HVzTL3uwazYcxaU/s1600/digitalizar0052.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="244" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXt-WPtucNPJBE9O9A2fcYlaLVv2uEcKr6WKL6LLatbz5ORk7C-Qjy1bagkdofYSTF05h0QvYi08mc8vyMhlh2G884fbo-2Bv_7bv_WBD9uiZ3X2zvodTfyg3oH5Q0HVzTL3uwazYcxaU/s320/digitalizar0052.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">O TIGRE E O COELHO- O TIGRE E O JABUTI</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_5TFZBCeqLaTR3k_n8U-r3gG-UvOOJ0MRbm_XEVcWeD_QKhlPzRWu1UCj5iFz3Yx9BE0nKFWimmdPmdiFc0R4CxbR83N0wFe-gdP5LfLeHkIZNnbATH0p1ruSTe0x9knHKZ9FrEMtFZ0/s1600/digitalizar0053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="153" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_5TFZBCeqLaTR3k_n8U-r3gG-UvOOJ0MRbm_XEVcWeD_QKhlPzRWu1UCj5iFz3Yx9BE0nKFWimmdPmdiFc0R4CxbR83N0wFe-gdP5LfLeHkIZNnbATH0p1ruSTe0x9knHKZ9FrEMtFZ0/s320/digitalizar0053.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">O ESCORPIÃO E O SAPO</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQElv8K8ohYUJ7QZxeI3Sh-AVV-F_sQ99XECjY9jUy0_ksVeAAFEzqo_GWslaehR5PJbBhX6ntzH6F6PckvM6Auv2TamyjSTmwjVnNXyfY-VASuQA3n7nmO8xhCg32LEu6aOjsS1kpWaA/s1600/digitalizar0057.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQElv8K8ohYUJ7QZxeI3Sh-AVV-F_sQ99XECjY9jUy0_ksVeAAFEzqo_GWslaehR5PJbBhX6ntzH6F6PckvM6Auv2TamyjSTmwjVnNXyfY-VASuQA3n7nmO8xhCg32LEu6aOjsS1kpWaA/s320/digitalizar0057.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">O CÃO E O LOBO</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHgCxeUsS6HK8ZkpIWvJZc4lWeYK3VnF0RwngFOoco3AEIAifKRUUK1cWj_zycQpYonR8qUvXHL6jt7JbMSxaLX6QS9kx78X6vs-P8tw7DeXHLjC0P3HskbGxU8x81RuZ5QImdBUhQpkg/s1600/digitalizar0058.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHgCxeUsS6HK8ZkpIWvJZc4lWeYK3VnF0RwngFOoco3AEIAifKRUUK1cWj_zycQpYonR8qUvXHL6jt7JbMSxaLX6QS9kx78X6vs-P8tw7DeXHLjC0P3HskbGxU8x81RuZ5QImdBUhQpkg/s320/digitalizar0058.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A CIGARRA E AS FORMIGAS</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgybab87R0vLOZBOKxdI2_Dqou4-XfeJ3HbsQwkaXzepKahY6yi2x1Buzf7LaSId4ZxmPhrpHQ4rBs5vNswHGCkU3_qaHNyKcyXoHC7_SAEPHoj-ICp6mdZMCKrAv0yXRvApwji-InBfUQ/s1600/digitalizar0060.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgybab87R0vLOZBOKxdI2_Dqou4-XfeJ3HbsQwkaXzepKahY6yi2x1Buzf7LaSId4ZxmPhrpHQ4rBs5vNswHGCkU3_qaHNyKcyXoHC7_SAEPHoj-ICp6mdZMCKrAv0yXRvApwji-InBfUQ/s320/digitalizar0060.jpg" width="320" /></a></div> <br />
A FORMIGA E AS CIGARRA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwFzxb4ZUiLOMMeAH8cC6VIE38THc-dMYVVxmND2ruJdyw8n7ZuD0JVKCguUQc61DWQYC2MTEQuO1ZfoA53x_xKBxQZgz_9qclU5WvlvlF-TKz9Z-0ZS-tPv-H3Y7FjB428m0Y-CEYG_o/s1600/digitalizar0063.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="207" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwFzxb4ZUiLOMMeAH8cC6VIE38THc-dMYVVxmND2ruJdyw8n7ZuD0JVKCguUQc61DWQYC2MTEQuO1ZfoA53x_xKBxQZgz_9qclU5WvlvlF-TKz9Z-0ZS-tPv-H3Y7FjB428m0Y-CEYG_o/s320/digitalizar0063.jpg" width="320" /></a></div> <br />
A RAPOSA E O LEÃO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4mnDQQ5hGUps1ZSbrQheyCUn3J9LimL_brZBwlxlnPa9z_wE8wxIZM2M6iJF-kyVZ4Znf2IIGzGGKPf_fJ-EnevEii66IeY4_6Hf2VKA3mQpAbWkgqZ2ELy7IgayVlp5eGTNR0izSXFM/s1600/digitalizar0065.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="294" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4mnDQQ5hGUps1ZSbrQheyCUn3J9LimL_brZBwlxlnPa9z_wE8wxIZM2M6iJF-kyVZ4Znf2IIGzGGKPf_fJ-EnevEii66IeY4_6Hf2VKA3mQpAbWkgqZ2ELy7IgayVlp5eGTNR0izSXFM/s320/digitalizar0065.jpg" width="320" /></a></div> <br />
A CIGARRA E A FORMIGA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKaSGgJjUVXZE9absbx5tqi1D3_rdM_lShCrKSX8fAt-LJgjki1n8tif41DjbEtBhe19T8LG79iH4STj7nd3D2YR4ds0qNLY6YRUFLVSkuV61XHBYlXlnj6WKJq9Lm7Vvht2UJvwwNSSA/s1600/digitalizar0066.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKaSGgJjUVXZE9absbx5tqi1D3_rdM_lShCrKSX8fAt-LJgjki1n8tif41DjbEtBhe19T8LG79iH4STj7nd3D2YR4ds0qNLY6YRUFLVSkuV61XHBYlXlnj6WKJq9Lm7Vvht2UJvwwNSSA/s320/digitalizar0066.jpg" width="320" /></a></div><br />
<br />
GÊNERO NOTÍCIA DE JORNAL<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLiTpihT6worCvg-RRMAXuu66iEZ0_m4FFJM4FL-mUcN_IktjiW7fpAUeDXgo69nbhesewItrGnJOwigQXIcCDNzKvjNGC_t02p05akltj67UB86qvBCS-v6kd8Q5WhsPKudAgp2k37sg/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLiTpihT6worCvg-RRMAXuu66iEZ0_m4FFJM4FL-mUcN_IktjiW7fpAUeDXgo69nbhesewItrGnJOwigQXIcCDNzKvjNGC_t02p05akltj67UB86qvBCS-v6kd8Q5WhsPKudAgp2k37sg/s320/digitalizar0001.jpg" width="261" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ7_TvPYR8ARnLzSp5nRH5qpRiCfpyyPell0RIXp29qu9DHBmkL9auE-tmI4wm6MPKUZ_wHt2jSszvAzz6lqGtq1Hi1SyGvDlGL98cepmS4Y3RfP3Iinp0o6aNuAk5ZKyubJkCyDPzezM/s1600/digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ7_TvPYR8ARnLzSp5nRH5qpRiCfpyyPell0RIXp29qu9DHBmkL9auE-tmI4wm6MPKUZ_wHt2jSszvAzz6lqGtq1Hi1SyGvDlGL98cepmS4Y3RfP3Iinp0o6aNuAk5ZKyubJkCyDPzezM/s320/digitalizar0002.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkT6oIzyzQs6IM7cwmyxCGLN88VoqEQvyAPxiO_WG0zY_GBsfCtJTlegvQn747sL47HfjljlavJpDywUSxetMD570v9kc1J8XhmypwMJobtlu_en-1EKwwiUCXbvIY8crwFG0ezO071S0/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkT6oIzyzQs6IM7cwmyxCGLN88VoqEQvyAPxiO_WG0zY_GBsfCtJTlegvQn747sL47HfjljlavJpDywUSxetMD570v9kc1J8XhmypwMJobtlu_en-1EKwwiUCXbvIY8crwFG0ezO071S0/s320/digitalizar0006.jpg" width="232" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QC_XzDp7uWgWh9LWqrHta5yl6eAu1NK5AZjOl8qNb9w4llnIp3NntAXKzv3Osvqgf1IwXSNuWLym-42KObS4LlZu03g4Xx6PvvUQCSLHz-eDr-iF3wtTIuDC5yT2y-mJTdzR4GRXOQk/s1600/digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QC_XzDp7uWgWh9LWqrHta5yl6eAu1NK5AZjOl8qNb9w4llnIp3NntAXKzv3Osvqgf1IwXSNuWLym-42KObS4LlZu03g4Xx6PvvUQCSLHz-eDr-iF3wtTIuDC5yT2y-mJTdzR4GRXOQk/s320/digitalizar0002.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4le-iEod-mySFt-6GaCBBIsqED7RZMrlR8VQZpy8IpYr1CXCdSSR_l8Um3MBG5VPN7ScJGmmA80il4HZAbmNwcJL-OrVUqTw_tvvhKoQ-6tXgjwddPNCVTErcv9CCAdc8MPkBe-BDZg/s1600/digitalizar0003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4le-iEod-mySFt-6GaCBBIsqED7RZMrlR8VQZpy8IpYr1CXCdSSR_l8Um3MBG5VPN7ScJGmmA80il4HZAbmNwcJL-OrVUqTw_tvvhKoQ-6tXgjwddPNCVTErcv9CCAdc8MPkBe-BDZg/s320/digitalizar0003.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hPt5zGYlOcpGSubPj7zEKUGTCAJNbUYZgt9ytw0Lc30x5xaGLejn1Gf6tOhD2PiEm3LPYsie3A1ZLDswuls_9FLgItg_mRmVHZs0nxSt752A8hBwK5AF3_-2ry0GBBokDgVHni8yzUQ/s1600/digitalizar0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hPt5zGYlOcpGSubPj7zEKUGTCAJNbUYZgt9ytw0Lc30x5xaGLejn1Gf6tOhD2PiEm3LPYsie3A1ZLDswuls_9FLgItg_mRmVHZs0nxSt752A8hBwK5AF3_-2ry0GBBokDgVHni8yzUQ/s320/digitalizar0009.jpg" width="215" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi9P27njAuvtcyNj2cGfcrXibdZMruO_FaZJaewBMmdHzj6_4QyxZYsmx0E6NlkMQjeGO7sAvAEHMf5iZuPa6IvUn5RRc-_UqSsqLrCsYHcePLOkHeo0KxhrPdFs03aqcsUDY7DctJc7I/s1600/digitalizar0010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi9P27njAuvtcyNj2cGfcrXibdZMruO_FaZJaewBMmdHzj6_4QyxZYsmx0E6NlkMQjeGO7sAvAEHMf5iZuPa6IvUn5RRc-_UqSsqLrCsYHcePLOkHeo0KxhrPdFs03aqcsUDY7DctJc7I/s320/digitalizar0010.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2r_a8SvGsTR3_OXHXVCgBZ78Xx5BnJpnapgk42hYvNC1t2POuyiIHTLTEME7YRSDFDu5x5UFWREURMyBgsuply_AwgFW6RfSaWkAwnQT6dqxT0a-dmSX049Kc-B4y1QsCNVo1hywCK2Q/s1600/digitalizar0011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2r_a8SvGsTR3_OXHXVCgBZ78Xx5BnJpnapgk42hYvNC1t2POuyiIHTLTEME7YRSDFDu5x5UFWREURMyBgsuply_AwgFW6RfSaWkAwnQT6dqxT0a-dmSX049Kc-B4y1QsCNVo1hywCK2Q/s320/digitalizar0011.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBJMPyP1R4su5qIrreSedGGF_B-EGp6z7U6K1BTKChXP0PKgemPGQ-cpiB24oLxIzCCzsMlTF6l9ismRMCqeTfC4xbpMlt1stxA_bntI8VxRKHT5sC4S8VUuvpWX7Ctn3ZKjEGlVZ_5ZY/s1600/digitalizar0013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBJMPyP1R4su5qIrreSedGGF_B-EGp6z7U6K1BTKChXP0PKgemPGQ-cpiB24oLxIzCCzsMlTF6l9ismRMCqeTfC4xbpMlt1stxA_bntI8VxRKHT5sC4S8VUuvpWX7Ctn3ZKjEGlVZ_5ZY/s320/digitalizar0013.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLLBT8qbLVT8tczdOyHE_-dtlA012w12GyUXYNwqesXsMz086KkMlLA1jdIFs8u7WY8IvKwz2iTTF6umHNDK0jw4yEKY40eiOlqqVYHD9P_BRpzar_1wWWR4ViSiaftn0sw82q1320uA/s1600/digitalizar0015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLLBT8qbLVT8tczdOyHE_-dtlA012w12GyUXYNwqesXsMz086KkMlLA1jdIFs8u7WY8IvKwz2iTTF6umHNDK0jw4yEKY40eiOlqqVYHD9P_BRpzar_1wWWR4ViSiaftn0sw82q1320uA/s320/digitalizar0015.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPNRUwuGCICnTHfyWAEJRddsiE30a5kH58GytdM3WkkNDHMTPMWgn4LQFs6vstSajOE5C2Y5uiilOckcbrTSSxtuAMtD2JQySi3HyF8bAFLfn2a3w7rKuBN9u136dhkjm6iBaGqXov_g0/s1600/digitalizar0022.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPNRUwuGCICnTHfyWAEJRddsiE30a5kH58GytdM3WkkNDHMTPMWgn4LQFs6vstSajOE5C2Y5uiilOckcbrTSSxtuAMtD2JQySi3HyF8bAFLfn2a3w7rKuBN9u136dhkjm6iBaGqXov_g0/s320/digitalizar0022.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-MXexrl1l6lP7dfh3OKlav1bqunxWUkabI0WeNBiNbzKpR7KWgHzQyGzfBg-hdobPKAS8wt0yTKeocEkMTPdtonIJ-kdzX2GUCtG8aed_5LG40ACY5VTtV3QBFTQfiBRZAI7j-jj9kZQ/s1600/digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-MXexrl1l6lP7dfh3OKlav1bqunxWUkabI0WeNBiNbzKpR7KWgHzQyGzfBg-hdobPKAS8wt0yTKeocEkMTPdtonIJ-kdzX2GUCtG8aed_5LG40ACY5VTtV3QBFTQfiBRZAI7j-jj9kZQ/s320/digitalizar0002.jpg" t8="true" width="237" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhWzKoRqlOqPuYNFWIKa7c9WcDs75F2CXVsnWuI6J4IC5608BnJXLmVei_juSLfBhorBA5GwghIpHKPrulvUC5t7_dUl-Ay-QWASW9L9olGzS1dCa6IsPEw04IPRXJ-OIt8bbVmELvOJU/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhWzKoRqlOqPuYNFWIKa7c9WcDs75F2CXVsnWuI6J4IC5608BnJXLmVei_juSLfBhorBA5GwghIpHKPrulvUC5t7_dUl-Ay-QWASW9L9olGzS1dCa6IsPEw04IPRXJ-OIt8bbVmELvOJU/s320/digitalizar0001.jpg" t8="true" width="204" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-JTBuMNTzEQyCAgfDYjxfjVUyszty1AlXeaYtTvuxO8upae_sw_tYOksXppbslM-5EgAFoqzogwQSH6zTDK9FX0Bq3-GSUSRLHqZ1QWi2l9DyYe8pcEISnWAD1BLnEVdkrHq9LmEzsrM/s320/digitalizar0005.jpg" t8="true" width="320" /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-I7EgqCSfCH8mjU91L52DUKIqplTJ03LiwW99UivOQJyixdE22HQ51-ALv7HUIQ9AE5c1QPXMcPxUCJBMU6R2z-CdU_DLMkd3VvXXeELbFmRYiPnWkYH8MKSFahD0L2H6RK5c8fEPlWg/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-I7EgqCSfCH8mjU91L52DUKIqplTJ03LiwW99UivOQJyixdE22HQ51-ALv7HUIQ9AE5c1QPXMcPxUCJBMU6R2z-CdU_DLMkd3VvXXeELbFmRYiPnWkYH8MKSFahD0L2H6RK5c8fEPlWg/s320/digitalizar0006.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaVlvJzQHPnPSJWrWpUBqbTqPYE0ENqiHe2zbCt644mqi685U8hzr2ZN9BSqplCqodkGSqCzofFytVIukT5esgRYsUGDjsros0QMbmo04NBYxh2JDFKCkVAw1_GNPdTZQHaPVBnlg_Pvw/s1600/digitalizar0007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaVlvJzQHPnPSJWrWpUBqbTqPYE0ENqiHe2zbCt644mqi685U8hzr2ZN9BSqplCqodkGSqCzofFytVIukT5esgRYsUGDjsros0QMbmo04NBYxh2JDFKCkVAw1_GNPdTZQHaPVBnlg_Pvw/s320/digitalizar0007.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFR28fz1GKsQkFLrGR_bm85hb10cSXPQWv22gHw0xECpwzZdnOZBmbcBBLvRFiJV3SD1JOoFWzyepq84WDnRDK4enJIcbQDWP21lg_dN4tCwtUvj52GtDcbW8ykfmKmq0nWkYaK59NbCs/s1600/digitalizar0008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFR28fz1GKsQkFLrGR_bm85hb10cSXPQWv22gHw0xECpwzZdnOZBmbcBBLvRFiJV3SD1JOoFWzyepq84WDnRDK4enJIcbQDWP21lg_dN4tCwtUvj52GtDcbW8ykfmKmq0nWkYaK59NbCs/s320/digitalizar0008.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-MXexrl1l6lP7dfh3OKlav1bqunxWUkabI0WeNBiNbzKpR7KWgHzQyGzfBg-hdobPKAS8wt0yTKeocEkMTPdtonIJ-kdzX2GUCtG8aed_5LG40ACY5VTtV3QBFTQfiBRZAI7j-jj9kZQ/s1600/digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-MXexrl1l6lP7dfh3OKlav1bqunxWUkabI0WeNBiNbzKpR7KWgHzQyGzfBg-hdobPKAS8wt0yTKeocEkMTPdtonIJ-kdzX2GUCtG8aed_5LG40ACY5VTtV3QBFTQfiBRZAI7j-jj9kZQ/s320/digitalizar0002.jpg" t8="true" width="237" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhWzKoRqlOqPuYNFWIKa7c9WcDs75F2CXVsnWuI6J4IC5608BnJXLmVei_juSLfBhorBA5GwghIpHKPrulvUC5t7_dUl-Ay-QWASW9L9olGzS1dCa6IsPEw04IPRXJ-OIt8bbVmELvOJU/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhWzKoRqlOqPuYNFWIKa7c9WcDs75F2CXVsnWuI6J4IC5608BnJXLmVei_juSLfBhorBA5GwghIpHKPrulvUC5t7_dUl-Ay-QWASW9L9olGzS1dCa6IsPEw04IPRXJ-OIt8bbVmELvOJU/s320/digitalizar0001.jpg" t8="true" width="204" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-JTBuMNTzEQyCAgfDYjxfjVUyszty1AlXeaYtTvuxO8upae_sw_tYOksXppbslM-5EgAFoqzogwQSH6zTDK9FX0Bq3-GSUSRLHqZ1QWi2l9DyYe8pcEISnWAD1BLnEVdkrHq9LmEzsrM/s1600/digitalizar0005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-JTBuMNTzEQyCAgfDYjxfjVUyszty1AlXeaYtTvuxO8upae_sw_tYOksXppbslM-5EgAFoqzogwQSH6zTDK9FX0Bq3-GSUSRLHqZ1QWi2l9DyYe8pcEISnWAD1BLnEVdkrHq9LmEzsrM/s320/digitalizar0005.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-I7EgqCSfCH8mjU91L52DUKIqplTJ03LiwW99UivOQJyixdE22HQ51-ALv7HUIQ9AE5c1QPXMcPxUCJBMU6R2z-CdU_DLMkd3VvXXeELbFmRYiPnWkYH8MKSFahD0L2H6RK5c8fEPlWg/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-I7EgqCSfCH8mjU91L52DUKIqplTJ03LiwW99UivOQJyixdE22HQ51-ALv7HUIQ9AE5c1QPXMcPxUCJBMU6R2z-CdU_DLMkd3VvXXeELbFmRYiPnWkYH8MKSFahD0L2H6RK5c8fEPlWg/s320/digitalizar0006.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaVlvJzQHPnPSJWrWpUBqbTqPYE0ENqiHe2zbCt644mqi685U8hzr2ZN9BSqplCqodkGSqCzofFytVIukT5esgRYsUGDjsros0QMbmo04NBYxh2JDFKCkVAw1_GNPdTZQHaPVBnlg_Pvw/s1600/digitalizar0007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaVlvJzQHPnPSJWrWpUBqbTqPYE0ENqiHe2zbCt644mqi685U8hzr2ZN9BSqplCqodkGSqCzofFytVIukT5esgRYsUGDjsros0QMbmo04NBYxh2JDFKCkVAw1_GNPdTZQHaPVBnlg_Pvw/s320/digitalizar0007.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFR28fz1GKsQkFLrGR_bm85hb10cSXPQWv22gHw0xECpwzZdnOZBmbcBBLvRFiJV3SD1JOoFWzyepq84WDnRDK4enJIcbQDWP21lg_dN4tCwtUvj52GtDcbW8ykfmKmq0nWkYaK59NbCs/s1600/digitalizar0008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFR28fz1GKsQkFLrGR_bm85hb10cSXPQWv22gHw0xECpwzZdnOZBmbcBBLvRFiJV3SD1JOoFWzyepq84WDnRDK4enJIcbQDWP21lg_dN4tCwtUvj52GtDcbW8ykfmKmq0nWkYaK59NbCs/s320/digitalizar0008.jpg" t8="true" width="320" /></a></div><br />
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